Experiência de Marca

Bar se inspira na Bolsa de Valores para vender cervejas

A cotação da cerveja pode ser conferida pelos consumidores em um painel de 20 metros quadrados instalado em torno do <em>lounge</em> bar.

Cerveja virou assunto sério para os frequentadores de um bar temático de Porto Alegre. Localizado na Rua Padre Chagas, um dos mais tradicionais pontos da vida noturna da Capital do Rio Grande do Sul, o lugar tem sistema semelhante ao de um pregão da bolsa de valores. Com base na lei da oferta de procura, os preços das bebidas oscilam de acordo com o volume de vendas.

A cotação da cerveja pode ser conferida pelos consumidores em um painel de 20 metros quadrados instalado em torno do lounge bar. É possível ver também o valor das mais de 45 variedades da bebida por terminais que ficam distribuídos pelas mesas.

“Quanto mais a marca é pedida, mais valorizada fica. A variação do preço de uma cerveja pode chegar a 80% em uma noite. Não tem limite mínimo ou máximo”, explica Cezar Bittencourt Gonçalves, um dos sócios do Nasdaq65.

“A mais cara é uma cerveja belga chamada ‘Deus’. Custa em torno de R$ 200,00,  mas o preço nunca é fixo aqui no bar”, afirma. Para definir os preços da cerveja, são usados 15 parâmetros.

Entre os diversos fatores que influenciam na variação dos valores estão a lei de oferta e procura, o prazo de validade da cerveja e a quantidade no estoque. Tudo funciona automaticamente.

Um software criado exclusivamente para o bar em Porto Alegre identifica a saída dos produtos por meio dos terminais e calcula o valor da cerveja.

A aposta dos proprietários com a variação do preço da cerveja de acordo com as vendas é que a brincadeira provoque o aumento do consumo dentro do bar. “As cervejas que não têm muita saída ficam mais acessíveis, e, com isso, acabam saindo também. É uma forma de regular nosso estoque automaticamente”, diz.

Leonardo Bastianello, de 28 anos de idade, e Eduardo Feijó, de 26 anos de idade, concordam que o sistema usado no bar temático influencia a escolha. “Dá para variar bastante as marcas de cerveja que você toma. Na medida que uma marca não está sendo muito vendida, fica barata e o cliente fica tentado a beber”, dizem os amigos.

Além da cotação instantânea, a tecnologia é outra das atrações para os clientes. Em cada canto, há um terminal touch screen com o cardápio completo e ilustrado com a descrição das bebidas e dos pratos servidos no local. Com um simples toque, o cliente faz o pedido.

O trabalho dos funcionários também é facilitado com a tecnologia existente no bar. No local, o serviço do garçom é apenas fazer a entrega dos pedidos e limpar as mesas. “Não tem mais a gritaria atrás do garçom. Ficou bem mais fácil meu trabalho. O pedido chega direto lá dentro do bar”, conta Marjore Nowgli Dichet, de 25 anos de idade, garçom do bar.

Por meio dos terminais também é possível trocar mensagens entre as mesas, comprar músicas para tocar no ambiente e adquirir objetos personalizados em uma loja virtual. O sistema foi inspirado em um bar de São Paulo.

O investimento total no bar chegou a R$ 1,5 milhão. Na inauguração, na noite de 31/07, o Nasdaq65 recriou em 3D a fachada do lounge bar, utilizando dois projetores de alta potência.

A técnica chamada de Mapping 3D é utilizada em todo o mundo para lançamentos e apresentações de grandes marcas. O Nasdaq65 conta ainda com um restaurante tailandês no segundo andar. Conforme os proprietários, é o primeiro bar de Porto Alegre formatado para receber reuniões corporativas.

Por: Vinicius Rebello.