Querido(a) Cliente,
Sim, cliente, você é querido não porque eu queira bajulá-lo, mas por tê-lo em alta estima, pelo prazer de criar projetos e entender e atender suas necessidades e obviamente porque provém meu sustento. Portanto – Queridíssimo(a).
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Escrevo-te estas mal traçadas linhas *, porque tivemos 02 anos difíceis, onde ficamos um pouco distantes, seja pela situação toda que aquele vírus ocasionou, seja pela questão de não podermos realizar muitas ações de live marketing nesse período, ou pelo fato delas estarem limitadas e a verba escassa de maneira geral. Durante esse tempo, nós aqui fomos aprendendo tudo o que foi possível sobre hibridização, streaming, estúdios, plataforma, lunck box, delivery, novo normal, cancelamento e postergar contratos, tentando manter a sanidade. Sei que aí do seu lado também não foi fácil, com impactos nas vendas, demissões, home office, pivotagem e otras cositas más.
Todos tiveram tantas perdas afetivas e materiais e isso trouxe uma série de reflexões para as pessoas físicas e jurídicas e queria falar sobre alguns pontos que poderiam ter evoluído um pouco mais na nossa relação.
Já faz bastante tempo que o setor de Live Marketing, tem alertado sobre algumas práticas temerárias como constantes concorrências job a job, nessa colocamos a equipe debruçada numa proposta, que muitas vezes não ganhamos e nem sequer temos o feedback, para podermos melhorar para as próximas. Sem contar que quando ganhamos a concorrência, é um misto de felicidade e de tensão de como vamos gerenciar a planilha de Excel, já que os prazos de pagamentos giram em torno de 60/120 dias. É a mesma coisa que você me pedir para eu fazer uma festa junina e em vez de entregá-la em junho eu te entrego ela em outubro, não adianta né?
Com o job a job e como estamos voltando vagarosamente ao ritmo de antes da era Covid, não temos volume para negociar com fornecedores e tão pouco com os staffs, que dependem na maioria do cachê para pagar a condução para ir ao evento, a velha estória do vendendo o almoço para pagar o jantar. Complicado!
Por isso o pessoal criou uma campanha Esgotados para explicitar questões como essa que descrevi acima, na tentativa de tornar nosso mercado mais franco, pois em tempos de ESG, as ações corporativas não podem ser somente em datas comemorativas ou na missão do site, tem que ser implementadas nas falas, nos processos e nas relações comerciais. Você não acha?
A intenção dessas palavras é mostrar o outro lado da moeda, sabendo que não podemos generalizar todas as empresas, mas é que tem sido comum essas práticas que enfraquecem a amizade – como se diz por aí. Porém, infelizmente também entendo que por vezes, tem uns coleguinhas de agência e freelas masters que também não agem a contento quando recebem o Fee pela Administração de fornecedores e cobram também BV dos fornecedores, ganhando duplamente. Tenho para mim que ética é inegociável, e estes também depõe quanta a classe, portanto é preciso praticá-la independente da cadeira que sentemos: cliente ou fornecedor.
Espero que receba minha mensagem de forma positiva e não com cara de DR, estamos sempre abertos ao diálogo e aqui para melhor servi-los, mas com coerência.
Cordialmente,
Líbia Macedo
*inspirada na música “A Carta” de Erasmo Carlos e também gravada por Renato Russo.