Há dois anos testaram o terreno do Parque da Bela Vista como cerveja oficial. Em 2018, a Super Bock aumentou a pressão: é o novo patrocinador do Rock in Rio (RiR) Lisboa. “É um movimento natural.
Vai dar mais visibilidade à nossa intervenção e proporcionar experiências diferentes aos amantes da música que vão ao RiR. A capacidade de ativação que teremos como patrocinador é mais ambiciosa do que como mera cerveja oficial”, explica Rui Lopes Ferreira, CEO do Super Bock Group, a antiga Unicer.
Para começar vão dar nome a um novo palco: o Super Bock Digital Stage. A marca estrela do grupo cervejeiro nacional entra como patrocinador num momento de reinvenção do próprio festival que, em Portugal, já vai na sétima edição. Este ano, a 23, 24, 29 e 30 de junho, os visitantes do Parque da Bela Vista vão ter direito a um Pop District, onde vai estar o Super Bock Stage, mas também a uma Gourmet Square.
“Queremos ir ao encontro do que o nosso consumidor gosta de fazer nos seus tempos de lazer, estamos a falar de gastronomia, dança, música, música e os fenómenos digitais, os youtubers”, descreve Roberta Medina, presidente executiva do RiR. O conceito do Digital Stage, introduzido na edição do ano passado no RiR Rio de Janeiro, vai ser o palco dessa tendência. “Vai materializar ao vivo os grandes sucessos do mundo digital: os youtubers, influenciadores diversos, magia, hipnose, momentos de humor. Vamos passar por pilares como arte, dança, cinema, muito do mundo dos games”, descreve Roberta Medina.
Indústrias que há muito deixaram de ser de nicho. Desde 2005 que a indústria dos jogos fatura mais do que a do cinema; Portugal nesta área gera receitas na ordem dos 270 milhões de dólares, com um em cada quatro adultos a jogar pelo menos uma vez por semana, segundo dados da Interactive Software Federation of Europe, disponibilizados pela organização.
E o fenómeno dos youtubers há muito que chegou a Portugal, com uma base de fãs de milhões: os cinco principais youtubers portugueses – SirKazzio, Gato Galactico, D4rkframe, Fer0m0nas e Wuant – têm mais de 19 milhões de subscritores e os seus vídeos geram mais de 3 mil milhões de visualizações. É a esse público millennial que a Super Bock quer chegar, mas não só. “Haverá uma zona gourmet [Gourmet Square] onde iremos proporcionar experiências mais completas e onde iremos incluir a 1927, a nossa cerveja especial”, adianta Rui Lopes Ferreira, CEO do Super Bock Group. A Pedras Salgas também vai estar no festival com um stand.
“Vamos alargar a nossa presença a diversas marcas e não apenas à Super Bock e Sommersby, as duas que estiveram há dois anos e que vão continuar.” O patrocínio da Super Bock ao RiR surge no mesmo ano em que a Sagres deixou cair a Heineken (que a Super Bock substituiu como cerveja oficial na última edição do RiR) do NOS Alive, passando a dar nome a um palco no festival que decorre em julho, em Algés. “Não pesou nada [na decisão].
A nossa estratégia é completamente diferente da concorrência. É um movimento natural”, reforça o CEO do Super Bock Group, lembrando que o território da música é há muito um espaço familiar da Super Bock, que há mais de 20 anos dá nome ao Super Bock Super Rock. Estratégia de patrocínio de festivais musicais que está a ser seguida em Espanha, por exemplo. Rui Lopes Ferreira não põe de parte a Super Bock patrocinar uma nova edição do RiR nos Estados Unidos, se esta avançar, mercado onde o grupo quer crescer.
“Não há qualquer conversa nesse sentido. Mas estamos abertos a desafios.” Rui Lopes Ferreira mostra-se otimista com o evoluir do mercado nacional ao nível das vendas deste ano. Um verão longo e quente, a “dinâmica turística” e “a confiança dos portugueses” ajudou às vendas em 2017. Mas o país, ao contrário de Espanha, ainda não recuperou os níveis de consumo pré-crise, lembra. “Estou confiante, qual vai ser o nível de crescimento [em 2018] não sei. Só com uma bolinha de cristal.”