A Coca-Cola do Brasil espera que a Copa do Mundo deixe como legado a ampliação do uso do PET reciclado para 100% de sua produção de garrafas.
A empresa é parceira da Fifa em ações de sustentabilidade durante o torneio de futebol e desenvolveu, pela primeira vez no evento, a reciclagem de todo resíduo descartado dentro dos estádios nas 12 cidades-sede.
“Trabalhamos três temas, que devem ficar de legado desta Copa do Mundo: vida ativa, desenvolvimento de comunidades e a reciclagem”, explicou Victor Bicca, diretor de Sustentabilidade da Coca-Cola, ao Terra.
Foto: Divulgação/Coca-Cola Brasil.
A primeira iniciativa foi a Copa Coca-Cola, cujos vencedores foram selecionados para trabalhar como gândulas nos 64 jogos do torneio; a segunda foi o projeto Coletivo, que proporcionou o primeiro emprego a jovens de comunidades, que trabalham em ações da empresa e na gestão dos bares do evento; e a terceira é a ação dos catadores nos estádios.
“É o maior dos temas. A Coca-Cola há muitos anos apoia cooperativas, discute iniciativas e ajuda o governo na questão da reciclagem”, aponta o executivo.
Coleta Seletiva
A ideia foi usar a Copa para gerar conscientização de cidadãos e governos sobre a importância da reciclagem: “Cidades como Porto Alegre e Curitiba têm bons índices de coleta seletiva, mas São Paulo, por exemplo, que é uma das maiores cidades da América Latina, só tem 3% de coleta. É uma questão de cuidado com o ambiente e de inclusão social”.
Foto: Divulgação/Coca-Cola Brasil.
O projeto nos estádios começou ainda na Copa das Confederações, em 2013, com 240 catadores, nos 16 jogos. Foram recolhidos 70 toneladas de resíduos, espalhados em 1,4 mil coletores. Essas lixeiras foram desenvolvidas especialmente com essa finalidade: estão em maior número nos estádios, são maiores e transparentes, por motivos de segurança.
Na Copa do Mundo, foram 840 catadores, 70 em cada cidade-sede, e eles receberam cerca de R$ 120,00/dia, entre diária e ajuda de custo.
Exemplo Positivo
A expectativa da Coca-Cola é recolher 400 toneladas de resíduos até o final da Copa do Mundo. O material é distribuído a 300 cooperativas ligadas ao Movimento Nacional de Catadores, e o dinheiro da venda é revertido para as próprias organizações. Para aprimorar esses números, a empresa aposta em vídeos e cartazes educativos dentro dos estádios, protagonizados pelo mascote Fuleco.
A própria companhia dá o exemplo, colocando apenas garrafas da Coca-Cola de PET reciclado à venda nos estádios. Os uniformes de suas equipes também contêm o material. “O Brasil ainda não tem uma indústria de reciclagem de PET, por isso não conseguimos produzir todas as embalagens com a tecnologia. A inciativa fica de estímulo. A ideia é estender para 100% da produção. Esse será o legado da Copa para a Coca-Cola.”
Copos Colecionáveis
Os copos em que são servidas as bebidas nos estádios acabou sendo uma iniciativa involuntária contra o descarte irregular de garrafas. Os copos, personalizados a cada jogo, se tornaram colecionáveis, e, ao guardá-lo, o torcedor não precisa de um descartável a cada consumo.
Foto: Letícia Heinzelmann.
“Isso estimula a não ter um volume maior de resíduos, e facilita o descarte das garrafas, que podem ir para o lixo após serem servidas. Queríamos evitar garrafas nas arquibancadas, pela questão do descarte, mas também por segurança. Os copos viraram um sucesso”, comemora Victor Bicca.