A propagação do Coronavírus tem acontecido de forma acelerada e agora começamos a sentir os reais efeitos da preocupação que toma conta de todos nós.
Nunca observamos algo com um impacto social tão grande, um contexto que nos obrigada a ficar isolados uns dos outros, e justo na época em que, enfim, estávamos começando uma real e nítida valorização das ações de brand experience no Brasil.
Grandes eventos vêm sendo cancelados, como SXSW e Lollapalooza refletindo diretamente no mercado nacional.
Se em um primeiro momento você pensa que os cancelamentos ou adiamentos eram questões pontuais, se engana redondamente.
Senti este impacto conversando com Eduardo Baraldi, CEO da Octagon Brasil. A agência, que trabalha diretamente com a indústria do entretenimento e do esporte, está sofrendo com a suspensão da NBA por exemplo, uma vez que é a responsável por executar a NBA House em São Paulo, ativação que prepara anualmente para transmissão das finais; assim como as ativações de Budweiser, que é patrocinadora oficial e vem na mesma linha de atuação; e tantos outros trabalhos que foram cancelados ou adiados.
É um efeito dominó que parece não ter fim, mas que terá. As projeções não são otimistas para os próximos dias, considerando que muitos simplesmente não acreditam na seriedade da epidemia, e, infelizmente, irão propagar ainda mais o vírus.
Aqui no Promoview nós estamos acompanhando as atualizações sobre o assunto, e toda a equipe está fazendo home-office desde o dia 13 de março.
Nossa preocupação aqui não é só sobre as alterações de eventos, feiras e festivais – nos quais também se incluem os nossos inéditos Prêmio Live e o Live Masters Talks, ambos adiados – mas também em como nos proteger enquanto profissionais e empresa.
Nessa fase de susto, vivemos como em uma crise existencial generalizada. Saímos de um estágio de piloto automático, e tentamos avaliar o mais rápido possível sobre quais medidas tomaremos agora e como serão os próximos dias, afinal, estamos vivendo um de cada vez. O foco agora é no primordial, mas, o que vem depois?
Bem, aqui está a minha aposta: Com o passar dos próximos dias nos isolaremos sim, e também focaremos em coisas das quais nunca “temos tempo”, como naquele projeto engavetado ou naquela organização bem feita em nossa base de dados.
Poderemos fazer análises de informações e processos sem tanta pressão, estudar assuntos que adiávamos há meses e vamos reestabelecer contatos com pessoas que raramente conseguíamos falar.
Também sentiremos muita falta de estar com as pessoas, de participar de festas e eventos, experienciar as marcas como já estávamos acostumados. Pouco depois do pico da epidemia, conseguiremos enfim enxergar o horizonte, e começaremos a fazer os planos para o futuro.
E o futuro será: Pessoas sedentas por experiências, como nunca visto antes. Casas de eventos e centros de exposições sem datas disponíveis nos próximos meses, agências “sem braços” com tantos projetos para realizar, e, pelo menos metade do que seria no primeiro semestre, acontecendo no segundo e no primeiro de 2021.
Enquanto isso, Baraldi me trouxe uma perspectiva muito sensata sobre o seu próprio contexto, e, provavelmente, de muitas outras empresas do segmento: “A princípio, seguimos andando com nossa máquina. Buscando formas de nos reinventar e já pensando em uma retomada em algum momento do ano. Quando isso acontecer, precisaremos acelerar rápido para correr atrás do prejuízo. Estamos tentando ao máximo sermos otimistas e não pensar no pior cenário. Iremos todos passar por essa crise e como sempre, nos reinventaremos para sairmos dessa melhor quando acabar.”
A recomendação agora é apertar os cintos, aguentar a turbulência e agir com responsabilidade social. Certamente o que seria virá, ainda melhor, em algumas semanas!