Seja por meio de comitês ou seleções para um perfil de profissionais dentro de grupos menos representados, muitas dessas ações partiram, consciente ou inconscientemente, do compliance antidiscriminatório que, como o nome já evidencia, tem como objetivo principal garantir o bom convívio, respeito à diversidade e segurança dentro de uma instituição pública ou privada.
São programas que visam implementar novas normas, controles e processos de governança corporativa para identificar, prevenir e acabar com possíveis situações discriminatórias, que incluem tratamentos desfavoráveis ou incoerentes devido à cor, raça, etnia, gênero, orientação sexual, visão política, classe social, deficiência física, entre outras diversas razões incabíveis.
Tendo em mente que o compliance tem relação com a conduta da empresa e sua adequação às normas dos órgãos de regulamentação, vale observar que a mudança dessas diretrizes deve considerar também esse viés, entendendo que, de nada adianta uma organização adotar um discurso antirracismo ou politicamente a favor da diversidade, se na rotina do local existem atos discriminatórios contra os próprios colaboradores, clientes, parceiros ou qualquer outro tipo de relacionamento da empresa.
Para mudar, é preciso incluir algumas boas práticas que incluem ‘Canal de Denúncias’, que recebe e encaminha notificações de denúncias sobre qualquer tipo de má conduta (assédio moral, sexual, racismo, entre outras); ‘Código de Conduta Ética’, que nada mais é do que um documento que conterá as normas e os princípios da empresa para que todos os colaboradores o sigam, incluindo tópicos que pregam a não tolerância à discriminação; e, por último, a checagem de terceiros – ou background check -, que é capaz de prever uma má conduta por parte de um colaborador ou outro tipo de relacionamento da empresa por meio da verificação de seus dados e relacionamentos públicos com outras companhias.
Assim como a tecnologia pode ajudar a disseminar políticas externas e posicionamentos de diversidade e antirracismo nas redes sociais e comunicados oficiais, tão comumente adotados por empresas na atualidade, podem ser usadas para outros fins.
Entre eles, podemos mencionar soluções tecnológicas como o Big Data e mineração de dados, para buscar informações valiosas em um curto espaço de tempo etc.
Dessa forma, equipes de compliance, RH e gestão de riscos conseguem realizar mais checagens e tomar as suas decisões de forma mais assertiva.
Afinal, mais do que remediar e tentar controlar a avalanche de críticas que vierem junto a um possível vazamento de práticas discriminatórias, corrupção, fraudes e processos trabalhistas envolvendo tanto colaboradores, quanto outros relacionamentos das empresas (fornecedores, investidores, transportadoras, entre outros), é preciso investir em métodos de checagem, investigação e em soluções que otimizem este tipo de processo.
A prevenção e as boas práticas são sempre a melhor escolha!