Tem crise? Tem. Mas ela não é nova para nós. O que estamos fazendo agora é descobri-la dentro de nós.
Vejo um momento ruim como outros que já vivi. O Brasil vem de crises sem fim e nós deveríamos nos perguntar porque um País tão promissor, tão cheio de riquezas, tão potencialmente forte sempre se vê ante a crises.
Imagem: Reprodução.
Devíamos nos perguntar por que boa parte de nossos filhos, parentes, amigos, e, às vezes, nós mesmos passamos meses, anos, nos preparando para concursos públicos a fim de… Qual será a resposta? Sabe?
Quem você conhece que aspira a um cargo público buscando qualificação ou crescimento profissional? Ou, quem sabe, ocupar o tal cargo para melhorar o desempenho da Instituição em prol da sociedade? Que seja para… fazer carreira na busca de chegar ao mais alto cargo, sem auxílio de políticos, com o fito de extirpar a corrupção que se insinua nele?
Quem você conhece que quis fazer um Concurso Público pensando numa dessas situações? Ninguém? Alguém?
Não, né? A maioria quer: ganhar salários altos e trabalhar pouco; ter estabilidade e nunca ser demitido, porque a produtividade não é o diferencial nessas funções. Muitos querem as carteiras advindas de cargos para dizer: sabe com quem está falando? Outros se locupletam da interferência de algum político que o garante passar e ter molezinha.
E o que isso tem a ver com a crise? Muito.
Somos, porque nos transformamos, um País de funcionários públicos e distribuidor de benesses, sob a capa de apoio social. Confundimos responsabilidade social e cuidado com os menos favorecidos com tutela, escravidão política e paternalismo. Governos irresponsáveis e gastadores criaram a ideia de que se temos um funcionalismo enorme melhoramos a gestão e nação.
Desde quando quantidade gera qualidade? Desde quando nacionalismo se consegue com cargos e não com educação que garanta cultura, ética, conhecimento e respeito?
Foi com essa política que alguns países da América do Sul quebraram, esgotaram suas riquezas e transformaram seu povo em escravos de si mesmos. Destruíram os empreendedores, transformando-os em pagadores de impostos e fazendo-lhes assumir os deveres do Estado que lhes cobra impostos sem fim.
O Brasil seguiu o caminho. Isso porque alguém tem que pagar a conta, os salários e as benesses e quem paga, claro, não é o governo. É o próprio povo. Melhor, é o povo ativo que trabalha, o que muitas vezes é chamado de elite e mal tem dinheiro, mas trabalha mais de 12 horas para viver dignamente, empreende, paga salários, cria empresas e… paga impostos sem fim, com um único objetivo para esse tipo de governo: gerar receita ao País pagador.
Nunca transforma os impostos em investimento de retorno para o povo. No máximo pagam alguma coisa em lugar de melhorar a saúde, a educação ou gerar trabalho e possibilidade empreendedora para que eles deixem de receber um dia a benesse.
País que não investe na produtividade, no empreendedorismo, na qualificação e geração de emprego digno para seu povo chega a um ponto de ter cada vez menos gente para pagar os custos dos salários e benesses. Aí dá em… CRISE.
A crise, dessa vez, além de econômica, é moral. Resultado de agravante que é a dilapidação de Instituições que poderiam gerar recursos, aliás as únicas que conseguiam gerar os recursos reais para pagar as contas.
Vilipendiadas, perde, de novo, quem mais paga as contas: Nós, o tal povo, porque povo somos todos.
Aí, sentindo o peso da responsabilidade, que é nossa, porque governos passam e os povos são perenes. Ao invés de pensarmos em mudar, sentamos, qual governo, no choro, na reclamação, alguns nos argumentos idiotas de defesa e retórica para defender o indefensável, e, aí, fazemos igual a eles. Não mudamos e passamos a só reclamar e colocar no Face.
Mudar é o segredo. Mudar, ganhar menos, talvez, evitar custos desnecessários, e, fundamentalmente: TRABALHAR para gerar novos recursos.
David Portes, um camelô que viveu mais de quatro crises ao longo de sua vida, morando na rua com sua esposa grávida. Numa das crises da vida, pegou emprestado 12 reais e os transformou numa fortuna, que o faz, hoje, um dos mais respeitados palestrantes do País.
Se perguntarem a ele: como? Ele vai responder: trabalhando e não acreditando em crises.
Fazia o que ninguém fazia quando todos se encolheram nas crises existenciais. Ocupava o espaço e ficou rico… na Crise.
Porque, nessa hora – quando devíamos agir diferente dos apólogos idiotas, os mesmos que recomendam ao governo gerar mais impostos, ou seja apertar quem trabalha ao invés dele, governo, trabalhar e cortar seus custos inúteis – demitimos, reduzimos INVESTIMENTOS, que são diferentes de custos, e não entendemos que fazer o bom Marketing é a saída.
Quebrar a cadeia do pessimismo interno, trabalhar, às vezes mais, e ganhar um pouco menos, fazer o que não gostamos para ganhar alguma coisa, mas mantermos viva a cadeia do trabalho que gera crescimento é a saída.
Empreender, e ignorar, ignorar até na urna, os governos. Fazer o Street Marketing, o live marketing com suas dezenas de ferramentas que otimizam custos, fomentar o mercado é a melhor ação.
Na informalidade ou na formalidade, sempre o recomendável, não importa, o importante é trabalhar. O importante é FAZER ACONTECER.
Não espere dos governos, mais preocupados com o poder do que com poder de fazer as mudanças, nada. Ele não fará algo para mudar, porque ele não quer mudar. E eles não trabalham, nunca trabalharam por você.
Não espere as notícias alvissareiras da imprensa. Ela não vive das boas notícias. Não espere o outro fazer para repetir, mesmo porque, se esperar, será ele quem vai vender e produzir resultados em seu lugar, porque no mercado os últimos serão os últimos mesmo.
A hora de ocupar o PDV, de fazer a promoção, de pôr em prática a ideia de venda, de ativar as marcas, de falar com o trade e fazer o melhor incentivo é essa. Quando os medrosos e os impactados pelas notícias se encolhem, na mediocridade dos departamentos de Marketing que esperam os outros para ver o que fazer, é quando você vai aparecer (é a Lei de Malthus como diz João Riva).
Não fosse assim, não surgiriam a Apple, a Microsoft, o Google, o Face, a Nike e tantas outras empresas pelo mundo. Não existiriam nem investiriam na crise a 99Taxis, a Reserva, o Guaraviton e alguns outros poucos exemplos no Brasil. Isso porque, a maioria delas é rapidamente comprada por multinacionais que veem em nós potencial de empreendedorismo que nós mesmos não enxergamos.
Precisamos mudar, precisamos entender que sempre vivemos em crise. Crise no trabalho, no casamento, nos relacionamentos, em casa, com amigos, com nossos sonhos, com nossa saúde… Crise faz parte da vida, mas sem o “s” ela tem saída.
A pior crise está dentro de nós. A crise do medo, da falta de coragem, a que nos faz seguir, feito gado, o voto de alguém, as decisões dos outros, as opiniões que não são nossas ou a cópia de ideias de alguém, como se isso não nos colocasse, sempre, no segundo lugar.
Nós somos reflexos de nós mesmos, assim como o País é de nossas decisões. Nós somos herdeiros de nossos atos e assim colhemos o que plantamos. Você está plantando algo? Vai colher o quê?
Ou seja, invista, empreenda, acredite em você em sua voz interior e saiamos juntos da crise que não criamos, mas ajudamos muito a ser real pela omissão de nossas responsabilidades.
Temos valor, somos fortes e a mudança está em nossas mãos.
Esqueça os governos e governemos nossas vidas, porque a mudança provoca outras mudanças. Se não o Japão e a Alemanha não existiriam. E, vamos combinar, que temos muito mais riquezas e alegria para mudar o Brasil e dar mais cor, mais beleza e mais riqueza para o mundo com Live ideias que nós podemos ter para construir juntos saídas.
Xô crise. Sai de mim. Me dê amigos, clientes de visão, e a chance de um brinde e vamos para um ideia nova. Porque contra boas ideias e gente empreendedora não tem crise que resista.
Ps. Esse texto é uma homenagem ao meu amigo David Portes (David, The Camelot) que nunca acreditou em crise e por isso sempre foi grande.
“Ding don. O sino tocou com o seu sorriso. E quando o sino faz din don, você ganha um bombom.”
E foi assim dando bom-bom que ele ficou bom, bom demais, e vendeu mais que todo mundo em todas as crises.
Sorria aí pro sino, pô.