Experiência de Marca

Cris e o refri

A entrevista de Cristiano Ronaldo, onde ele tira de cena duas garrafas de refrigerante, bombou nos meios de comunicação.

A entrevista de Cristiano Ronaldo, onde ele tira de cena duas garrafas de refrigerante, bombou nos meios de comunicação.

O que pensar?

Como se posicionar?

O que vale e o que não vale nestas ações de merchandising?

De cara uma consideração: o que não é combinado pode custar mais caro.

Cristiano-Ronaldo (Foto: Divulgação)

Aqui, vou olhar para a questão da ação de marketing, sem entrar no mérito da preferência pela água mineral.

Uma coisa é certa; se fosse um atleta em início de carreira, menos conhecido e badalado, a coisa ia pegar. 

Para o atleta.

Haveria repreensão por parte de patrocinadores. 

Talvez até multas ou pedidos de indenização.

Mas como era o grande astro, fica uma questão.

Quem está com a razão? Ele, ao retirar as garrafas, antes de dar entrevista?   Ou o patrocinador?

O ponto aqui, na minha opinião, está no fato do que acredito ser o melhor nestas ações de marketing, seus criadores e seus clientes.

Os excessos são sempre prejudiciais. A interferência, a qualquer custo, é uma destas situações que devemos evitar de todas as formas.

A ação, na entrevista, é um ruído na comunicação. Exatamente igual aos banners, reclames e toda a parafernália criada, de modo que o consumidor não tenha uma imagem limpa ou um conteúdo, até o final, sem uma interrupção. 

Vira e mexe vemos ações “criativas” de patrocinadores, querendo aparecer, na hora da entrevista coletiva. Acho muito chato.  Incômodo mesmo.  

A vontade é parar de assistir.

E, muitas vezes, é o que eu faço.

As garrafinhas de refri, na mesa, onde o grande Cristiano ia dar entrevista para o mundo, soam-me, serem da mesma natureza, do que acontece nas redes sociais. Vamos interferir, bem no meio do que a audiência está consumindo. Acho ruim.

Nós, profissionais desta área, temos que ter o máximo de bom senso, na hora de pensarmos estas ações.

Não acho que vale tudo, sempre.

 Por exemplo, a cena ganhou notoriedade e rodou o mundo.  Sim, é verdade. 

 Mas quanto esta retirada de cena prejudicou o investimento feito?

  Será que vale ficar pensando e criando estas oportunidades sem necessidade?

  Será que a intenção era o, falem mal, mas falem de mim? 

E digo isto, por conta, somente de um fator: quantas garrafinhas de refri, a mais, seriam vendidas, pelo simples fato de servirem de “paisagem” para uma entrevista coletiva?

Será que, todo o investimento feito no evento, não dará o resultado esperado?

 Ou a ideia era meio que oportunista mesmo e ficou naquela coisa do vai que cola?

Há de se levar em consideração este ponto, antes de se criar uma ação desta natureza.

O consumidor final está, cada vez mais, crítico em relação a estas ações.

Da mesma forma, como houve e ainda há um grande movimento para a despoluição visual das cidades, caberá a nós imaginarmos como esta despoluição deverá ocorrer na mente de quem desenvolve essas ações, chamadas de merchandising.

Que sejamos menos invasivos em nossas ações de comunicação com nossos consumidores.

Luiz Fernando Coelho
Luiz Fernando Coelho

Análises e bastidores do marketing esportivo com Luiz Fernando Coelho, especialista com mais de 40 anos de experiência. Primeiro colunista do Promoview, Luiz escreve há oito anos no portal, com o detalhismo de um verdadeiro contador de histórias e a precisão de um veterano do mercado.