O uso das plataformas digitais no período de isolamento físico, em função da pandemia do Covid-19, intensificou em proporções estratosféricas, ampliando públicos e inserindo novos hábitos relacionados a socialização humana.
Um dos mais expressivos crescimentos ocorreu por meio do impulsionamento de um instrumento vinculado à Economia Colaborativa, o crowdfunding ou também conhecido como ‘Vaquinha Eletrônica’.
O crowdfunding é uma plataforma de negócios que tem como objetivo fomentar a concretização de projetos, estimulando o empreendedorismo coletivo, por meio do financiamento coletivo, e, no caso da atualidade, das ações de solidariedade.
Esse modelo pode ser aplicado em qualquer segmento, tanto para quem possui recursos como para quem deseja levantar investimentos para um projeto.
O processo é relativamente fácil visando obter doações coletivas. Basicamente, o proponente compartilha uma proposta na internet e informa o valor almejado a ser captado para que o projeto se torne viável.
Uma especificidade do crowdfunding é sua vertente democrática, já que todos podem participar, pois as quantias de capital doados variam conforme as condições de cada um.
Quem pode dá mais, quem não pode, oferece o que é possível, e, dessa forma, torna-se uma ferramenta inclusiva de grande apelo ao exercício da cidadania.
Algumas iniciativas chegam até mesmo a oferecer alguma contrapartida à contribuição dada, porém, o mais nobre é mesmo a sensação de pertencimento em prol de um causa, de uma ideia, de uma ação ou até mesmo empreendimento.
Foi possível nessa quarentena, ver projetos de crowdfunding para gerar fluxo de caixa de negócios que estavam caminhando para o encerramento das atividades, intensificar valores para ações de entregas de materiais de higienes, e, sobretudo, alimentícios, produção de lives teatrais e musicais, visando gerar trabalho para artistas sem possibilidade de trabalhar em locais convencionais, coletar recursos para colaborar com cirurgias delicadas e até mesmo prover afago a tantas pessoas que tiveram suas histórias tristes e humilhantes viralizadas pela web, entre tantas outras ideias lançadas e efetivamente concretizadas.
É importante salientar o grau de transparência envolto em todo o fluxo do crowdfunding, o que gera maior confiança e estímulo a participação.
Caso o projeto consiga captar os recursos necessários, os facilitadores da plataforma em que a ideia foi divulgada transferem a verba alcançada e ficam com uma comissão, que geralmente é de 5% do valor total arrecadado.
Porém, se a meta não for alcançada, não há o repasse e os colaboradores terão seu dinheiro estornado, podendo ser em espécie ou como crédito para investimentos em projetos futuros.
E é importante ressaltar que mesmo que um projeto não atinja seu objetivo financeiro em um primeiro momento, é possível extrair elementos reflexivos do crowdfunding. O mesmo pode ser considerado como um piloto, e poderá ser aperfeiçoado para futuras novas ações, com conceitos aprimorados e alinhamentos realizados para melhorar a proposta.
Outra característica vital para o êxito do crowdfunding é a intensidade de uma divulgação bem orientada e planejada. E mais uma vez a força das redes sociais pode ser demonstrada por meio da disseminação dessa possibilidade colaborativa, e, assim, atingir potenciais investidores.
Mais que nunca, a empatia, como uma verdadeira fênix, ressurge na humanidade, e, dessa vez, atrelada ao mundo high tech, no qual não há fronteiras para unificar os interessados em prover ações do bem e iniciativas criativas, por meio da contribuição de cada um, afinal, a máxima “A união faz a força” é verossímil e persiste independente dos novos tempos e da normalidade em construção.
Abrace um projeto de crowdfunding… e sinta-se dinâmico e empoderado como cidadão ativo na vida social. Procure ou crie um projeto de financiamento coletivo para chamar de seu, e, assim, reforçar o poder do que seja nosso!