Nós, do live marketing, temos como valor fundamental a qualidade da experiência que promovemos para os públicos de nossos clientes.
É a essência de nosso negócio. Por isso a cultivamos e respeitamos.
A tal ponto que me indigna a mediocridade da experiência da marca Brasil que o governo da ‘familícia’ está entregando ao mundo.
Porque a marca Brasil é minha propriedade, em sociedade com mais duzentos milhões de conterrâneos.
Não vou entrar no mérito da avaliação interna. Entre nós, estamos evoluindo e encaminhando o fim do pesadelo, ainda que restem pessoas, em número decrescente, exercitando acrobacias ideológicas para justificar apoio à mais inepta administração que o país já teve.
Porém, seja você de direita, esquerda, centro ou marciano, é fato indiscutível a queda brutal do nível de percepção da marca Brasil.
A começar pela indústria do turismo.
Nunca fomos craques no assunto, nem fizemos do turismo política de estado, embora o Brasil seja lindo e maravilhoso de formas variadas de Norte a Sul, e o povo brasileiro seja acolhedor, apaixonante e musical.
Seguimos ano após ano empacados nos seis milhões de turistas estrangeiros a cada doze meses. Mesmo número que o México recebe apenas na cidade de Cancún no mesmo período.
Para jogar por terra qualquer esperança, o atual governo, a exemplo das atitudes tomadas em outras áreas, escolheu a equipe mais bizarra possível para cuidar do turismo.
A identidade visual da marca Brasil, fruto de trabalho criterioso desenvolvido por profissionais, deu lugar a outra não apenas amadora e com representação tosca, mas plagiada de trabalho já criado anteriormente.
E uma assinatura inacreditável: Brazil, visit and love us.
É o verdadeiro inglês Tabajara misturado com incompetência clássica. Um país sempre assolado pelos fantasmas do turismo sexual pede ao público internacional que o visite e o ame, dando origem a muita especulação e publicidade negativa.
Esta semana o jornal inglês “The Independent” colocou o Brasil no topo da lista de países que não devem ser visitados pelos leitores.
Se no turismo patinamos, na diplomacia testamos o quanto de vergonha alheia é possível suportar. O Itamaraty foi sempre respeitado e bem-vindo na mesa das grandes discussões. Mas desde o início do governo viramos nanicos internacionais.
Dentro das câmaras e órgãos setoriais das Nações Unidas o país alinhou-se a um pequeno e pouco significativo grupo de países que defende ideias fora de século. Votamos junto com os islâmicos radicais em temas como direitos das mulheres e sexuais; contrariamos posições históricas do Brasil ao apoiar o bloqueio econômico a Cuba; deixamos de lado a neutralidade, também de longa data, entre Israel e Árabes/Palestinos, para passar a votar em apoio ao governo israelense.
O meio ambiente, tema que mobiliza multidões mundo afora, e onde sempre fomos respeitados, vive hoje um desmonte. Garimpeiros e madeireiros apoiam o governo e por ele são apoiados. Seja por meio da inação dos órgãos de controle, seja por uma política de vista grossa, no Minc do inclassificável Ricardo Salles, a boiada do crime ambiental passa. Quem fica, com cara de otários, somos nós.
Finalmente há o tema da pandemia e a forma como o governo age criminosamente e assim patrocina óbitos, incapacita cidadãos e dificulta o quanto pode a gestão sanitária e da saúde.
O presidente brasileiro foi considerado pela imprensa internacional o líder com o pior desempenho no assunto entre todos os governantes do mundo. E não é à toa.
Por tudo isso e muitas outras causas secundárias fáceis de elencar, o Brasil, transformou-se num país mal visto. Nos transformamos numa nação de párias.
Se proporcionássemos às marcas, produtos e serviços de nossos clientes experiências tão revoltantes quanto essas a que somos submetidos diariamente na qualidade de cidadãos brasileiros, certamente já teríamos sido demitidos ou afastados.
Opa, me deu uma ideia aqui…