A Dove lançou uma cadeira para corpos diversos, com o objetivo de promover a acessibilidade e a inclusão nas praias brasileiras. A empresa conduziu uma pesquisa que revelou que aproximadamente metade das pessoas com deficiência e gordas não costumam frequentar praias devido à problemas de acessibilidade. Ainda, alguns dos entrevistados afirmaram sofrer preconceito e limitações na infraestrutura oferecida nesses ambientes.
Com isso, atendendo a tais questões, a Dove inventou um protótipo de cadeira com maior largura e segurança do que as disponíveis atualmente no mercado. O protótipo foi disponibilizado em formato open source, o que dá aos fabricantes a oportunidade de reproduzir o objeto para expandir a oferta ao público.
A cadeira acessível pode ser alugada gratuitamente no Espaço Dove, uma ativação da marca que está instalada nas praias do Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon no Rio de Janeiro. A ação tem o intuito de permitir que as pessoas consigam curtir o verão de maneira confortável, segura e tranquila.
No local, o público também tem à disposição cadeiras anfíbias para cadeirantes entrarem no mar, banheiros maiores e não-binários, e rampas de acesso à areia. Para usar as cadeiras e equipamentos, basta fazer uma inscrição a partir de um QR code disponível nos pontos, além de pagar uma caução como garantia de retorno dos produtos dentro do prazo.
Entre 26 de fevereiro e 5 de março, o espaço no Leme conta com rodas de conversas e DJs, com acesso gratuito para o público. No dia 26, será realizado o bate papo “Julgamentos alheios: como impactam na forma como nos vemos”, pelo Movimento Corpo Livre e Lelê Martins. No dia 5 de março, ocorre a conversa “Gordofobia não é crime?”, com o projeto Gordas na Lei.
Após o período, as cadeiras serão oferecidas aos barraqueiros da orla do Rio de Janeiro para que o uso, por meio do aluguel gratuito ao longo do ano.
Nossa missão é questionar a sociedade sobre os padrões estabelecidos e sobre a maneira como ela enxerga corpos marginalizados. Quando vemos que a praia, que deveria ser o mais democrático e acessível, na realidade, não corresponde a isso, temos um problema e precisamos priorizar a criação de espaços inclusivos.“, afirmou Paula Paiva, líder de Digital e Mídia de Dove.
A-pesquisa “Dove Um Lugar ao Sol”, teve realização por conta do Instituto Ideia, e escutou 1636 pessoas, homens e mulheres, de 18 a 60 anos, em janeiro de 2023, com o intuito de fazer a medição de como a população pensa sobre acessibilidade e inclusão nas praias.
37% das mulheres e 25% dos homens disseram que deixaram de ir à praia ou piscina por conta do corpo. Com base nos mesmos critérios, foram ouvidas 109 PCDs e 148 pessoas gordas e consideradas “fora do padrão” com a intenção de obter informações específicas em relação aos desafios de curtir o verão na praia.
O estudo ainda revelou que, entre os obesos e pessoas com sobrepeso, 56% dos entrevistados pensam que pessoas obesas e com sobrepeso não frequentam a praia devido a questões de acessibilidade; 24% relataram que já se sentiram impedidos de ir à praia por não haver cadeiras adequadas ao seu corpo; 16% revelaram que já deixaram de ir à praia por causa da falta de estrutura para entrar no mar.
Por fim, entre os PCDs, 50% já deixaram de ir à praia pela falta de estrutura de locomoção até o mar; 48% já se sentiram impedidos de ir à praia por não sentirem segunrança ao usar banheiros públicos; e 42% já deixaram de ir à praia devido à falta de rampa de acesso.