Em 2005 eu me formava em Publicidade e Propaganda já como assistente de atendimento em uma das agências do Grupo Fischer, a 1Stop. Até esta data já tinha tido oportunidade de estagiar na Power4 e SD Comunicação, ambas de live marketing.
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Pra mim, estudante de Publicidade da época, eu estava vivendo um sonho. Fazia parte do time de uma agência conceituada no mercado e desejada por colegas. Se o trabalho era estressante pouco importava. Eu estava numa agência!
Os anos se passaram, hoje estamos em 2018, e muito mudou pra mim. Estou na minha própria empresa, mas de vez em quando ‘duplando’ com estas agências. Pra mim, isso ainda me deixa feliz.
No entanto, este meu tesão não é sentido pelos meus alunos ou públicos de palestras em eventos de comunicação. Estagiar ou trabalhar em grandes agências? Imagina! Este é o sonho de poucos (se comparado aos jovens de 2005).
Os que nelas trabalham, por muitas vezes, mais citam uma vida estressante ou normal, diferente daquela mágica que vivi. O que ocorre? Será que na minha época eu exagerei no tesão, ou hoje eles exageram no pouco caso?
Outro dia vi na minha timeline do Facebook um colega de profissão postando algo como, “Donos de agência, não postem com orgulho que sua equipe trabalha unida aos domingos. Isso não é vida!”. Neste dia, uma ficha a mais caiu! Talvez por estas e outras que estes jovens da atualidade não sonhem tanto com este mundo publicitário ou ‘promocitario’.
Convivo com uma geração (inclusive funcionários) que querem viver também fora da agência. Querem ganhar um bom salário, mas antes disso querem qualidade de vida, dentro ou fora das paredes de uma agência ou empresa. Mais que isso, que valorizam menos os grandes nomes do mercado, e mais o colega que está sentado ao lado, batalhando junto o sucesso de um projeto.
Se trata de uma geração que aprende com os mais velhos, mas tem muito a nos ensinar, seja por palavras, ou então por ações. Nos ensinar, por exemplo, que a vida e a carreira podem ser mais simples. Que o tempo livre bem usado é o verdadeiro sucesso, não a grana conquistada.
A verdade é que as agências do futuro (e do presente), viverão um desafio interessante. Como atrair os novos criativos, planejadores, produtores e atendimentos para dentro das suas paredes, sendo tão produtivas como são, mas ao mesmo tempo tão livres como eles querem?
Possível? Claro que sim! Somos criativos e estratégicos o suficiente para isso.