Experiência de Marca

É por amor

Não, meu texto de hoje não é sequência do da semana passada em que, fofinho, proclamei até o coraçãozinho com a mão. E sim, é um texto que fala de sentimento e coisas boas.

Não, meu texto de hoje não é sequência do da semana passada em que, fofinho, proclamei até o coraçãozinho com a mão. E sim, é um texto que fala de sentimento e coisas boas.

Existem inúmeras profissões no Brasil nas quais trabalhar é sempre uma gincana de emoções e expectativas. Para falar de uma delas apenas, vou falar dos professores, de início.

O faço porque, todos sabem, sou formado em Letras e Pedagogia e não escondo de ninguém o amor e a vontade que tinha de nunca ter saído das salas de aula.

Foto: Reprodução/Google.

Mao13

Me sinto bem, feliz e amparado quando no meio de meus colegas de profissão, e, especialmente, de meus alunos, razão real para eu gostar de dar aulas.

Sempre me senti responsável por meus alunos. Desde os pequenos com apenas seis, sete anos de idade aos mais velhos – e tive um de 69 anos no Supletivo, mas, para mim, todos não passavam de guris, filhos mesmo, porque ainda que cresçam nós os olhamos assim sempre como crianças.

Uma vez me perguntaram como eu poderia gostar tanto de dar aulas e de alunos. Que eu devia ter um segredo e tanto para não querer sair gritando com eles e odiá-los do fundo de minha alma.

Respondi que o segredo era simples e que tinha aprendido com minha mãe, também professora.

Quando, ainda fazendo estágio no Ensino Supletivo de uma Escola no subúrbio do Rio, irritado com uma turma, ao indagá-la sobre o que devia fazer – minha mãe era a Coordenadora da escola, ela disse:

“Simples, meu filho, faça como eu sempre fiz. Olhe nos olhos deles sempre, chame-os pelos nomes não por números, e, fundamentalmente, veja neles sempre um filho seu como eu fiz e faço. Ninguém odeia um filho ou trata-o mal. Repreende-o e é carinhoso depois. Ninguém educa mal um filho.”.

Acho que o impacto do conselho ficou em mim, como a memória que tinha de minha mãe dando aula, sempre sorrindo e feliz.

Portanto, há profissões que, inexplicavelmente, nos deixam felizes. Profissões nas quais, quem não tem o tato, não nasceu pro lance, não traz o felling da coisa dentro não entende a razão de estarmos e insistirmos nelas.

Acho que o mesmo se aplica com a nossa profissão, a de Promocitário.

Se as pessoas analisarem o que passamos, se lerem meus textos aqui, se estagiarem numa Agência Live, investirem no nosso negócio, acredito que, pelo menos, 60% delas cheguem a seguinte conclusão: No que é que fui me meter!

Nosso mercado é feito para quem gosta de fazer o que fazemos, para quem faz o que fazemos como eu dava aula, feliz. Isso porque o stress do cliente, a iminência da “merda” não anunciada, a atenção constante desde o pré até o pós evento não nos deixa descansar.

Não estou falando aqui dos pseudo promocitários. Dos caras que andam por aí no cliente dizendo que são do nosso ramo, mas não fazem o que devem, não sabem o que é plano B, checklit, logística, mecânica, planilha, enfim não têm a menor ideia do que estão fazendo, mas ganham pouquinho pra fazer número ou mostrar sua beleza para o cliente, ao invés de seu profissionalismo.

Falo de gente de fibra, que vira noite se preciso, come sanduba, passa mal do estômago, toma um Estomazil e volta, e fica, até o final do evento ou ação, para só aí passar mal direito.

Falo das mulheres – e elas mandam mesmo no nosso lance – e homens que não se escondem ou se omitem na hora do vamos ver e se apresentam para dar solução ou resolver o problema, enquanto os pseudo choram.

Ninguém que conheço trabalha em live marketing porque acha que vai ganhar muito dinheiro fazendo isso, e, claro, trabalhamos para receber bons salários. Mas, a maioria absoluta dos grandes profissionais desse setor que conheço foram mordidos por um bicho esquisito que nos faz ter paixão pelo Live.

Por isso é difícil nos ver de cara feia em evento (salvo os feios e os idiotas, e temos os dois no meio como em qualquer ramo, mas são absoluta minoria). Mesmo porque no campo é que as coisas nos cativam. É lá que a emoção de construir coisas novas para que as pessoas sorriam nos faz plenamente feliz.

É lá que, ao final de tudo, nos reunimos para comer e beber – isso mesmo, a gente quase não come e bebe durante o evento – e comemorar, porque rola uma tensão normal até que tudo tenha acabado.

Somos como atores. Antes rola o stress da produção e dos ensaios. Quando o dia da estreia vai se aproximando, vem o corre-corre e os detalhes finais e as coisas de última hora. No dia da estreia, “pilha total”, atenção total e o frio na barriga toda vez que vai começar, mesmo que tenhamos feito isso centenas de vezes.

No fim, a espera do aplauso, do sorriso, do reconhecimento, do simples aceno de alegria da plateia, ou seja, do cliente (que tem que acontecer, se não meio que nos decepcionamos).

Dever cumprido, só aí comemoramos nos bares da vida, nos abraços, sorrisos e lágrimas, no bater as mãos no alto na certeza de que amanhã começa tudo de novo.

E por que somos assim?

Porque quem é Live de verdade tem mais que a responsabilidade profissional da entrega, mais que criação esmerada e diferenciada, mais que a escolha da estratégia certa para a marca e o cliente, mais que o planejamento e o trabalho sem fim.

Quem é Live vive o que faz porque faz ao vivo e aí só os bons permanecem, ficam. O grande segredo aqui não é o racional apenas. Pra ser bom aqui é preciso fazer as coisas com e por amor.

E receber por isso, claro.

 

 

http://promo.promoview.com.br/faca-parte-do-anuario-2015