Talento e resultado em campo, o jogo agora é outro. Vamos mudar o pensamento e golear para nossas empresas.
Eu comando, ela comanda, nós comandamos, sim! Há anos a mulher está brigando para ocupar o seu lugar onde quer que seja!
Esse mês, em especial, com a Seleção Brasileira de Futebol Feminina vendo as atletas dando um show, com a bola nos pés, na Copa do Mundo de Futebol Feminino, na França, tenho vibrado com essas mulheres talentosas e refletido sobre a igualdade de gênero.
Muitas vezes me pergunto cadê a comoção? O povo todo de camisa amarela nas ruas, bandeirolas e ruas pintadas. Por que as empresas não estão liberando os funcionários mais cedo ou organizando um espacinho para que todos possam assistir e torcer pela seleção em campo? Cadê a programação das emissoras de televisão dando mais destaque para as meninas?
Será que nada disso está acontecendo, porque são as mulheres que estão em campo? Eu acredito que sim! Vale ressaltar que o nosso time tem como titular a jogadora Marta, detentora de seis prêmios Bola de Ouro, da Fifa, que a condecora como a melhor jogadora de futebol do planeta. Feito, diga-se de passagem, nunca alcançado por nenhum jogador dos times masculinos.
Saindo das quatro linhas e partindo para o mundo dos negócios a briga é a mesma. São necessários dribles diários para fazer um gol de placa no mundo dos negócios. Na terceira e talvez mais importante visita de Barack Obama ao Brasil ele falou sobre diversidade, participação feminina e liderança.
O 44º, e primeiro negro, presidente dos Estados Unidos revelou medo inicial de assumir o desafio de concorrer à Casa Branca, exaltou a grandeza da mulher Michelle e deu o recado, a homogeneidade masculina e caucasiana não vai te garantir sucesso. “Se você não inclui os negros e as mulheres, você está deixando talentos para trás.”, disse durante conversa para uma plateia de 10 mil pessoas, no Vtex Day, em São Paulo.
E agora te pergunto: O que as empresas estão esperando para mudar? Temos que sair da teoria e partir para a prática. Estamos cansadas de ver eventos com o line-up composto só por homens, e, em sua maioria, brancos. Onde estão a diversidade e equidade de gênero? Infelizmente muitas vezes ainda é simplesmente ignorada.
“Nós mulheres somos mais de 50% da população e mães dos outros 49%, ocupando diversos papéis na sociedade”, o número não é exato, mas não deixa de ser uma verdade.
Representamos 40% do mercado de trabalho mundial, segundo dados da Organização Mundial do Trabalho (OIT), de 2017, mas somos apenas 17% entre os cargos de CEO e cargos de executivas no Brasil. Se formos falar de mulheres negras esse número vai para cerca de 1%.
Não faltam profissionais preparadas e capacitadas. O que falta é um olhar sensível à causa. É preciso que as empresas invistam mais no preparo dos seus gestores para que os homens comecem a olhar as mulheres como profissionais que podem agregar valor para atingir os resultados esperados na busca do crescimento de empresas e do País.
A nossa luta, a luta das mulheres, é longa! Mas como sempre digo, desistir? Jamais!!!
Por Dilma Campos.