A prática das corridas de rua se tornou símbolo do Ceará moderno e urbano. Aos poucos, a modalidade cresceu em adeptos, organização e profissionalismo.
Dividindo espaço com o turismo, fez da região uma referência no esporte, em evolução freada com a pandemia de Covid-19. Desde o dia 15 de março sem provas, o Estado vive a expectativa pelo retorno dos eventos em setembro.
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Um movimento nacional iniciou discussões para instaurar protocolos de segurança – adaptados para cada cidade – e liberar módulos de teste no calendário. O primeiro é previsto para São Paulo no fim de agosto, com a região cearense sediando o seguinte: a Maratona Beach Run Brasil.
A corrida faz parte de um circuito proposto em 2015 para unificar cenários naturais e o exercício ao ar livre. A prova está agendada para o dia 12 do próximo mês, com largada às 15 horas e percurso entre Cumbuco e Paracuru. Mas a realização depende de aval das unidades sanitárias locais.
“Projetamos esse evento como teste pois as condições são favoráveis. Temos 42 km de prova e 250 competidores, o que gera um espaçamento natural porque os ritmos são diferentes. Como é no litoral, os ventos ‘batem’ na lateral, é um espaço amplo. São as condições perfeitas para se monitorar um evento de corrida na pandemia.”, explica Ricardo Ramalho, empresário e organizador do evento.
Protocolo organizado
Para maior segurança dos envolvidos, um conjunto de ações foi elaborado como matriz das corridas de rua estaduais. O documento foi entregue para a Secretaria de Esporte e Juventude (Sejuv) e sugere pontos como: entrega de kits em sistema drive-thru; checagem de temperatura corporal na data da prova; diversas largadas com limite de participantes em cada; grupo de apoio portando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); além de trajeto em linha reta com redução de curvas.
A escolha pela praia seria um facilitador na definição do circuito retilíneo e de maior fluxo de ar, importantes para reduzir a propagação do novo Coronavírus. Logo, uma eventual liberação não indica o retorno de corridas dentro de cidades, no asfalto.
“É necessário muito cuidado para elaborar um evento sem risco, principalmente nas principais cidades, como Fortaleza. Um comitê está estudando os cenários, mas acredito em provas no asfalto somente após a chegada da vacina na Capital. A tendência mundial é flexibilizar para corridas de montanha, trilhas e praias. Isso para atletas de elite, que vivem da corrida e necessitam manter as condições físicas adequadas com treino e provas.”, reforça Ramalho.
União nacional
Sem a possibilidade de disputar provas no Brasil, empresas de todo o País, em movimento coletivo, criaram a Abraceo (Associação Brasileira dos Organizadores de Corrida de Rua e Esportes Outdoor).
O grupo, com gestores fixos nas regiões do território nacional, tem como objetivo liderar uma nova organização do segmento, com definição de protocolos, padrões de segurança e calendário.
Com participação de lideranças cearenses, a Abraceo tenta estipular um selo de qualidade nas provas para ascender o nível administrativo dos eventos.
Assim, há perspectiva de profissionalizar mais o setor em 2021 por meio de trabalhos coordenados com as instituições já vigentes do esporte.
Foto: Divulgação.