Experiência de Marca

Executivo do Facebook é destaque na Campus Party Recife

A palestra de Alexandre Hoagen girou em torno de dois pontos principais: a velocidade em que o mundo está mudando em razão das novas tecnologias, e o fato de que o comportamento humano, apesar disso, permanece o mesmo.

Como inovar e diferenciar seu negócio em um cenário de consumidores e empresas conectados 24 horas por dia? Os campuseiros que conferiram as palestras do vice-presidente do Facebook na América Latina, Alexandre Hohagen, e da brasileira prodígio do Vale do Silício, Bel Pesce, na Campus Party Recife receberam boas dicas para enfrentar esse desafio.

As conferências foram os pontos altos do sábado (28/07) na edição especial do maior acontecimento de inovação, entretenimento digital, ciência e cultura digital do mundo, que segue até esta segunda-feira (30/07), no Chevrolet Hall e no Centro de Convenções de Pernambuco.

Representando a primeira participação oficial da maior rede social do mundo em uma Campus Party, o vice-presidente do Facebook na América Latina, Alexandre Hohagen, falou sobre as mudanças e vantagens de uma sociedade conectada na palestra intitulada “O poder das conexões”.

Alexandre Hoagen durante palestra na Campus Party Recife.

Logo de início, Hohagen animou os campuseiros com a perspectiva de fazer parte da equipe da rede social. “Viemos trocar uma ideia com vocês, mas também estamos procurando gente para contratar”, disse.

A palestra girou em torno de dois pontos principais: a velocidade em que o mundo está mudando em razão das novas tecnologias e o fato de que o comportamento humano, apesar disso, permanece o mesmo. Unindo essas duas perspectivas, Hohagen justificou a explosão do Facebook num cenário em que outras plataformas e redes sociais já existiam.

“Costumo dizer que, nos últimos 15 anos, passamos de uma comunicação linear, um modelo 180°, para o modelo 360° de integração de vários canais de comunicação, e, hoje, chegamos num formado que chamo de 365° – mais importante que integrar os meios de comunicação, as empresas precisam estar em constante conversa com seus clientes e usuários para que sua marca esteja sempre circulando e influenciando”, observa.

Segundo o executivo do Facebook, a rede social atualmente reúne 995 milhões de usuários em todo o mundo, com uma média de 550 milhões de acessos únicos diários, sendo que 540 milhões de usuários acessam via celular.

“É essa necessidade de se conectar do ser humano que faz com que empresas como o Facebook tenham a capacidade de influenciar a sociedade. Não mudamos o comportamento das pessoas, apenas demos a elas novas possibilidades para se conectarem”, resumiu Hohagen.

À noite, o empreendedorismo foi destaque com a palestra de Bel Pesce. Com quatro diplomas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), ela contou sua trajetória – de criança curiosa e adolescente nerd a empreendedora do Vale do Silício.

“Não tem nada especial sobre mim, só que eu resolvi que podia fazer isso, fui atrás e consegui”, assegura com modéstia. “A palavra empreendedorismo, só aprendi da faculdade. Mas sempre fui empreendedora e não sabia. O empreendedor é aquele que corre atrás do que quer”.

Bel Pesce.

Seu primeiro projeto surgiu na tentativa de solucionar o problema da carência de cobertura de celular nas áreas rurais mais pobres e menos povoadas da África, há quatro anos. “A coisa mais importante do empreendedorismo é olhar ao redor e procurar a necessidade. Eu e mais três amigos de 19 anos de idade começamos a fazer isso”, lembra.

“Chegamos a uma solução, um walk-talk que custava cinco dólares. Mas as empresas não tinham interesse nesse produto. Nunca vi uma ideia que não deu certo por causa da tecnologia, sempre é por razões políticas ou econômicas”.

A brasileira prodígio do Vale do Silício logo se voltou para a área de software e foi trabalhar no Google. Também fazia mestrado nessa época. “Adorava aquilo, mas eu queria ter algo meu. Meus pais estavam felizes da vida, mas meu coração falava outra coisa. Eu queria começar uma empresa e não fazer pesquisa. Tranquei o MIT”, conta.

Depois de uma experiência bem sucedida de um ano e meio gerenciando três equipes em uma empresa, Bel finalmente encontrou o sócio ideal há cerca de um ano e lançou a própria empresa, a Lemon. Um percurso que parece simples na voz dessa paulista de 24 anos de idade que revelou aos campuseiros seu maior medo.

“Tenho pavor de ir dormir e pensar que não aprendi nada naquele dia. Por isso, anoto tudo que aprendi e as pessoas que conheci diariamente num caderno. Faço isso há alguns anos e foi dessas lições que surgiu o meu livro ‘A Menina do Vale’, disponível gratuitamente para download. Comecei divulgando no Facebook, e, em um mês, ele teve um milhão de downloads”, diz.