Uma das maiores artistas plásticas do Brasil faz 100 anos na ativa e na estrada. No Rio de Janeiro, uma exposição comemora a trajetória artística de Tomie Ohtake. Por mais que seja abstrato e muitos achem difícil de entender, todos podem se relacionar com a arte dela.
“Se eu pergunto sobre o mesmo quadro para as crianças, umas dizem que viram o mar, outras que viram o céu. Ainda há alguma delas que viu um avião ou uma teia de aranha caída. Enfim, nada está ali e tudo está ali porque cada um de nós projetou um significado. E a arte é isso”, descreve Paulo Herkenhoff, curador da exposição.
Tomie começou a pintar aos 40 anos de idade. Já era mãe do arquiteto Ruy Ohtake e de Ricardo Ohtake, presidente do instituto que leva o nome dela. A japonesa naturalizada brasileira é discreta, mas bem ousada na arte, pintura, gravura, escultura, seja o que for.
Para o curador da mostra a artista consegue projetar a “imperfeição” em suas obras. “Eu acho que a Tomie até hoje experimenta essa imperfeição do mundo, da obra e de cada experiência. É justamente porque é imperfeito que ela nos move, porque, se fosse perfeito, ela já teria chegado ao destino” afirma.
A artista centenária tem uma carreira brilhante. Já conquistou 28 prêmios e fez 50 exposições individuais e 85 coletivas, no Brasil e no exterior.
A exposição abrirá no sábado (23/11) e vai até o dia 02/02, de terça a domingo, das 11h às 20h, no Instituto Tomie Ohtake. A entrada é gratuita.