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Falha no Facebook é descoberta por brasileiro

O engenheiro Reginaldo Silva, participante do programa "Facebook Bug Bounty" (Caçadores de Erros do Facebook), encontrou uma vulnerabilidade nas entidades externas, que se não controladas poderiam permitir a leitura de arquivos arbitrários.

Uma falha na programação do Facebook, apontada por um brasileiro, resultou na maior recompensa já paga pela rede social, o valor total foi US$ 33,5 mil (cerca de R$ 80 mil).

O engenheiro Reginaldo Silva, participante do programa “Facebook Bug Bounty” (Caçadores de Erros do Facebook), encontrou uma vulnerabilidade nas entidades externas, que se não controladas poderiam permitir a leitura de arquivos arbitrários, colocando em risco os dados dos usuários.

Se usada por um hacker, a brecha poderia ter permitido a obtenção do controle do servidor, violando o código fonte da rede social e possivelmente as informações dos usuários armazenadas no banco de dados do Facebook, que não é disponibilizado publicamente.

O problema identificado por Silva estava no código responsável pela integração do Facebook com o OpenID, um padrão de internet que permite que a senha do Google, por exemplo, seja usada para fazer login em outros sites.

Como o OpenID é normatizado, qualquer fornecedor de serviços de internet pode criar seu próprio serviço de OpenID, permitindo que a conta do seu site seja usada em outros endereços compatíveis com OpenID. Dessa maneira, usuários não precisariam se cadastrar em cada site visitado.

O Facebook exige uma conta própria, mas na função “esqueci minha senha” ainda é possível usar o OpenID. A partir da rede social, um usuário pode fazer login em uma conta do Google e confirmar que um endereço do Gmail pertence a ele, iniciando assim o procedimento de recuperação da senha.

Silva já havia encontrado em 2012 uma vulnerabilidade que atingia diversos códigos usados para tornar um site compatível com OpenID. A brecha consiste em convencer o endereço a se conectar a um servidor OpenID controlado pelo invasor. Esse servidor malicioso pode, então, enviar comandos para ler arquivos que existem no servidor do site.

Ao encontrar a falha no sistema, Reginaldo Silva fez questão de entrar em contato com engenheiros do Facebook (Foto: Divulgação).

Em uma página contando sua história, Silva conta que teve dificuldades para descobrir essa falha. Eventualmente, o especialista encontrou uma maneira, e, com isso, conseguiu ler o arquivo do servidor do Facebook onde as senhas do computador ficavam armazenadas.

O brasileiro então explicou sua teoria de ataque aos engenheiros do Facebook, que confirmaram a validade da mesma. Com isso, Silva foi pago por uma brecha de “execução remota de código“. Em outras palavras, a invasão do sistema.

“Sabíamos que queríamos pagar bastante, então fizemos uma média com valores recomendados por um grupo dos administradores do programa de recompensa por falhas”, explicou o Facebook em uma publicação sobre o valor pago a Silva.

De acordo com a rede social, o problema já foi solucionado.