Com 29 projetos em andamento, o Google foi escolhido como a empresa mais inovadora da lista anual da Fast Company.
Entre as iniciativas da companhia baseada em Mountain View estão o Google Glass, o Google Fiber (que conecta algumas cidades nos EUA com internet de altíssima velocidade), o carro que anda sozinho, o experimento de varejo chamado de Shopping Express e a Calico, spin-off dedicado a buscar soluções biotecnológicas que combatam males associados ao envelhecimento.
Segundo a revista, o Google, uma companhia de US$ 350 bilhões, foi nomeada a primeira da lista pela amplitude de seus investimentos e projetos, por sua ambição e “incansável espírito” para continuar criando o futuro. Com isso, a empresa superou a Nike, a vencedora de 2013 – naquele ano a gigante tecnológica ficou em 11º lugar.
No ranking atual, a marca esportiva ocupa a sétima posição. Esta é a segunda vez que o Google assumiu o primeiro lugar. Em 2008 ela também tinha sido selecionada.
Entre as 50 companhias relacionadas está uma brasileira, a Braskem, apontada como a 41ª mais inovadora (o uso de etanol de cana de açúcar na produção de plástico verde ganhou destaque da revista.
O segundo lugar da lista de 2014 coube a uma fundação, a Bloomberg Philanthropies, que distribuiu US$ 452 milhões para iniciativas visando melhorar a vida nas cidades, para projetos sociais e para ações comunitárias.
A Fast Company a escolheu por “fazer o bem, com método”. A fundação atua com um sofisticado sistema de dados, que orienta cada passo do envolvimento da entidade em um processo, identificando prioridade e monitorando o progresso.
Em terceiro, ficou uma chinesa: a Xiaomi, por “reinventar o modelo de negócios do setor de smartphones no maior mercado mobile do mundo”. A empresa, que tem apenas três anos, lançou quatro modelos no ano passado e vendeu mais de 19 milhões de aparelhos no período, uma alta de 150% sobre o exercício anterior.
O quarto posto foi ocupado pela Dropbox. E em quinto brilhou a estrela da Netflix. Para conferir a lista completa, clique em Most Innovative Companies 2014.
12 Dicas para Inovar
A Fast Company listou também 12 lições de inovação, feitas a partir da observação da equipe da revista que passou mais de seis meses debruçada sobre o projeto, coletando e analisando dados (que resultaram no ranking principal e em outras listas, definidas por setores, como tecnologia e publicidade). Desse processo, resultaram estas 12 dicas:
1 – Espere pelo excepcional – as empresa mais inteligentes tendem a focar em poucos objetivos. Ambição demasiada pode distrair a companhia do essencial e básico.
2 – Inovação é episódica – empresas se alternam muito no ranking, mas não é porque perderam seu olhar para a inovação, e sim os momentos inovadores vêm e vão.
3 – Fazer dinheiro importa – ter grandes ideias é cativante, mas as companhias precisam se sustentar. Dropbox e Airbnb, a quarta e a sexta colocadas no ranking das mais inovadoras, respectivamente, são vistas por investidores como empresas de risco, mas elas cobram de seus clientes. Ao contrário de alguns empreendimentos que buscam receitas principalmente com publicidade, as duas são companhias baseadas em transações.
4 – A sustentabilidade encontrou um novo motor – não se trata mais de fazer promessas “verdes”. Hoje a eficiência energética, os combustíveis alternativos e a reciclagem são vantagens competitivas. A Braskem, uma petroquímica de US$ 19 bilhões, usa etanol de cana de açúcar em vez de petróleo. A Levi Strauss (número 30 no ranking) produz mais de 10% de suas roupas com material reciclado.
5 – Desbloqueie talentos globais e amplie possibilidades – no Quênia, um centro tecnológico, iHub (38º lugar na lista) segue os caminhos do Vale Silício. Conta com dez mil membros. Ajudou a lançar 152 companhias e gera esforços semelhantes na Tanzânia e em Uganda.
6 – A paixão está subestimada – ter uma boa base de fãs é uma ferramenta poderosa. O SXSW (12ª companhia mais inovadora) começou como um pequeno projeto regional. Agora, atrai mais de 60 mil pessoas ao redor do mundo. Ter a colaboração do público pode ser um recurso valioso para o desenvolvimento de iniciativas.
7 – Conflitos não são requeridos – como se implantam mudanças transformadoras em instituições calcificadas? Às vezes, o melhor é contornar essas calcificações.
8 – Clientes felizes fazem empresas felizes – premiar antigos clientes com novos features é uma estratégia de sucesso do Yelp (décimo no ranking). Outras empresas prosperam ao resolver problemas persistentes dos consumidores.
9 – Software bate o hardware – mesmo a iluminação, graças ao LED, se verá cada vez menos como um produto físico e mais como uma aplicação.
10 – “Made in China” é um elogio – a qualidade na produção da China está voltando. A ideia de que as companhias de lá não são adeptas da inovação ficou no passado. Além do exemplo da Xiaomi, o Beijing Genomics Institute (37º na lista) se tornou a maior instituição habilitada para fazer sequenciamento de código genético.
11 – O grande ganhador da “app economy” ainda é a Apple – a loja de aplicativos da Apple (14ª empresa mais inovadora) atingiu vendas de US$ 10 bilhões em 2013.
12 – Pensar grande não é bobagem. É obrigatório – A GE (27ª no ranking) estima que equipar motores de avião com um determinado tipo de sensores poderia resultar em uma economia de US$ 30 bilhões para as companhias aéreas em um prazo de 15 anos. A visão da Tesla de montar uma rede nacional de carros elétricos é muito ilusória? Talvez. Mas sem os sonhos, nunca vamos encontrar o caminho para o que é verdadeiramente possível.