Fala-se muito sobre como a geração Y se comporta no mercado de trabalho. Afinal, este perfil corresponde a 44% dos profissionais. Mas quem ainda está preocupado apenas com estes colaboradores está atrasadíssimo. A geração Z, que hoje está nas universidades e em breve nas empresas, representa um desafio ainda maior para os gestores, pois eles não querem ser empregados e sim empreendedores.
Atualmente, as companhias pensam em como se adaptar aos colaboradores que trabalham ao mesmo tempo em que atualizam seus status nas redes sociais, e como reter estes jovens que possuem um desejo constante por mudança e não ficam mais de três anos no mesmo emprego. Mas este pensamento já está atrasado. A preocupação deve ser: “quem vou contratar no futuro se a geração Z só pensa em empreender e não tem a mínima vontade de estar na minha empresa?”.
Em um encontro realizado recentemente, onde cerca de 30 corporações apresentaram sua área de atuação e vagas disponíveis para jovens universitários, este era o assunto nos bastidores: como ser uma organização na qual este universitário tenha vontade de trabalhar. Foi uma ótima oportunidade para trocar informações. Os alunos tiraram dúvidas sobre a carreira, o dia a dia do trabalho e até o que destacar no currículo. Enquanto os gestores tentavam entender o que este jovem considera atrativo em uma empresa.
Durante o evento, foi possível compreender que a geração Z é muito melhor preparada culturalmente. Isso porque é comum ver que alguns deles já fizeram viagens internacionais, intercâmbios e possuem, além do inglês, um segundo idioma fluente. Com isso, têm uma visão mais ampla e um repertório maior em relação às atualidades.
Percebe-se que hoje, com as características dos profissionais que estão no mercado, o que diferencia as empresas em que se deseja trabalhar, são as ações da área de Recursos Humanos. Avaliam se a companhia investe nos funcionários, como no auxílio para cursos de pós-graduação; preocupação com a qualidade de vida – programas de alimentação saudável e horário alternativo para fugir do trânsito, por exemplo; e até a localização da empresa – a distância de casa, quanto tempo levará para chegar ao trabalho, se possui bancos e restaurantes nas redondezas. Tudo o que antes era considerado detalhe, hoje é diferencial.
Certamente, estas são características dos profissionais que estão atuando no mercado (a maioria ainda da geração Y). Mas também serão consideradas diferenciais pelos universitários que em breve estarão trabalhando. Por isso, as companhias precisam se atentar para todas estas questões. Além disso, é importante ponderar sobre a vontade de ser dono do próprio negócio. As universidades estão preparando os jovens para serem empreendedores. E se a maioria for por este caminho, o que as corporações farão? Vale a pena refletir.