A grife carioca Farm está completando 20 anos com a criação de um selo musical próprio e o registro como gravadora. Nascida em um pequeno estande em uma feira de rua, a marca conta atualmente com 67 lojas próprias e um faturamento médio anual de R$450 milhões.
Este mês, lança uma banda própria de MPB, a Flor de Sal, que estreou durante o Arraial Tropical da Farm, festa junina promovida no último final de semana no Rio de Janeiro.
“Já tínhamos a música como um elemento importante com um aplicativo próprio de música muito antes de Deezer e Spotify bombarem. Desde o início investimos em sound branding como um código para construir uma marca forte, com playlists próprias e curadoria no sentido de valorizar a música e a cultura brasileira”, conta Taciana Abreu, head de marketing da Farm.
A banda é composta pela dupla Karina Zeviani e Micael Amarante, que produziram um álbum completo com nove canções originais. As primeiras faixas já estão disponíveis no iTunes, Google Play e Spotify.
“A ideia era fazer um trabalho que não parecesse publicitário, criando músicas legais de ouvir e onde os músicos tivessem liberdade criativa. Demos aos artistas uma espécie de dicionário com um vocabulário da marca, expressões e palavras que nos representam, e apresentamos playlists com referências que gostamos, como samba, caribós, afro-axés”, disse.
De acordo com a gerente de marketing, o objetivo era captar comportamentos contemporâneos nas músicas, aproximando diversas causas. O álbum conta com músicas institucionais, mas também com canções provocativas que vão do samba a um funk feminista. A tentativa de estar alinhado com os movimentos atuais também incentivou a criação de uma coleção masculina e peças sem gênero.
Neste momento, a marca quer trazer o público direto mais para perto de seu processo de lançamentos. Com duas convenções de lançamento anuais voltadas para o time interno, a Farm nunca havia apresentado uma coleção para o público geral , o que se concretizou no Arraial Farm. O evento foi realizado pela SRCOM.
Há dez anos, a marca promove ainda o desfile anual “Dia na Rua”, e tem também um bloco no carnaval de rua do Rio. O objetivo é ir além do Rio de Janeiro. “Estamos começando a fazer ativações em outras praças. Já fizemos eventos em Belo Horizonte e São Paulo, e este mês estaremos no festival Meca Inhotim pela segunda vez. Acreditamos muito nos festivais, e estamos olhando também para eventos regionais”, explica.
A marca tem um time de influenciadoras de todo o Brasil que trabalha no projeto “Sotaques”, cobrindo eventos através do YouTube e fazendo posts em blogs. Taciana explica que o próximo passo será a internacionalização, processo que já começou com a venda nos Estados Unidos, a partir da parceria com a marca Anthropologie. “Admiramos muito a Havaianas, e queremos ser este tipo marca que representa o Brasil lá fora e da qual as pessoas têm orgulho”, finaliza.