Experiência de Marca

Há males que vêm para o bem

É frase demagógica de quem é ufanista ou idiota, posição religiosa de quem entende que nasceu para sofrer ou percepção pragmática de quem sabe tirar de momentos ruins algo de bom?

Quando ouço a frase: Há males que vêm para bem. Paro para refletir.

É frase demagógica de quem é ufanista ou idiota, posição religiosa de quem entende que nasceu para sofrer ou percepção pragmática de quem sabe tirar de momentos ruins algo de bom?

No meu texto de hoje, acho que a frase que se presta ao que quero dizer é a da terceira opção.

A crise nos mostra faces. Faces humanas de gente que se entrega, resiste, ou mostra seu lado vil e/ou antiético. Faces de um mercado cruel e sem profissionais gabaritados nos clientes para entender quem pode resolver seus problemas de Comunicação de fato.

a males que vem para o bemA questão política não pode ser esquecida, porque foi a economia que naufragou na incompetência de uma gestão governamental cheia de erros, empáfia e desonestidade.

Perdemos clientes preciosos como a Petrobras e quase todos os órgãos públicos, que se retraíram, não apenas por conta dos escândalos de “grana”, que os coloca na mira da mídia e da justiça – os caras se pelam de medo de fazer uma concorrência, hoje, porque sabem que se ela não for transparente vai dar m… -, mas também porque a verba para eventos e ações ficou curta, numa prioridade de corte de gastos do governo.

Mas, como há males que vêm para o bem… Essa retração pode indicar que as agências de esquema, os lobistas e os profissionais desonestos, que faziam concorrências de cartas marcadas diminuam ou, quem sabe, sumam. E as concorrências públicas se tornem mais transparentes e verdadeiras e os vencedores, ainda que não concordemos, sejam aqueles que se enquadraram e seguiram o que o briefing pedia – menor custo ou melhor técnica ou uma média dos dois.

Os grandes clientes, aquelas empresas que já eram procuradas pelas agências para suas concorrências Job a Job, também retraíram seus investimentos, dificultaram o acesso de novas agências ou criaram processos mais severos de escolha daquelas que podem, ou poderão, doravante, participar de suas concorrências.

Mas, como há males que vêm para o bem… Isso tem proporcionado dois caminhos: a escolha de agências, dentro de um pool, que sempre estão presentes nas concorrências das empresas, e que são escolhidas por seu porte, e, assim, só concorrem com agências similares, evitando distorções graves; também tem surgido mais oportunidades de concorrências para escolha de agências para trabalhar um ou dois anos com o cliente, estabelecendo uma perenidade com ou sem fee. Perdem-se concorrências “a rodo”, mas ganha-se no aumento do número de agências qualificadas.

Como há poucas concorrências, muitas agências têm optado por levar ideias aos clientes dentro de suas possibilidades, numa percepção de que é melhor ganhar menos, mas fazer mais e que não dá para ficar esperando o cliente. Clientes antes pequenos para alguns, tornaram-se grandes, e não é nada incomum ver, hoje, agências outrora tidas como gigantes, que não participavam de concorrência com budget menor que “X”, disputando 200, 300, 400k com humildade interessante.

Mas, como há males que vêm para o bem… A situação acima tem proporcionado ideias muito criativas – no Júri  do Globes, esse ano, me surpreendi com tanta ideia legal, simples e de baixo custo. E isso efetiva uma de nossas principais características que é a de, estrategicamente, otimizar custos com ideias focais. Os clientes absorvem melhor, hoje, ideias que lhes chegam, com custos compatíveis à sua realidade e que tratam de suas questões emergentes.

Os eventos, as festas, os encontros meio que sumiram e acabaram e as agências que investem em disputar concorrências baixando preços já não têm muito o que baixar, e, por certo, se o fizerem, vão pagar para trabalhar ou fechar.

Mas, como há males que vêm para o bem… Isso tem permitido que Agências Live, de verdade, possam pôr em prática suas expertises, que efetivam venda de produtos e serviços, nas modalidades Incentivo, Merchandising e Promoção – nossa origem mais iminente -, isso porque quem apresenta ações, campanhas e eventos que propiciem aumento de venda tem tido sucesso.

Por fim, novos nichos se apresentam para quem tem percepção e busca opções, como, por exemplo, um mercado inexplorado, mas que pode, para quem tiver saco, ideias e disposição de ousar: os jogos de futebol, vôlei e basquete. O problema aqui é quem manda no lance.

Nos EUA, os esportes são filões de eventos e espaço para potencializar marcas e produtos. Ok, não adianta, aqui, pensar megalomaniacamente, sugerindo um show de intervalo do Super Bowl. Mas, porque não sugerir e apresentar ideias que entretenham o público que chega mais cedo, ou que não tem o que fazer no intervalo dos jogos, interagindo com ele ou apresentando coisas legais.

Viu, como há males que vêm para o bem, eu deixo a chatice de frases feitas para você pensar.

Mexa-se, porque há adágios legais e que podem fazer sentidos. Mas há, também, os que são mentirosos e que nos levam a crer que há males que são males mesmo. Como por exemplo:

Os últimos, serão os primeiros.

Nunca serão! Os últimos serão os últimos, e, aí, o último a sair vai apagar a luz de sua própria Agência ou suas esperanças mais fortes.