Em meio à polêmica dos jogadores removerem produtos dos patrocinadores da bancada das coletivas da Eurocopa 2020, chamou a atenção de muita gente o fato de parte do incômodo dos atletas com a presença do merchandising se dever a motivos religiosos.
Bom exemplo foi Paul Pogba, que buscou tirar do campo de visão das câmeras as garrafas de Heineken sem álcool por ser muçulmano – uma crença que proíbe o consumo de álcool.
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A questão demorou, mas enfim foi resolvida pelas partes envolvidas. Tanto a Heineken quanto a Uefa anunciaram na última quinta (24), que vão deixar de exibir itens da marca de cerveja nas coletivas quando as mesmas contarem com participação de jogadores muçulmanos.
Atletas da categoria já haviam sido autorizados previamente a remover os produtos por conta do tópico, mas agora o merchandising deixa de estar à mesa oficialmente.
Alem-disso, as duas organizações vão perguntar de antemão a equipes, dirigentes e jogadores se eles por questões religiosas se opõem a ter garrafas da Heineken 0.0 – o produto escolhido pela marca para ser impulsionado pelo evento – nas coletivas oficiais do evento.
O diretor da Euro 2020 Martin Kallen ainda fez questão de salientar que o evento nunca multa “diretamente” um jogador, sempre emitindo advertências e punições por intermédio da federação nacional participante.
Esse último esclarecimento ocorre sobretudo porque a organização da competição anunciou na semana passada que começaria a multar jogadores que mexessem com os produtos dos patrocinadores durante as coletivas, uma ação que pegou mal em virtude do motivo religioso de parte dos protestos.
O caso de Pogba foi a fagulha, mas muitos questionaram o posicionamento de uma Heineken 0.0 durante uma entrevista do também francês e muçulmano Karim Benzema à imprensa na última quarta (23).
Enquanto isso, o caso da rixa dos patrocinadores e jogadores segue ganhando novos capítulos no esporte. No jogo entre Portugal e França, por exemplo, o Telegraph reporta que Cristiano Ronaldo quase foi atingido por uma Coca-Cola arremessada no campo, numa espécie de represália ao seu ato que despertou toda a discórdia nos arredores do torneio.