No momento atual, precisamos muito de todos eles, principalmente do primeiro e do último. O primeiro, está ligado à sua religião, ao seu credo, ou não. Mas o último, no plano terreno, tem muito a ver conosco, profissionais de live marketing.
Desde a nossa origem somos, por definição, CONSERTADORES. O grau de imprevisibilidade com que trabalhamos sempre, nos dá o direito de assumirmos este rótulo, entre vários outros.
Não há evento ou ativação que não conte com imprevistos, alguns até, sem qualquer chance de serem incluídos no planejamento, por melhor que seja. Assim, o profissional de live marketing é um consertador nato e que tem que estar sempre de plantão, capaz de criar correções de curso com agilidade e eficiência tal que, em muitos casos, sequer são percebidas, seja pelo consumidor, seja pelo cliente.
Na atual crise teremos, mais uma vez, a oportunidade de demonstrar este nosso lado consertador.
Um ponto importante:
A Secap/ME já está fazendo a sua parte: informou que aceitará suspensão de promoções autorizadas durante a crise, que poderão ser continuadas após a volta da normalidade, sem que isso acarrete multas ou outras penalidades para as empresas.
Não é o ideal, mas dadas as circunstâncias, já dá um certo alívio, na medida em que demonstra que o nosso Órgão Regulador, está sensibilizado com as iminentes perdas do setor.
Mas ainda tenho que perguntar: como ficamos em relação aos nossos clientes? Ações já começam a ser suspensas. Como temos uma relação de muito assédio corporativo, em que as agências têm que levar a cabo as atividades e somente receber depois 90 a 120 dias, pós-evento, como vamos responder adequadamente aos custos já incorridos?
Vamos assumir a expansão do prazo de financiamento destes clientes? Ou será que eles vão aceitar pagar o que já está comprometido, e, talvez até, gasto? Acho que isto é uma questão das mais importantes, se não até de sobrevivência.
Pode parecer demasiado, mas não se trata apenas da sobrevivência desta ou daquela agência, mas até mesmo do setor, como o conhecemos hoje.
Não é para menos que achei muito interessante o artigo publicado em 17/03/2020 pelo Paulo Octávio P. de Almeida, VP Executivo da Reed Exhibitions Alcântara Machado, sob o título “Irrelevância ou Protagonismo”, no qual provoca a discussão sobre se o live marketing vai sair desta crise demonstrando ser protagonista, de fato, ou irrelevante, por tudo ter acontecido on-line e ter funcionado normalmente, sem perdas.
Certamente não vamos parar. O Brasil já demonstrou, em outras oportunidades, que temos a capacidade de passar por crises e sairmos ainda mais fortes.
Então agora, mais do que nunca, devemos colocar o nosso Equipamento de Proteção Individual (EPI) virtual e reorganizar nossas ações considerando este novo imprevisto, que é a drástica redução do “Live”, por conta da crise sanitária.
O digital, que cada vez mais auxilia nas atividades, passa a ser, pelo menos temporariamente, o protagonista e o desafio é torná-lo mais “Live”, mais próximo das pessoas, sem a presença real. Será possível? E depois? Como será o live marketing pós Covid-19?
Finalizo o texto tomando a liberdade de replicar o questionamento do Paulo Octávio: “Qual a sua visão do pós-crise? Irrelevância ou protagonismo?