Tempos bicudos. Bicudíssimos.
A morte vista de perto divide águas, e, quando vira rotina transforma a vida.
Morre o amigo. Morre o parente. Morre a pessoa querida de alguém querido.
De Covid ou não, pouco importa. São existências que se abreviam. Lacunas, em alguns casos imensas, que tomam o lugar de gente amada. Gente que fazia diferença para um pequeno entorno, ou para o mundo inteiro.
Aqui no bananal somamos, em pouco mais de um ano, 400 mil pessoas ao contingente que, naturalmente, partiria dessa para melhor (melhor?).
Inevitável que efeitos disso se espalhem e afetem da economia ao comportamento. Da religião ao pensamento filosófico.
Uma tendência crescente é a adoção da chamada filosofia Yolo (You Only Live Once).
Veja bem. Não significa ser porra louca, transar (oi?) sem camisinha, andar sem máscara, gastar até o último centavo, como se não houvesse amanhã.
Mas valorizar seus momentos, e não perder tempo com o que ou quem não vale a pena.
Serve para trabalho, relacionamentos amorosos, amizades, posicionamento social. Está bacana para você? Está te realizando? Tem sentido? Se as respostas não forem sim, sim e sim, vale um “peraí” e uma negociação enérgica com você mesmo para mudar isso.
Aí vem a pergunta que tenho como objetivo encaixar sempre nos artigos para honrar a paciência do leitor do Promoview que me dá a honra da leitura (e o Julio Feijó, que me abriga aqui amistosamente): e o que isso tem a ver com o live marketing?
Resposta: Tudo.
Numa indústria que trabalha com a experiência, saber que a cada dia mais gente entendeu que “A vida é bela, só nos resta viver” (Salve Angela Ro Ro), é definidor.
Porque seja no evento, na ativação, no programa de incentivo, na promoção, na ação de PDV, temos (virtualmente, presencialmente, ‘whatevermente’) que inserir as marcas, produtos e serviços para os quais trabalhamos nesse universo que vale a pena ser vivido. Que entrega experiência excitante, atraente, me-mo-rá-vel.
Isso afeta a maneira como nos posicionamos, nos relacionamos com os clientes, propomos soluções.
Pode até ser que mude, mas hoje não acredito em nada morno, nada tirado da gaveta.
Se não faz sorrir, chorar, pensar, humanizar, aplaudir, talvez melhor não fazer. Já tem tanto de morno no mundo (e ninguém presta atenção!).
Precisamos fazer o papel dos provocadores, dos humanizadores das marcas. Convidar nossos clientes a mergulharem estrategicamente nas ações – nunca gratuitas – corajosas, de impacto. Buscar o inesperado consistente com os valores das marcas, produtos e serviços. Não é sobre fazer barulho, é sobre fazer diferença.
You only live once é primo do carpe diem. Ambos trazem uma relativamente ansiosa demanda por intensidade. Mas, pense bem: Estão certos. Se a barriga não esfria, a perna não treme, a boca não seca, para que catso estamos vivos?
O mundo está com emoções à flor da pele. Vamos gerenciar isso para o lado do bem, do prazer, das experiências inesquecíveis. Surfar as ondas de Nazaré em vez de pegar jacaré na Riviera São Lourenço.
Pouco 8 e muito 80. Tudo 80. Pelo menos por enquanto, até que seja lá o que for nos separe.
Wilson Ferreira Junior É jornalista e empresário. Está investindo em sonhos, verdades e emoções porque elas têm mais graça, dão resultado, e geralmente custam menos que bitcoins.