Na atual conjuntura econômica, com o aumento da desigualdade social, inúmeras soluções e atividades com grande potencial de geração de valor socioambiental ainda permanecem à margem da economia e com atuação bastante elementar. Isso porque as organizações que compõem o terceiro setor dependem de doações como a sua principal forma de alavancar capital.
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Nessa perspectiva, o grande desafio está em encontrar um fluxo constante de dinheiro que as permitam aumentar seu impacto social, de forma que os financiamentos não conflitem com sua natureza social e filantrópica.
Para que a filantropia cumpra seu papel de resolver problemas reais do mundo, é necessário que ela seja reestruturada, com foco em desenvolver soluções de forma palpável, tecnológica e conectada às tendências de outros setores.
A exemplo do mercado de startups e empreendedorismo, por meio do investimento em tecnologia e inovação, algumas iniciativas já caminham nesse sentido. Conhecidas como techs, em uma infindável lista de setores: as fintechs, healthtechs, govtechs, edtechs e etc, promovem soluções justamente utilizando a tecnologia e novos modelos financeiros.
A profissionalização das atividades filantrópicas pode impulsionar ações sociais que já existem e transformá-las, com um modelo de negócio eficiente e duradouro, tornando esse processo menos paliativo e mais escalável.
Dentro desse contexto, surge a Filantech, um movimento iniciado de forma pioneira no Brasil pela Infineat, o primeiro player a repensar essa dinâmica no país. A startup iniciou sua atuação na gestão de desperdícios para solucionar problemáticas sociais importantes e urgentes, como a fome, trazendo uma nova abordagem de como se construir negócios no terceiro setor: com a mentalidade de crescimento, escalabilidade, tecnologia e sustentabilidade.
Inovando no segmento filantrópico relacionado às doações de alimento, a Infineat propõe uma transformação na gestão de desperdício. A filantech atua com um modelo totalmente novo, a partir da criação de soluções que contemplem todo o cuidado do alimento. Desde o momento em que ele foi considerado impróprio para venda, onde o caminho natural era o lixo, a startup subverte essa lógica, pois embora não podendo mais ser comercializados, os alimentos ainda estão próprios para o consumo.
Nesse cenário, a Infineat surge fazendo a gestão completa desses produtos (com aparência danificada; que não irão para o ponto de venda; com prazo de validade próximo; ou que por algum motivo seria descartado por não ter mais potencial de comercialização) até a última ponta, a fim de permitir que o alimento produzido cumpra seu papel: alimentar pessoas com dignidade.
A estratégia resolve problemas dos clientes do setor alimentício, que antes descartavam toneladas de produtos por não existir solução socioambientalmente adequada para lidar com o desperdício. Dessa forma, garante-se que o alimento seja utilizado em sua totalidade, trazendo benefícios a todos os envolvidos na cadeia.
A Infineat é uma associação sem fins lucrativos, que recolhe alimentos que seriam descartados, com um custo zero para o doador. Ao mesmo tempo, esses alimentos possuem um valor potencial integral para a entidade, uma vez que senão viessem de doações, para adquiri-los ela teria que comprá-los. Para cada real investido na operação, cerca de 15 reais em valor de produtos são resgatados e entregues às instituições assistidas.
“A nossa atuação é baseada em uma solução completa de doação. Para tanto, altera a logística de descarte de alimentos das empresas, tornando o processo mais organizado, otimizado e com custos reduzidos. Além de oferecer total apoio jurídico, consultoria e treinamento, também somos responsáveis por gerir a operação diária entre cada cliente e as instituições beneficiadas, auxiliando no redirecionamento dos alimentos e da atuação ESG da empresa”, explica Alexandre Vasserman, CEO da Infineat.
Além disso, a filantech unifica o relacionamento e conexão com ONG’s parceiras que processam e/ou distribuem os alimentos: escolas, asilos, creches, comunidades e afins. “Via plataforma proprietária, absolutamente todos os dados são imputados e analisados, permitindo entendimento do que seria descartado, mas que, agora, é redirecionado a quem mais precisa. Trazemos estudo do impacto sócio-econômico-ambiental da parceria. O verdadeiro ganha-ganha-ganha”, finaliza.
E quem já tem atuado nesse movimento junto à Infineat?
Em 4 anos de atuação, a Infineat firmou parceiras com grandes clientes como Unilever, Coop, e Grupo St. Marche. Como resultado de suas estratégias inovadoras de filantropia, já conseguiu redirecionar 850 toneladas de alimentos, correspondentes a 1,4 milhões de refeições complementadas. Atualmente, são quase 60 toneladas redirecionadas por mês, com crescimento de 12x no último ano. Quando se fala em economia gerada, ao todo já foram 7,7 milhões de reais em valor de produtos.
“O conceito de Filantech surgiu com o propósito de gerar uma revolução no setor filantrópico, reforçando a atuação de causas que já existem e que não conseguem se alavancar, ampliando seu poder de ação e de impacto”, reforça Vasserman.
A Infineat está na vanguarda da implementação desse modelo de negócio no Brasil, com trabalhos voltados para o combate à fome e à gestão de desperdícios, que visam solucionar problemáticas sociais e ambientais. O projeto se mostra como um primeiro passo, do qual muitas outras iniciativas, empresas e setores, podem se beneficiar, sendo possível vislumbrar a sua aplicação em diferentes segmentos e realidades.