* Por Sandro Ari Pinto.
Inovação é um conceito usado de maneira corriqueira e que se tornou a palavra da moda atualmente. Em palestra durante o Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão, em agosto desse ano, o cientista chefe da IBM do Brasil, Fábio Gandour, que palestrou sobre como transformar a inovação em algo prático e efetivo, contou que em visita ao hipermercado que freqüenta parou com curiosidade na sessão de xampus.
Um dos produtos chamou sua atenção pelo apelo “original”: “Aqui contém muito mais inovação”. O espanto do cientista, que é membro da Academia de Ciências de Nova York e da Academia IBM de Tecnologia, foi de que a inovação tornou-se um “pozinho mágico”, um ingrediente especial na composição de um produto.
Para Gandour, os homens de marketing sabem o impacto da palavra inovação e usam esse recurso para vender de carros a cosméticos.
Etimologicamente, inovação significa novidade ou renovação de uma ideia, método ou objeto criado e que pouco se parece com os padrões anteriores. Nos dias de hoje, ela é utilizada no contexto de invenções ligadas, principalmente, à economia. Em outras palavras, é a invenção que encontrou uma utilidade prática e demanda de mercado.
No mundo corporativo, a necessidade de inovar se tornou palavra de ordem. Uma das formas de superar a concorrência e ter sucesso dos negócios é buscar o diferencial. Quando a empresa não trabalha com algo exclusivo, a maneira de driblar a situação é dar ao cliente um motivo para escolher quem oferece a solução mais inovadora.
Na Ciagroup, agência com 21 anos de atuação no segmento de marketing promocional, criamos o cargo de vice-presidente de inovação, que tem entre suas atribuições pensar o trabalho com um olhar para “fora da caixa”.
Além disso, criarmos um cenário que estimula a participação de colaboradores no processo de decisão e incentiva o compartilhamento de informações e a pró-atividade, além do uso eficiente dos meios tecnológicos.
A preocupação com esta visão é muito importante em qualquer trabalho, pois sem este direcionamento a empresa está fadada a desaparecer. Ram Charan, conceituado consultor internacional, em um encontro que participei, disse que precisamos estar atentos ao que acontece, muda e é novo. Será que as empresas estão atentas às grandes mudanças tecnológicas que estão acontecendo?
Outra inovação que acontece neste momento é a mudança no comportamento na compra das pessoas. Atualmente ele acontece quando o consumidor decide adquirir um produto e, então, começa um processo de busca na internet.
Eles aprendem sobre o produto ou serviço por meio dos resultados das pesquisas, análises de outros usuários, classificações, textos de anúncios, imagens, manchetes, vídeos e até o bom e velho site oficial da marca.
O consumidor se informa, avalia, compara para, só então, decidir o que consumir. A pré-compra se tornou uma parte importante do comportamento de boa parte da população. No mundo contemporâneo, as pessoas se envolvem na descoberta e apuração de algo, antes de consumir até mesmo itens cotidianos. É a maneira como as pessoas compram hoje.
Jim Lecinski, diretor geral de vendas e services do Google nos Estados Unidos, que atua há 20 anos com marketing integrado, conta que centenas de milhões de vezes por dia o marketing acontece no momento em que a pessoa pega seu laptop, celular ou qualquer outro dispositivo para se conectar à web e começa a se informar sobre um produto ou serviço que se está pensando em experimentar ou adquirir. Eles chamam isso de ZMOT, o momento zero da verdade.
Estudos recentes da empresa dão conta que 70% dos americanos dizem ler análises de produtos, antes de fazer uma compra. 79% usa smartphone para ajudar no processo e 83% das mães norte-americanas, por exemplo, dizem realizar pesquisas on-line depois de assistir a comerciais de TVs de produtos que interessam a elas.