A Jaguar, marca de carros tradicionalmente associada a esportivos de luxo com design atemporal, surpreendeu o mercado com um rebranding ousado. O novo logotipo, minimalista e geométrico, substitui o felino icônico que por décadas simbolizava a potência e a elegância da marca.
A paleta de cores também foi renovada, com tons mais vibrantes e modernos, refletindo a transição da marca para veículos elétricos. Essa mudança radical, no entanto, não foi recebida de forma unânime. Enquanto alguns elogiam a modernidade e a ousadia do novo design, outros criticam a perda da identidade tradicional e a semelhança com o logotipo da Land Rover.
A decisão da Jaguar de abandonar o felino, um símbolo tão forte e reconhecido, gerou um debate acalorado entre designers, consumidores e especialistas em marketing.
A ideia por trás do rebranding da Jaguar
Segundo as palavras da própria empresa, o rebranding da Jaguar busca transmitir a ideia de modernidade, tecnologia e sustentabilidade, valores cada vez mais importantes para os consumidores.
O logotipo minimalista e a paleta de cores mais vibrante trazem uma sensação de movimento, algo que é normalmente associado aos carros elétricos que as fábricas da marca devem se dedicar a produzir nos próximos anos.
No entanto, alguns internautas — e até certos especialistas — afirmaram que a simplificação excessiva do logotipo e a ausência de elementos mais distintivos podem gerar uma sensação de algo genérico, dificultando a memorização e indo justamente no caminho contrário à ideia de tecnologia e luxo ambicionada pela Jaguar.
Isso fica especialmente evidente quando, analisando algumas das reclamações vistas por internautas no X (antigo Twitter), vê-se a comparação com a identidade visual da Land Rover, outra marca do mesmo grupo Jaguar Land Rover, o que levantou questionamentos sobre a originalidade e a diferenciação da nova marca.
O que está por trás do rugido
A estratégia de comunicação da Jaguar para o lançamento do rebranding foi marcada por uma forte presença nas redes sociais e uma campanha visualmente impactante. A marca buscou enfatizar a ruptura com o passado e a construção de um futuro mais sustentável e tecnológico.
No entanto, a ausência de uma narrativa mais clara e consistente sobre a nova identidade pode ter contribuído para a confusão e as críticas por parte do público. A falta de associação do novo logotipo com os veículos da marca também gerou questionamentos sobre a relevância da mudança para o consumidor final.
O rebranding da Jaguar representa uma aposta ousada em um momento de grande transformação para a indústria automotiva. A transição para veículos elétricos exige uma reinvenção das marcas, que precisam se adaptar às novas demandas e expectativas dos consumidores. Porém, a mudança radical na identidade visual da Jaguar pode ter sido excessiva para alguns, gerando mais confusão do que identificação.
Por essa razão, a marca terá que trabalhar duro para construir uma nova narrativa e associar o novo logotipo a uma experiência de marca positiva e memorável. O sucesso desse reposicionamento dependerá da capacidade da Jaguar de comunicar de forma clara e consistente os benefícios da eletrificação e de oferecer produtos que correspondam às expectativas dos consumidores.
Há que se considerar que esse rebranding da Jaguar parece marcar um posicionamento mais provocativo: parte da estratégia de comunicação da nova identidade visual envolveu a marca apagando todos os posts anteriores em seus perfis nas redes sociais: seja no site oficial, no X, Instagram, LinkedIn, YouTube ou qualquer outra plataforma, todas as publicações refletem a iminência da mudança.
Seja pela queda definitiva na opinião pública ou pelo êxito em reverter a má impressão em algo positivo, é provável que a espera não seja longa: a campanha — intitulada “Copy nothing” — faz referências ao dia 2 de dezembro, indicando que um anúncio mais consistente deve ser feito nessa data, em Miami, nos EUA.