Um dos principais patrocinadores de eventos do país, com uma verba anual definida em R$ 86,6 milhões, a Caixa passou os seis primeiros meses deste ano sem sequer viabilizar encontros híbridos, o que tem deixado preocupadas não só as agências que venceram a concorrência do final de 2020 — EA, Promova e Terruá — como os fornecedores que tradicionalmente vinham atuando para o banco.
Apesar de nenhum dirigente das três agências envolvidas querer se manifestar, a Janela tem sabido de uma série de dificuldades que elas vêm tendo no relacionamento com a Caixa. A começar pelo impasse na forma de faturamento dos tais fornecedores.
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A instituição, diferentemente do que faz na área de publicidade, quer que os prestadores de serviços e de materiais que vierem a ser contratados pelas agências de promo para a produção do evento faturem diretamente para elas e não para a Caixa.
No-mercado publicitário, contas federais permitem que veículos e fornecedores emitam nota diretamente para os anunciantes, evitando a bitributação, já que a receita das agências corresponde apenas a um percentual do valor total da verba.
Na área de promoções e live marketing, também é significativa a parcela da verba destinada a pagamento de infraestrutura, materiais e profissionais terceirizados. E a Caixa, pelo que chegou à Janela, se recusa a aceitar a mudança.
A situação para o mercado se agrava porque a Caixa exige de suas contratadas uma estrutura mínima em Brasília para lhe atender, gerando custos inclusive de pessoal.
Curiosamente, a Janela soube que a Caixa até chegou a realizar concorrências internas entre as três agências acenando com eventuais projetos. As três apresentaram propostas, a Caixa decidiu a vencedora, mas nada foi adiante.
Problemas anunciados
Desde que a Caixa colocou sua conta promocional em disputa, polêmicas têm chegado à mídia.
A previsão da Caixa, no edital, era contratar três agências. Pois no dia da sessão de entregas de propostas, apenas três apareceram querendo a conta. As três que acabaram sendo oficializadas como vencedoras.
Comentários no mercado seria de que outros grandes players da área de promoções de Brasília, como a Flap, a Fermento e a Nosotros, nem se animaram a participar, não fosse por ainda terem valores antigos a receber do cliente, como por ter a Caixa reduzido sensivelmente seu percentual de remuneração para as agências, agora em apenas 5%.
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