Se você é um criador de experiências por meio de eventos deve estar achando que 2021 ainda não começou, não é mesmo? Ainda continuamos sofrendo os impactos da pandemia.
Um dos setores mais atingidos. Fato. Agora, na expectativa que as vacinações alterem este cenário possibilitando o retorno de todos ao trabalho.
Na Alemanha, o governo decidiu dar apoio financeiro a todos os organizadores de eventos (Que foram, em última instância, proibidos de trabalhar por decisões governamentais). São 642 bilhões de euros para cobrir os prejuízos dos players deste setor lá.
Realmente, na Alemanha, existe a consciência da importância deste setor para a economia. Que inveja! Por aqui existem iniciativas das associações do setor em pedir ao governo que crie um programa emergencial de retomada do setor de eventos (Perse como esta sendo chamado!), mas acredito que em um país de tantas deficiências e desigualdades como o nosso, este tipo de solicitação (justa) deverá encontrar um caminho tortuoso ante as opções de investimentos que os nossos políticos terão para escolher.
Sera-então que 2021 será um playback do ano passado? Paralisação, incertezas, cancelamentos e adiamentos? Eu creio que até a metade do ano estaremos sim, enfrentando este momento playback, mas que a partir de junho eu acredito que teremos uma recuperação da confiança no nosso setor.
O calendário de eventos já se ajustou a essas expectativas. Mas ainda temos grandes desafios para implementar antes das vacinas…
Desafios dos criadores de experiências: Aglomerações, rentabilidade, escala
1º Megadesafio: Aglomerações. Precisamos saber neste momento separar eventos com focos na geração de negócios ( audiências controladas ) dos eventos com foco na geração em emoções (audiências maiores geradas a partir da compra de um ingresso ).
Em audiências corporativas/negócios é essencial o controle total da audiência e o organizador pode fazer uma seleção de quais indivíduos podem ou não participar (grupos de risco não sendo convidados por exemplo).
Já os eventos geradores de emoções precisam das vacinas para recuperar a sensação de segurança sanitária que sumiu durante o ano de 2020. Os timing serão diferentes e precisamos contar com o entendimento de todos neste sentido.
2º Mega Desafio: Rentabilidade. Acredito que os eventos híbridos podem aumentar muito a audiência de qualquer evento, desde que bem divulgado, e que não seja visto como o inimigo do evento puramente presencial.
Mas como fica a magia da experiência presencial? Somos gregários e a presença física em experiências corporativas ou emocionais não vai acabar! Mas a rentabilidade dos eventos precisa de foco e atenção de todos.
Inicialmente, os custos são extras/não inicialmente previstos. Mas as possíveis receitas advindas destes novos formatos são notícias positivas. Só fazer virtual é mais barato que fazer 100% presencial. Fato. Mas e a tal da experiência?
3º Megadesafio: Escala. Este desafio é uma sequência do 2º desafio. Assumindo que os eventos serão mandatoriamente híbridos no futuro para ampliar as audiências, qual é a estrutura de custos mínimos que um organizador de eventos corporativos deve assumir no seu budget?
Qual parte do evento vai acontecer em um hotel com qual audiência e qual audiência estará acessando o evento virtualmente? Quais serão as possíveis receitas adicionais que poderão ser obtidas?
Lembrando que, até o 2º semestre, já deveremos ter uma situação de segurança sanitária ampliada com o desenvolvimento das campanhas de vacinações. A tendência do híbrido veio para ficar. Alguns eventos saberão implementar esta audiência virtual de forma exemplar.
Quem escolheu trabalhar no setor de live marketing sabe que não é uma atividade para fracos. Resiliência é tudo. Coragem é necessária para saber mudar.
Pivô ou evolução? O que nós precisamos? Saber gerar conexões emocionais e comerciais não são atividades que terminaram com a pandemia. Muito pelo contrário. Que venha 2021. Adeus 2020!!