Ativação

Festivais – onde todos os stakeholders vivem experiências intensas

Música e lives foram uma das válvulas de escape das pessoas nos últimos 02 anos.


Música e lives foram uma das válvulas de escape das pessoas nos últimos 02 anos. Na fase pós pandêmica, o que mudou no setor de entretenimento é que as pessoas saíram dos computadores/celulares e estão esgotando os ingressos dos shows, turnês e em especial dos festivais. Todos ávidos por ver seus ídolos, ou por estarem com mais gente, em busca de emoções – sejam elas na pista ou nos camarotes. 

Por outro lado, as marcas que precisam se comunicar, ainda mais com esse hiato de relacionamento trazido pelo isolamento social, também tem comprado as cotas de patrocínio com muito interesse e velocidade, seja para minar ação de concorrentes ou para garantir ambiente que traga oportunidades de criar e/ou reforçar um elo com o público, num ambiente positivo e alegre. 

Aliás, as marcas parceiras investem além do dinheiro, uma atenção especial a curadoria criativa que compõe esse cenário de experiências do evento e que provoque arrepios e simpatia por aquele que está oportunizando essas sensações – o tal do patrocinador com seus espaços e ativações, potencializam a presença da marca mostrando uma mensagem, um acolhimento e uma forma de conhecer e degustar seu produto, serviço ou meramente seu branding. 

 

Aline Gurgel e Rodrigo Galvão em casamento no Rock in Rio 2022 – Sofia Cerqueira/VEJA

Aliás, facilitar que essa mensagem possa ser replicada nas redes sociais pulverizando mais ainda sua marca, inclusive podendo ser forma de analisar seu ROI, como comprova a  “Brand Logo Detection” – uma metodologia de inteligência artificial desenvolvida pela Elife e AS 365 que analisou mais de 25.000 fotografias publicadas no instagram durante o Lollapalloza descobrindo as marcas mais presentes, mas além disso temos mais impactos no pós evento, vejam no RIR, com os brindes, utensílios que se tornam lembranças, modelito, item de coleção e até mesmo estado civil, enfim muitas coisas ficam fora do alcance de mensuração.

Inclusive, nas ativações de patrocínio de festivais temos o foco no in loco, mas também se pudermos estimular essa capilaridade, melhor ainda, pois o alcance on-line, multiplica-se, afinal quanto mais interessantes, geram estórias mais compartilháveis. Esse é uma estratégia que também pode ser trabalhada antes do evento, como proporcionar a oportunidade de ir ao evento – afinal os ingressos esgotam rapidamente ou tem preços altos para muitos, dificultando a aquisição, e as promoções são uma forma de iniciar aquele elo positivo, bem como ações de cocriação que atuam como um ingrediente fundamental no quesito pertencimento e conquista de um participante que vai conferir o resultado no espaço da marca no evento, exemplificadas nas ações abaixo: 

Saiba mais sobre esses projetos criados pela Batux e a Todos, respectivamente 

Os festivais entendidos como um super produto de conteúdo também figuram na grade de parceiros de mídia como TV´s e sites, que colocam um time de apresentadores e influenciadores que por si só já chamam a atenção, sem falar na oportunidade de quem não foi, sentir um pouco da atmosfera do evento, ou de quem foi num final de semana e não no outro, continuar com a sensação de ser integrante do mesmo. Outro ponto, é que mesmo que você não tenha ido ao Festival, pode ter a oportunidade de consumi-lo através de programas especiais de compilados dos principais e melhores momentos, atingindo desde o perfil de público que gosta de estar na tranquilidade do seu lar ou daquele que por algum motivo não pode ou não conseguiu ir. Sem falar que os próprios canais, enriquecem as transmissões de maneira a não ser somente uma reprodução e sim também criam formas de interagir. Um exemplo de gamificação, foi a fórmula encontrada pela Multishow e Canal Bis durante o Lollapalloza, onde os influenciadores comandavam a atração, mas tinham que cumprir missões disputando as popularidade ao vivo em tom de gincana e com a colaboração do público gerando engajamento. 

Sob outra perspectiva, temos que a FOMO é fato em mega eventos com diversos palcos e muitas horas de duração, o que faz com que muitos consumidores, mais interessados em certos estilos musicais e fiéis a certas bandas querem curtir seus artistas de forma mais próxima ou se concentram num palco só e por vezes não são tão impactados por essa “maratona” de caça brindes e vivências nos espaços das marcas; muitas vezes por causa das longas filas que não justificam o risco deles perderem algum momento das apresentações que são o foco deles. Para este perfil de fã, festivais menores, com line up mais reduzido e complementar, que aconteça em espaços mais próximos e de fácil deslocamento tendem a ter sucesso, como vimos com o Turá e MITA Festival, inclusive oportunizando a presença de marcas que talvez não tenham budget tão robusto ou que estrategicamente entendem que esses formatos mais petit, personalizam mais suas ativações e atendem o seu público de forma exclusiva. 

Como disse Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, durante a versão de edutainment Rock in Rio Academy (aliás mais um produto do RIR) “É óbvio que a plateia é mais importante do que o show”, se entendermos que eles são os responsáveis pela compra dos ingressos, do pagamento dos serviços no festival e possíveis subprodutos de licenciamento, já que eles são sócios da festa, mas tem também a “vibe” que eles imprimem e agora com as redes sociais atuam como embaixadores ou detratores do produto, eles são fundamentais. Mas outro stakeholder entendeu a importância da plateia e colocaram foco nela, ainda mais nos mega festivais, estou falando das bandas/artistas. Desde que a venda de discos e cds não são mais a fonte primária dos artistas, estes também dependem de suas participações em turnês e este tipo de evento, para tal investem pesado em sua performance não só ensaiando, mas em seu design de luzes, figurino, cenário e interatividade, aliás um texto antigo do Bruno Natal é atual e retrata a quarta parede e a tomada de palco. Um exemplo vivo são os convites para fãs tocarem com seus ídolos e o mar de pulseiras coloridas que o Cold Play comandou no último show no Rock in Rio, enfim estar atento e deixar explícita nossa preocupação e cuidado com nosso fã. Aliás, que sorte atuar em um evento que não temos meros consumidores ou participantes e sim Fãs.

O BI e o levantamento de avaliações são fundamentais, temos que obter e entender os números não somente como dados de informação, mas transformá-los em dados de qualidade, que se tornam elementos confiáveis de decisão, somados a percepção de tendências e comportamento de fãssssssss – entenderam os vários esses não?! 

Não somos meros organizadores de Festivais ou das ações de live marketing dentro deles, somos pensadores e storytellers que destravamos gatilhos que provocam descargas de serotonina, criamos a surpresa que gera lembrança. Criamos experiências que são bacanas e valorizadas pelos frequentadores e patrocinadores e a recompensa disso é a sua lealdade e a sua vontade de repetir a dose.