Além de entreter o público e promover o trabalho de artistas mulheres, o Arô Fest, 1º festival do interior de música brasileira com line-up 100% feminino, realizado em Ribeirão Preto, em 17 de agosto, criou um plano de sustentabilidade para que o show causasse o menor impacto ambiental possível, adotando práticas ecológicas desde o planejamento do evento até a destinação final dos resíduos sólidos.
A estratégia teve o intuito de minimizar o envio de resíduos para o aterro sanitário, valorizando toda a cadeia de gestão de resíduos e promovendo o conceito de lixo zero.
“É imprescindível que se leve a sustentabilidade em consideração, pois sabemos que esse tipo de evento gera impactos ambientais, mas é totalmente possível reduzir e, em alguns casos, até eliminar a quantidade de lixo produzido e foi exatamente isso que buscamos fazer”, afirma Drielly Bispo, produtora e idealizadora do festival, que contratou a consultoria Eco na Prática para elaborar um planejamento sustentável e global.
Durante todo o evento, realizado das 15h às 3h, foi feito o monitoramento dos resíduos, que foram encaminhamos para triagem na cooperativa CooperAgir. Ao todo, foram recolhidos 114,1kg de resíduos recicláveis, sendo 33,6% de metal, 27,4% copinhos de papel e vidro, 24,8% papelão e 14,1% plástico.
Também houve a gestão de resíduos orgânicos compostáveis resultantes de restos de marmitas, pizza, borra de café, guardanapos, recipientes biodegradáveis de cana-de-açúcar e restos das frutas dos drinks. No total, foram gerados 50kg de orgânicos.
O óleo usado pelos food trucks foi coletado e doado para a CUFA (Central Única das Favelas de Ribeirão Preto), que será transformado em sabão durante as oficinas educativas com a comunidade.
Também foram espalhados dez ecopontos para descarte de bitucas de cigarro, resultando num montante de 360 gramas que serão recicladas e transformadas em papel.
Os rejeitos, que são resíduos sólidos não passíveis de serem reciclados ou irem para compostagem, foram encaminhados para o aterro sanitário de Ribeirão Preto. A maior parte deles foi gerada na montagem do evento, totalizando cerca de 94 kg.
Todo o material de cenografia do Arô Fest também foi pensado para ter o menor impacto ambiental possível. A maioria do material usado foi proveniente de reuso, vindo de peças de cenografia de outros eventos, parte da estrutura foram peças locadas, como andaimes, que não são construídas especificamente para o evento e os itens como lonas e tecidos tiveram um novo destino que não o lixo, sendo direcionados a programas de reutilização/reciclagem.
O festival evitou o uso de copos plásticos de uso único em 100% das bebidas ao servir os drinks em EcoCopos, além de copos de papel e latas de bebidas.
Os food trucks usaram embalagens e materiais biodegradáveis da cana-de-açúcar e de papel, papelão, madeira ou bambu. A separação dos resíduos foi feita na fonte. Os rejeitos gerados por eles foram sachês de molhos e embalagens de hambúrguer não recicláveis.
Até mesmo o buffet que serviu os camarins e a equipe do festival fez o uso de louças ao invés de descartáveis e todos os resíduos orgânicos foram para compostagem.
Além disso, mil mudas de plantas foram disponibilizadas para serem doadas ao público presente.
Segundo levantamento da consultoria Eco Na Prática, graças às ações implementadas, o Arô Fest evitou o envio de 164,46 quilos de resíduos para o aterro sanitário da cidade, além de promover a conscientização ambiental aos participantes, demonstrando que é possível integrar sustentabilidade ao mundo dos festivais.
“Tivemos grandes nomes da música brasileira no palco, como Céu, Helena Serena, Filipe Catto e Cynthia Luz, entre outras atrações e é muito gratificante produzir um evento com um line-up de tanta qualidade ao mesmo tempo em que trabalhamos uma questão tão importante como a sustentabilidade. Essa é a alma do Arô Fest, produzir cultura e conscientização sobre pautas importantes para a sociedade”, finaliza Drielly.