Não só no Brasil que a sexta feira (5) foi de tristeza e comoção por conta das notícias do meio musical. Oito pessoas com idades entre 14 e 27 anos morreram e outras dezenas se feriram após uma confusão na multidão na noite de abertura do evento musical Astroworld que ocorreu em Houston, Texas.
O fato ocorreu por volta das 21h15 de sexta-feira (no horário local). A multidão começou a se dirigir para a frente do palco, em pânico geral, durante a apresentação do rapper Travis Scott.
Muitas pessoas ficaram prensadas entre a plateia e o palco. Cerca de 300 pessoas foram tratadas por ferimentos como cortes e hematomas — e há relatos de que não havia socorristas suficientes para atender a todos os feridos.
O “Houston Chronicle” informou que o rapper Travis Scott parou várias vezes seu show, quando percebeu fãs em perigo perto do palco. Ele pediu à segurança para ajudá-los a sair da confusão.
A Live Nation, responsável pelo evento, não respondeu aos pedidos de comentários feitos mídia norte-americana.
Uma investigação criminal foi aberta pela polícia de Houston para investigar as circunstâncias da tragédia.
O vídeo abaixo mostra momentos do tumulto:
Investigação
A investigação policial sobre a tragédia envolverá as divisões de homicídios e narcóticos da polícia. As autoridades analisarão o vídeo da cena para tentar identificar as causas do pânico e o que impediu as pessoas de escapar.
Vários espectadores tiveram que ser reanimados com um medicamento antidrogas overdose, incluindo um oficial de segurança que a polícia disse que parecia ter uma marca de injeção.
“Temos um relato de um oficial de segurança (…) que estava tentando conter ou agarrar um cidadão e sentiu uma picada no pescoço”, disse o chefe de polícia de Houston, Troy Finner. “Quando foi examinado, ele perdeu a consciência”, acrescentou. “Ele foi reanimado e a equipe médica notou uma picada semelhante a uma picada que você obteria se alguém estivesse tentando te injetar [com algo].” “Ninguém tem todas as respostas esta noite”, disse o chefe de polícia de Houston. “Temos famílias feridas aqui”, acrescentou.
O chefe dos bombeiros de Houston, Samuel Peña, confirmou os números das vítimas em uma entrevista em frente ao Parque NRG, local do evento, que reunia cerca de 50 mil pessoas.
As pessoas começaram a desmaiar e a confusão aumentou. O chefe dos bombeiros definiu o caso como “um incidente com vítimas em massa”. Os bombeiros levaram 17 pessoas para hospitais, e 11 delas estavam em parada cardíaca, informou a corporação.
A tragédia levou ao cancelamento do segundo dia do festival. Peña disse que a multidão que se reuniu para a apresentação de Scott se moveu em direção ao palco, causando pânico, correria e empurra-empurra.
Em sua primeira declaração desde o evento, no Twitter, o rapper Travis Scott agradeceu à polícia e aos serviços de emergência e disse que estava “comprometido em trabalhar junto com a comunidade de Houston para apoiar as famílias necessitadas”.
Posteriormente, ele postou uma mensagem de vídeo no Instagram, na qual encorajou qualquer pessoa com informações sobre o incidente a entrar em contato com as autoridades.
Scott, cujo nome verdadeiro é Jacques Webster, surgiu na cena musical em 2013 e desde então recebeu oito indicações para o Grammy. Ele tem um filho com a famosa socialite Kylie Jenner, que estava entre as 50 mil pessoas que compareceram ao show.
Em 2018, ele se declarou culpado de uma acusação de desordem pública, depois de encorajar as pessoas a subirem ao palco em um show no estado americano de Arkansas.
De acordo com um jornal local, Travis Scott também pagou quase US$ 7 mil (R$ 38 mil) a duas pessoas que disseram ter se ferido no evento.
Processos
Pelo menos três processos foram movidos em nome de pessoas que dizem ter se ferido no festival de música de Houston.
Os réus incluem os rappers Travis Scott e Drake e a empresa de entretenimento Live Nation. Dois dos processos pedem US$ 1 milhão em indenizações.
Uma ação civil movida pelo acusador Kristian Paredes contra Scott e Drake os culpa por incitarem de forma negligente “um motim e atos de violência”. O processo também alega que a Live Nation não forneceu segurança e serviços médicos adequados no festival Astroworld.