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O que acontecerá com a cerveja da Bud no Catar e os contêineres ao redor do mundo?

Após a derrota da Seleção na Copa, marca interage com internautas nas redes socias.

Não deu para gente, o Hexa não veio e uma pergunta fica no ar: o que acontecerá com os contêineres da Budweiser no Brasil?

Nas últimas semanas, a cerveja oficial da Copa do Mundo fez uma campanha que chamou a atenção de todos os torcedores, onde ela espalhou esses contêineres em diferentes regiões do país a cada vitória ou classificação brasileira, com o planejamento de ir até o fim da competição. Mas, com a eliminação melancólica contra a Croácia, a estratégia da marca foi por água abaixo, pelo menos no nosso país.

De forma descontraída, a Budweiser usou o seu Twitter para interagir com os internautas e arranjar algum rumo para os quatro carregamentos.

Confira:

Vale lembrar que a marca sofreu muito com as restrições impostas do Catar e teve que se virar para manter seu nome em alta. Após a família real mudar o acordo dois dias antes do início dos jogos, e permitir somente a comercialização de cervejas sem álcool nos estádios, a Budweiser anunciou que a seleção campeã do mundo iria levar todo o estoque disponível para casa. 

Foi um esforço promocional realizado quando todo o produto já estava na sede da Copa.

Desafio Logístico

Levar a cerveja para o Catar foi um grande projeto logístico. Em entrevista pré-torneio, Peter Kraemer, diretor de suprimentos da Anheuser-Busch InBev, explicou que, devido à falta de cervejarias na região, a empresa teve que enviar sua cerveja para o Catar por frete marítimo. A empresa então teve que encontrar um espaço de armazenamento refrigerado para manter a cerveja fresca nas altas temperaturas do país do Golfo. Os caminhões foram programados para serem carregados dentro de casa durante a noite antes de serem enviados no dia seguinte para locais onde o álcool poderia ser servido.

“A cerveja é um produto perecível, por isso é sempre melhor no dia em que é embalada”, disse Kraemer à Bloomberg.

Na entrevista, que ocorreu antes da proibição da cerveja no estádio, Kraemer explicou que havia planos de contingência para encher garrafas e latas em uma cervejaria no Reino Unido e enviá-las para o Qatar por via aérea se os torcedores consumissem mais cerveja do que o previsto.

O especialista em marketing de patrocínio Ricardo Fort, fundador da Sport by Fort Consulting e ex-chefe de patrocínios globais da Visa e Coca-Cola Co.  disse ao MarketWatch que o pequeno tamanho do Catar representará os maiores desafios. “O maior problema para um evento em um país desse porte é que o país carece de muitas outras coisas importantes para a venda de bebidas”, disse, apontando a disponibilidade de refrigeração, caminhões e pessoas com experiência em áreas como engarrafamento e armazenamento.

A Bloomberg relata que a Anheuser-Busch InBev estava procurando treinar até 6.000 trabalhadores no Catar para servir sua cerveja adequadamente no maior esforço de treinamento virtual da empresa. Fort disse que, em situações como essa, alguns dos custos operacionais costumam ser incluídos no contrato.

Por dentro da ativação de marca da Budweiser

Como parte da ação no Brasil, a empresa começou seus trabalhos na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, onde colocou o primeiro contêiner após a vitória do Brasil sobre a Sérvia

Depois de outra vitória na segunda rodada, contra a Suíça, outro carregamento apareceu, dessa vez no Parque Ibirapuera. Localizado em São Paulo, esse continha uma mensagem de apoio ao atacante Neymar, que havia se machucado ainda no jogo de estreia, escrito “Fique forte Neymar Jr” em inglês.

Na terceira rodada, apesar da derrota para o Camarões, outro contêiner apareceu, já que o Brasil, ainda assim, se classificou em primeiro do seu grupo. Beira Mar de Fortaleza foi o local escolhido.

O último contêiner foi para Santos após a goleada contra a Coreia nas oitavas. A cidade foi escolhida por ser o berço de Neymar, que havia se recuperado para a partida e ainda anotado um gol.

Os-contêineres já foram vistos em diversos outros países no decorrer da Copa, como Espanha e Coreia. Argentina, França, Croácia e Marrocos são, no momento, os países que podem ganhar o estoque prometido pela marca.

Mas como enviar a cerveja para a nação vencedora? 

Os semifinalistas da Copa do Mundo são França, Croácia, Argentina e Marrocos. Para um deles toda esta cerveja será distriubuída?

O custo de enviar grandes quantidades de cerveja excedente do Catar para a nação vencedora seria significativo, de acordo com Fort. “Eu ficaria muito surpreso se a AB InBev colocasse a cerveja em um caminhão e navio e a enviasse para o outro lado do mundo”, disse ele. Em vez disso, ele acha que a quantidade equivalente de cerveja será fornecida ao vencedor pelas operações da Budweiser naquele país.

Quanto à cerveja que sobrou no Catar, Fort especula que a Budweiser poderia vendê-la a preço de custo ou até mesmo destruí-la.

O especialista em patrocínios também acredita que o ágil marketing da Copa do Mundo da Budweiser terá um impacto muito depois que a bola final foi chutada no Catar. “A ideia de criar um evento após a Copa do Mundo para comemorar o vencedor, acho genial”, disse ele, acrescentando que a Budweiser transformou um problema em uma oportunidade de estender sua promoção da Copa do Mundo com os consumidores além da final.

“Eu posso facilmente vê-los fazendo isso no futuro”, disse Fort, acrescentando que o conceito também pode ser aplicado a outros grandes eventos esportivos. “’A cidade vencedora do Super Bowl fica com toda a cerveja’ – essa ideia tem muitas pernas”, disse ele.

 

Esta matéria foi tema de um dos episódios do Podcast Resumão Promoview, ouça o corte abaixo: