Enquanto uns usam o termo “novo normal”, acreditando em mudanças significativas na maneira de conduzir as relações humanas, outros apenas questionam a retomada das atividades como elas sempre foram.
Entre um e outro, o futuro dos eventos presenciais segue incerto e a curiosidade e o interesse sobre eles só aumenta.
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Ouso dizer que os planejadores de eventos já passaram pelos cinco estágios definidos na psicologia: Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, e, depois de 13 meses, acredito que a maioria deles esteja na última fase, aceitando que estamos em um novo momento e que as mudanças seguirão cada vez mais intensas e inevitáveis.
Com isso, fica evidente que as pessoas só aceitarão estar fisicamente em algum lugar que lhe ofereça um diferencial, que seja excepcionalmente interessante, uma vez que aprendemos que é possível fazer quase tudo da sala da sua casa, a questão da relevância para as atividades presenciais ficou ainda mais importante.
Com isso, o termo híbrido passou a ser usado para caracterizar essa nova estrutura que mistura presencial e remoto, fazendo alusão ao termo na biologia (cruzamento genético entre duas espécies vegetais ou animais distintos), mas a terminologia ainda causa dúvidas em muitos setores.
Pelo menos, foi o que apontou uma pesquisa realizada pela Swapcard (uma plataforma para eventos virtuais e híbridos, movidos por inteligência artificial) com 364 profissionais de eventos de vários países, em abril de 2021, onde um pouco mais de 30% dos entrevistados declaram não ter uma ideia clara do que realmente é um evento híbrido, no que tange: Valor, desafios, etapas para a definição, realização e estrutura desse modelo.
Os números reforçam o quanto é preciso alinhamento e união do setor. Perguntas não faltam e seguem entre: Quais são as tecnologias disponíveis? Como definir se o evento será presencial ou remoto? Como juntar os dois formatos em uma mesma situação? Quem é o público mais importante, afinal: eles são diferentes? O que agrada o visitante presencial? O que será preciso oferecer para o participante remoto? Como definir valores (tanto para empresas, quanto para patrocinadores e público), o que precisa ser levado em conta?
Aqueles que estiverem à frente dos eventos precisam atuar de maneira estratégica, entendendo perfeitamente como aquela comunidade age, quais são as suas necessidades e desejos, depois disso, explorar o tema de maneiras diversas usando a tecnologia como aliada, independente do modelo e formato escolhido, o futuro dos eventos agora é omnichannel.
Nesta nova Era híbrida, mais do que espelhar o evento físico para o digital, os gestores de comunidades deverão estar imersos no tema de maneira criativa e inovadora para atrair, reter e engajar a sua comunidade.
Deverão estar cientes de que precisarão remodelar os KPIs, ajustar a maneira de calcular o ROI, pois as atividades exclusivamente digitais que foram experimentadas pelas empresas e marcas durante a pandemia, podem até apresentar um retorno mais quantificável, mas o fator humano das experiências presenciais e o uso dos cinco sentidos não entraram neste cálculo do ROI.
Apesar da flexibilidade oferecida hoje aos organizadores de eventos pela tecnologia existente, somos Seres sociais, gregários e colaborativos e a imersão física favorece os nossos aprendizados e ajuda a criar confiança nos relacionamentos
Os eventos virtuais foram um remédio durante a pandemia, mas a partir de agora, os eventos híbridos serão como uma vitamina ao setor.
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