Agências

Seguimos contaminados!

Em podcast, Celios Ashcar Jr. chama atenção para práticas antigas que precisam ser superadas.

Em conversa com Wladimir Duarte, durante o episódio 41 do podcast Foco em Produção, Celio Ashcar Jr. voltou a falar francamente sobre concorrências e seu atual modelo, e atitudes condenáveis tanto de agências quanto por parte dos clientes.

“A pandemia está acabando, mas o nosso mercado segue contaminado e não vejo nenhum esforço para curar este mal.”, disparou, em uma das respostas na conversa de quase 30 minutos com Wlad.

Já há algum tempo Celio é uma voz corajosa e solitária que denuncia as más práticas que cercam o mercado de agências e fornecedores especializados. 

Ouça e confira! Job entregue job pago e Igualdade de Concorrências, sempre no sentido de melhorar o ambiente de negócios do live marketing.

Mas a baixa aderência e nenhuma atitude por parte dos diretores de agências às propostas de Celio – talvez pelo temor que os clientes possam fazer com quem ouse reclamar – levam o empresário a declarações cada vez mais provocativas que, infelizmente, são muito reais, verdadeiras e atuais.

A “contaminação” a que Celio se refere diz respeito às velhas práticas. Apesar das críticas, o sócio da Aktuellmix que começou sua carreira como produtor, trata com maturidade estes temas e demonstra esperança em relação a atitude dos players do mercado.

“Temos muito para evoluir ainda, e só conseguiremos maiores conquistas por intermédio da conversa e respeito. O cliente tem que entender que somos parceiros e não fornecedores. Parceiros se ajudam, se respeitam e torcem para o crescimento do outro. Mas hoje, só as agências trabalham para o crescimento do cliente. Precisamos ter reciprocidade.”, disse em uma das respostas.

Entre dezenas de sintomas desta “contaminação”, Celio destaca que o formato de pagamentos é o mais urgente: “Eu enxergo como um grande problema que precisamos tratar rapidamente, pois, além de recebermos em 90 dias ou mais, ainda temos uma difícil rotina de inúmeros processos de concorrências não remuneradas de job a job.”, justifica, analisando os atuais processos de concorrências. 

“Uma prática injusta, predadora e que retarda a evolução e o crescimento de uma agência. Gastamos tempo, massa intelectual e criativa e muito dinheiro. Atualmente, as empresas estão chamando no mínimo 3 agências para qualquer tipo de concorrência. Tem empresas que chamam 7,8,9….. é inadmissível pensar que apenas uma agência irá vencer e outras várias vão perder todo trabalho, tempo e dinheiro. É um grande desperdício intelectual e falta de respeito com os profissionais.”

Questionado por Wladimir Duarte sobre o que as entidades ditas representativas têm feito, o empresário limitou-se a comentar sobre canais que estão à disposição das agências para denúncia de más práticas. 

Em resposta, Wlad observou que estas iniciativas têm apenas finalidade política e que nunca resultaram em mudanças significativas.

Ambos lembraram que estas práticas acabam se refletindo nos profissionais que prestam serviços, especialmente os produtores. 

Celio criticou também a hipocrisia no atual momento do mercado. “Muito se fala de empatia, respeito e igualdade, mas pouco se pratica. No momento que estamos vivendo de pandemia e com poucos jobs, as empresas deveriam dividir os projetos entre as agências homologadas e parceiras numa forma de contribuir para esta realidade triste e dolorosa que todos estamos vivendo. Ter job é gerar emprego. É sobreviver!”

Em nossa cobertura diária do live marketing fica claro que aqueles com autoridade para tomar atitudes seguem apenas teorizando em posts na internet, com discursos cuidadosos e evasivos nas lives que participam, tendo como foco apenas o marketing pessoal, sem nenhum resultado em prol do mercado.

Enquanto isso, ouça na íntegra o podcast e ajude a fazer algo pela melhoria do mercado em que a relação entre clientes x agências x fornecedores está saindo da pandemia pior, muito pior do que antes.