A Hands.ag realizou o TakeOff, um evento exclusivo que reuniu 13 CMOs das principais marcas do mercado brasileiro para discutir as principais inovações e provocações do SXSW 2024. O encontro foi realizado no dia 27 de março no Teatro B32, em São Paulo, e provocou uma turbulência de insights e ideias para 2024.
Ao contrário do habitual relatório de tendências do SXSW, a Hands.ag provocou uma reflexão sobre o que realmente será contundente para as marcas no Brasil.
O TakeOff proporcionou um ambiente informal e interativo, num papo com café, onde os CMOs, divididos em três painéis, compartilharam suas perspectivas e experiências sobre os temas mais relevantes e vivências do festival.
O TakeOff se propõe a ser um filtro qualitativo na massiva quantidade de informações do SXSW, gerando dez diretrizes imediatamente aplicáveis pelo mercado brasileiro, que auxiliam as marcas a “decolar” suas estratégias de comunicação para 2024. O conteúdo do evento está disponível na íntegra no YouTube ou no site da Hands.
Nomes de peso
Os painéis foram moderados por especialistas renomados, como Luiz Gustavo Pacete e Camilo Barros, que conduziram debates dinâmicos para fomentar a troca de experiências entre os participantes.
Entre os participantes presentes estão Sérgio Valente, CMO Global JBS; Beatrice Jordão, Diretora de Branding Heineken; Igor Pug, CMO, CIO e Ombudsman; Renata Ruggiero, Diretora Executiva do Instituto CCR e Diretora de responsabilidade social, sustentabilidade e inovação da CCR S.A.; Felipe Cerchiari, Diretor de Global Premium Brands da Ambev; Ana Laura Sivieri, Global Corporate Marketing Braskem; Ane Lopes, Diretora de Marketing, Branding e Comunicação da Claro; André Scaciota, Superintendente de Marketing do Itaú Unibanco; Ana Moises, Diretora de Marketing do Linkedin Latam; Virginia Ribeiro, Superintendente de sustentabilidade & Governança corporativa da Sabesp; Marcelo Bronze, Diretor de Marketing da Danone; Carolina Sevciuc, Diretora sênior de Estratégia e Transformação na Pepsico.
As 10 diretrizes dos painéis do TakeOff
- Combinatividade: a combinação entre arte e ciência é o que vai fazer a diferença na solução de problemas e criação de inovações. É preciso investir tempo em novos conhecimentos e desenvolver novas culturas que criem pontes entre tecnologia e pessoas.
- Era de transição e desconforto: daqui para frente estaremos sempre vivendo uma era de transição constante e acelerada, com novas tecnologias influenciando novos comportamentos. O desconforto com o novo e o imprevisível será a tônica. É preciso aprender a usá-lo como uma alavanca de transformação.
- Teste, teste e teste: sim, sabemos que a inteligência artificial está no centro das transformações. Mas muitas vezes pessoas e empresas ainda estão no lugar de espectadores esperando ver aonde isso vai parar. É preciso atitude, um mergulho diário em diferentes ferramentas de IA para começar a entender o funcionamento, a usabilidade, a interação máquina homem e conseguir avançar para extrair o melhor dessas ferramentas. Deve existir uma agenda da liderança com todo o time para testar constantemente diferentes ferramentas no dia a dia. Se antes trazíamos startups e agentes para cocriar com empresas, hoje esse papel pode ser feito com a IA de forma mais rápida e menos burocrática.
- Senso crítico: saber fazer as perguntas certas, discutir e conectar pontos. Perguntas certas nascem de um lugar mais profundo do que querer saber as respostas de imediato. O ser humano tem a capacidade de quebrar regras e fazer conexões sem sentido lógico. Isso ainda é o que diferencia as pessoas da inteligência artificial.
- Colaboração: colaborar, dialogar e compartilhar conhecimento com toda a cadeia de atuação. O discurso da colaboração entre empresas precisa existir na prática. Ainda temos o discurso, mas vivemos na competitividade. A soma de forças e esforços traz ganhos para toda a humanidade. É preciso integrar objetivos coletivos para resolver desafios de problemas sociais e ambientais. Isso só será feito com colaboração e diálogo. Estamos realmente pensando no que o mundo precisa?
- O futuro que queremos: como construímos no dia a dia o futuro desejado? Estamos colocando propósitos corporativos reais a favor do futuro da humanidade ou ainda temos um discurso de marca disfarçado de propósito? Não podemos deixar o futuro ser levado por qualquer pauta. É necessário um exercício constante das organizações para entender o seu papel no futuro do planeta.
- Resiliência e compaixão: a resiliência é uma escolha diária e deve ser praticada pela compaixão. Compaixão com 3Cs: Coragem para lidar com o novo. Curiosidade para entender o que está acontecendo com o outro, aprender e evoluir. Conexão vem de um esforço para se conectar com o outro.
- Criativos generalistas: o futuro do trabalho será dos criativos generalistas. Não é sobre profissionais de criação, é sobre a criatividade da humanidade produzindo mais criatividade. O especialista foca em uma coisa e passa por anos de estudo para se aprimorar nela. Para toda especialidade, a inteligência artificial irá entregar cada vez mais e melhor. Quem tiver diferentes áreas de interesse e habilidades vai conseguir expandir suas capacidades com a inteligência artificial. O criativo generalista é capaz de atuar em diferentes áreas e se adaptar a diferentes cenários nas transformações que vivemos e as que iremos viver.
- Lado humano: a inteligência artificial nos libera tempo precioso para sermos mais humanos. Mas, antes, precisamos resgatar nossas origens. O ser humano passa por uma crise, uma atualização de software. Estamos imersos em nossos celulares sem nos conectar com nós mesmos nem com as pessoas à nossa frente na mesa de bar. Existe uma clara desatenção do humano para o humano. Praticar a presença onde estamos, dar atenção e querer viver aquilo com vontade.
- Cultivar a escuta ativa: a escuta ativa é essencial para a comunicação eficaz e para a construção de relacionamentos. As lideranças devem incentivar a escuta ativa entre seus colaboradores e clientes.
Outras observações
- As lideranças devem estar atentas às tendências emergentes e se adaptar às mudanças do mercado;
- A ética e a responsabilidade social devem ser sempre consideradas no desenvolvimento e na implementação de novas tecnologias;
- Acima de tudo, precisamos olhar para essa combinação humano e tecnologia com otimismo para alavancar nosso futuro.