Experiência de Marca

Uso de drones traz sofisticação ao brand experience

A tecnologia tem sido cada vez mais usada em ações de live marketing e brand experience, trazendo um ar de surpresa e inovação.

Os drones são uma tecnologia que chegou com tudo no mercado do live marketing, trazendo um ar de surpresa e inovação para as ativações e eventos das marcas. 

Estes equipamentos são considerados como um Veículo Aéreo Remotamente Pilotado (Varp), também conhecido como UAV (Unmanned Aerial Vehicle), levando em conta todo tipo de aeronave que não precisa de pilotos para a condução.

O mercado de eventos passou a usar estes equipamentos a partir de 2019. Ali foram criadas empresas europeias que se especializaram na programação para os espetáculos aéreos.

Logo a tendência chegou ao Brasil e passou a ser utilizada como incremento para as ações de brand experience. A legislação de drones brasileira ainda é bastante recente e restritica, mas essa regulamentação já deu um grande impulso para o mercado.

Drones-preparados para decolar para o show de lançamento do Nissan Kicks em 2021. Foto: Divulgação/Nissan

Uma empresa referência no mercado internacional de apresentações com drones é a Geoscan. O grupo, que tem mais de 70 mil seguidores em seu Instagram, já realizou mais de 1300 projetos mudo a fora e chegou a usar 5 mil drones em uma só apresentação.

“Usar drones pode ser uma forma poderosa e memorável para melhorar as ativações de uma marca. Elas podem realizar experiências visualmente impressionantes que envolvem e cativam o público. Contudo, é importante assegurar que os espetáculos sejam planejados e executados em segurança, de acordo com todas as leis e regulamentos relevantes”, diz um dos representantes da Geoscan. “Ainda não fizemos nada no Brasil, mas lançamos com sucesso uma exposição de drones para a cerveja Pacifico em Lima, Peru, no ano passado, por exemplo”, completa o diretor da empresa em depoimento ao Promoview.

Há vários cases de sucesso que usaram os drones, realizados pelas marcas, agências e fornecedores. A seguir, separamos alguns dos principais, entre 2021 e 2022.

Ibirapuera é o principal palco dos shows de drones no Brasil

Por ser um espaço estratégico o Ibirapuera tem sido o local com a maior numero de ações usando drones o que se intensificou a partir do momento em que a A Urbia, empresa vencedora da licitação da Prefeitura de São Paulo para a administração privada do Parque do Ibirapuera, escolheu a Innova AATB como responsável pela captação de patrocínios do local e de outros cinco parques municipais da Capital paulista.

Foi o que fez a iFood. Com um show de 100 drones, o aplicativo fez um belo espetáculo no parque mais famoso de São Paulo. Aliás, o iFood foi a primeira empresa a obter aprovação regulatória para testar rotas de entregas de alimentos por drone na América Latina.

Em agosto de 2020, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o iFood a operar duas rotas de delivery por drone em Campinas, uma das maiores cidades do estado de São Paulo. Em parceria com a Speedbird Aero, o drone fez a rota em dois minutos, economizando oito minutos do tempo previsto no transporte terrestre.

No primeiro semestre de 2021, a empresa finalizou uma segunda operação de testes também em Campinas, com mais de 300 entregas e participação de 20 restaurantes parceiros.

Apresentação do Nissan Kicks

A live de apresentação do novo Nissan Kicks ao público brasileiro, no dia 25 de fevereiro de 2021, trouxe bastante tecnologia, inovação e música, em uma ação de brand experience onde a Nissan transformou o céu de São Paulo na maior tela do mundo, em que 400 drones com cerca de 120 metros do chão fizeram movimentos sincronizados em uma combinação de luzes, cores, efeitos e música.

Na apresentação que aconteceu sobre o Jóquei Club de São Paulo, os objetos dançantes, que a Nissan trouxe especialmente da França para o evento, formaram figuras iluminadas de 70 a 80 metros de comprimento. 

Com esse case, a Nissan venceu o Prêmio Live 2021 no grupo Cases – Acción de Brand Experience del año – Latam.

Quisemos fazer um lançamento bem diferente.  Não somente no jeito de apresentar um novo produto, mas fazer dele entretenimento, mostrar de dentro para fora, colocar um show internacional nunca antes visto na América Latina e a criação de uma música inédita que utiliza sons do produto.“, detalhou Cristiano Mineiro, ex-gerente de marketing da Nissin (atualmente na Volkswagen), logo depois da premiação, onde falou um pouco sobre alguns bastidores.

Como em qualquer ação de brand experience de grande porte, tivemos muitos desafios neste projeto. O principal deles foi o de fechar o espaço aéreo daquele movimentada região para podermos produzir estas apresentação com drones” concluiu o ex-executivo da Nissan do Brasil.

Keep Walking

Outra marca que quis usar esse método para ganhar visibilidade foi Johnnie Walker. Com uma série de ativações pelo país, a ação contou com uma invasão Keep Walking, com show de drones, em São Paulo, projeções mapeadas, em pontos estratégicos das cidades do Rio de Janeiro, de Recife, Salvador e Curitiba, e inserções de grandes formatos de OOH em shoppings e verticais de transporte. 

“É uma campanha que reforça a essência Keep Walking, de seguir em frente, dando passos ousados em direção ao progresso. É uma grande inspiração e a marca assume o compromisso de colaborar, promovendo o progresso coletivo, ecoando falas e convidando as pessoas para a ação.”, afirma Juliana Ballarin, head de Marketing do Scotch Portfólio da Diageo, empresa dona da Johnnie Walker.

Drones de aniversário

Para celebrar os 50 anos da Unimed-Rio, a Binder produziu um show com 80 drones, ainda em 2021. A intervenção urbana foi feita na Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões postais do Rio de Janeiro.

Os drones fizeram desenhos no céu, próximo ao Corte do Cantagalo, de imagens que simbolizavam ícones da capital Fluminense, como Arcos da Lapa, Pão de Açúcar, Praça da Apoteose (Sambódromo) e, até aquelas famosas embaixadinhas que ocorrem todos os dias nas praias cariocas.

A ação buscou inspiração nos shows de drones da abertura das Olímpiadas de Tóquio e, além de fazer uma celebração das cinco décadas da cooperativa carioca, também foi um presente para a cidade, que este ano não teve a tradicional árvore de Natal instalada na Lagoa Rodrigo de Freiras, o que encantou ainda mais os cariocas.

Filmes e Séries

As indústrias do entretenimento também aproveitam os drones para suas celebrar os seus shows. Disney e Paramount foram algumas das empresas que colocaram suas ideias no ar.

Com a estreia de HALOO, a tão esperada série original da Paramount baseada na emblemática franquia do Xbox, o público teve a oportunidade de assistir a um show de 100 drones e um vídeo mapping projetado no capacete do Master Chief com 6 metros de diâmetro, feito especialmente para esta experiência, acompanhada por um coro composto por 40 vozes.

Ainda em clima espacial, a Disney também usou essa tecnologia para promover a linha de produtos licenciados de “Lightyear”. O espetáculo aconteceu em São Paulo.

O público que marcou presença no local vibrou ao ver o céu cheio de luzes coloridas que se transformaram em imagens relacionadas ao filme, incluindo o próprio Buzz Lightyear, sua nave XL-15, o divertido robô-gato Sox, o vilão Zurg, entre outros.

Esportes

Patrocinadora do Manchester City, a PUMA quis homenagear o time inglês após a vitória do campeonato inglês na temporada 2021/2022.   

Em uma celebração batizada de “Night of the Blue Moon” (Noite da Lua Azul), a marca apresentou uma saudação composta por 300 drones, apresentando um show de luzes azuis sobre o Etihad Stadium, casa do time azul de Manchester.

Sobrou até para o técnico Josep Guardiola, que teve seu rosto desenhado no céu durante a ação.

Saiba mais sobre os drones e a legislação brasileira

O primeiro drone foi criado em meados da década de 70, nos Estados Unidos, mas sua popularização só começou recentemente, décadas após sua invenção. Nos dias atuais, apenas no Brasil existem mais de 80 mil desses dispositivos registrados, dos quais aproximadamente 33 mil são exclusivamente para fins profissionais.

No caso dos drones, da mesma maneira que acontece com carros, caminhões, motos, barcos, lanchas e outros veículos, eles também possuem diversas regras e precisam seguir leis de trânsito aéreo.

Conforme falamos, a utilização dos drones e suas regras são bastante novas. A regulamentação da ANAC passou a vigorar apenas em maio de 2017. Porém, atualmente, há diversas normas e exigências para colocar os drones no ar.

Entre outras exigências, os drones devem ter homologação da ANATEL para gassegurar que os equipamentos estejam funcionando em frequências de acordo com a regulamentação nacional.

Os voos das aeronaves não podem gerar interferências em outros serviços como o Controle de Tráfego Aéreo e redes de comunicação móvel.

A homologação é crucial para aprimorar a segurança dos usuários, reduzir ao máximo a possibilidade de choques elétricos, exposição a campos eletromagnéticos superiores aos limites definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), oferecer proteção contra vazamento de materiais tóxicos, explosões, entre outras funções.

Além disso, também é necessária a regulamentação do drone na ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que é encarregada pelos macroprocessos de fiscalização, certificação, normatização e representação institucional.

De acordo com a RBAC nº 94/2017 da ANAC, é obrigatório fazer o cadastro de drones com mais de 250g no SISANT, seja para recreação ou para uso profissional.

Por fim, todo piloto de drone deve ser registrado no DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), assim que possuir o número de registro da ANAC.

O cadastro é exigido pois há a obrigação de realizar o agendamento prévio dos voos no sistema SARPAS, para os órgãos operacionais conseguirem controlar de modo eficaz o tráfego aéreo.

Os órgãos de fiscalização separam os drones comerciais em três categorias de acordo com o peso de 250g até 25 kg, entre 25 kg e 150 kg e superior a 150 kg.

Apesar de não ser obrigatório, é recomendado que os usuários realizem cursos de pilotagem de drones, uma vez que são dispositivos complexos e que precisa de determinados cuidados e responsabilidades.

Os voos devem operar em até 120 m de altura e é obrigatório que os drones voem a uma distância de 5,4 quilômetros de um aeroporto ou aeródromo.