Atuar com marketing é sempre estar estudando comportamentos. É tentar ao máximo entender sobre gente. Ponto.
Fazer isso por intermédio de livros, de pesquisas compartilhadas pela internet ou vídeos pagos no YouTube é bacana, mas pouco perto da complexibilidade do negócio.
Para (tentar) entender gente é preciso empatia, sentir na pele a vida do outro. “Mas João, isso é impossível”, você deve estar dizendo. Concordo. Claro que é.
Ninguém sente as dores ou alegrias dos outros. Mesmo que sentisse, ainda assim a sua maneira de as encarar as fariam doer diferente. Mas temos que tentar.
Viajar pelo Brasil ministrando cursos de marketing me obriga a abrir a cabeça. Quantas teorias ou práticas aprendidas pelas minhas vivências paulistanas não se mostraram pouco interessantes pelo país? Em muitos casos, até erradas?
Que São Paulo não é Brasil, já escrevi aqui no Promoview. Que o que você acredita e os seus valores não representam o todo, também. Mas é importante lembrar disso sempre. Lembrar a você e a mim.
Num mundo onde todos têm tanta certeza de tudo, valorosos são os que estão em dúvida. Entender gente é estar sempre em dúvida, desconfiado. “Será que isso que entendi é isso mesmo?”.
É pesquisar com os próprios olhos, é caminhar o cenário do outro com os próprios pés. É sentar na cadeira que o outro senta com a própria bunda. É deixar as suas crenças em casa e se abrir às dos outros.
Sinto um marketing moderno perigoso. Tanta informação disponível, e tão pouco tempo para garimpar e analisar conteúdos que chegam a nós. Junto, pouca vontade de se colocar no lugar de quem pensa completamente diferente, respeitando seu lugar.
Como planejar uma campanha que atraia ao outro, sem considerar o outro? Como oferecer ao consumidor da sua marca algo que você fez para si, e não para ele, sem desconfiar que talvez a estratégia falhe?
Marketing, mais que entender gente, é entender que devemos sempre repensar nossas próprias caixinhas.