Experiência de Marca

Marketing (Ex)portivo*

*que o Professor Pasquale me perdoe a licença fonética

Meus amigos, como diria o saudoso João Saldanha, estes últimos dias para o esporte que o brasileiro mais adora, foram de lascar.

O momento atual, por si só, já é muito desafiador.

Vivemos hoje um eterno FLA X FLU, onde um simples fato qualquer, pode virar tema de uma discussão insana. Isso é contra ou a favor? Governista, ou de oposição? 

Varios fatos assombram as nossas vidas, desde que a grande dicotomia passou a ser máscara ou cloroquina, distanciamento social ou imunização por rebanho. 

Agora a acalorada discussão, é um documento que simplesmente comprova se o cidadão foi vacinado ou não. Meus queridos, até o meu cachorro tem um desses.

Com esta perspectiva de não encarar o problema, mas sim tentar fazer com que, algum de seus aspectos sirva de palanque, chegou a vez do futebol. 

Da seleção canarinho. 

Aquela onde travestidos de técnicos de futebol, defendemos, escalamos, discutimos táticas, estratégias, VAR, colecionam figurinhas. Desculpem o devaneio, mas fiquei saudosista por um instante.

De repente, querem trocar o técnico. O que está, não nos atende (literalmente no sentido de obedecer).

Depois, oferecemos nossos serviços à CONMEBOL: vamos salvar o campeonato continental de seleções. Vamos organizar a bagaça. Em 3 dias.

Que competência. 

Tivemos até agora mais de 15 meses para realizar algo que, quando eu andava descalço jogando bola na rua, já fazíamos muito bem: vacinar os brasileiros.

E o que conseguimos foi criar uma CPI. Que só vai transformar uma lista de testemunhas e investigados, gerando assim mais reuniões desta natureza. 

Em regime de urgência. O assunto requer celeridade e por isso trabalham de terça a quinta, começando sempre com atrasada a sessão, desfilando obviedades e descasos.

PAUSA – Eu por exemplo, até este momento, só consegui entender qual a diferença entre protozoário e vírus.

Mas, voltando para o jogo da bola e, para que não me julguem apressadamente, devo dizer que adoro futebol.

Se bobear, estou assistindo o sub 10, se meu time estiver jogando.

Mas, enquanto isso, o chefe recorre a uma prática recente. Enquanto se discute apaixonadamente um outro assunto, que tal tratar do que me interessa e perguntar à sua secretária: “você se masturba”?

Mas foi de brincadeira. 

Fico imaginando se o diálogo prosseguisse:

– “Ah sim, chefe.

– Sério, com a mão esquerda ou com a direita?

– Variado, mas e o Senhor, também se masturba com frequência”? 

Certamente este não é um diálogo profissional, para ocorrer entre chefes e subordinados. Não tem cabimento. E ainda bem que não aconteceu. Foi só uma piada.

 

Mas nossa síndrome de Hercule Poirot já determinou uma comissão para investigar. 

Imagino se a situação fosse oposta. Ela assediar. Uma ação seria tomada imediatamente. Sem mais delongas.

Senhores, vamos resolver as questões. Trabalhar seriamente. Como gerar apoio da iniciativa privada ou mesmo das instituições sérias do estado, se nós mesmos geramos riscos de imagem absurdos.

Vejam as empresas que corajosamente retiraram seus apoios institucionais a este evento continental futebolístico, muito necessário sim, do ponto de vista competitivo, mas completamente equivocado diante do que estamos vivendo. 

Antes da bola rolar, os estádios precisam estar cheios de pessoas vacinadas e prontas para abrilhantar o espetáculo, como sempre aconteceu. 

No meio disto tudo, surge então uma tomada de posição corajosa por parte dos protagonistas: depois do Paraguai nos posicionaremos, como grupo. 

Uau. Finalmente vamos ver algo inédito no mundo do futebol. 

Passou o Paraguai, e aparece um manifesto. Estranho, confuso. Até hoje não entendi se era em defesa do técnico, uma declaração de amor à gloriosa camisa da seleção, ao direito das pessoas se masturbarem ou o ghostwriter ganhou uma sessão de panos quentes. 

Mas, realmente, o que poderíamos esperar, com tantos interesses envolvidos.

Nelson Rodrigues estava errado. Não temos complexo de vira-latas. Nós somos.

Se fosse aqui, nos campos dos belos estádios mais caros do mundo, o acidente cardíaco do jogador sueco, seria atribuído ao fato dele já ter tomado a vacina.

Ah, me desculpem. 

O artigo deveria ser sobre marketing do esporte.

Mas, confesso que fiquei desconcertado. Fiquei me imaginando apresentando um projeto nesta área, afinal é isto que faço, e a primeira pergunta é em relação a risco de imagem, confiança, crise e por aí vai.

Coloquei meus pontos de vista com o objetivo de compartilhar ideias e conceitos e não paixões. 

Sempre aberto a ouvir e conversar. Que tenha outro ponto de vista. Conseguiremos assim, chegar a um estágio, no mínimo mais completo, ético, positivo em se tratando de seres humanos esportistas.

Só depois, então poderemos tratar de marketing.