É inegável que esta atividade de comunicação existe e resiste as tentativas feitas até aqui para extingui-la. Resistente, segue nas ruas, shoppings, supermercados e na internet. Encontramos ações em todos os lugares, e por isso é o tipo de formato que continua ganhando espaço entre as marcas para alcançar o seu público ideal.
Cientes de que a atividade criaria uma classe empresarial ao seu redor, empresários paulistas criaram em 29/06 de 1993 a Ampro – Associação de Marketing Promocional. O objetivo era um só: explicar ao mercado o expertise necessário para realização destas atividades.
Dez anos se passaram até que chegou-se a um conceito, definido pelos membros da Ampro em 2003 no primeiro Ebemp – Encontro Brasileiro de Empresas de Marketing Promocional.
Em 2009, foi criada uma data especial para comemorar a existência deste mercado. O dia 29 de Junho foi definido, conforme deliberação do Conselho da Ampro como Dia do Marketing Promocional, coincidindo e lembrando a data da fundação da entidade.
Dois anos depois, em 2011, a atividade recebeu uma alteração em sua denominação, durante reunião do GEA – Grupo de Estudos Acadêmicos da Ampro. “A mudança buscou principalmente melhorar o posicionamento da atividade” contou ao Promoview o consultor e professor da ESPM, Cláudio Mello.
Desde então foi desenvolvido um estudo exclusivo que é publicado no Anuário Promoview. Segundo o levantamento, o mercado especializado em ações promocionais reúne cerca de 4.000 empresas e mais de 10.000 trabalhadores em todo o País.
O mais recente acontecimento no setor ocorreu em Julho de 2013 quando o termo foi colocado em segundo plano para dar espaço a uma nova denominação, o live marketing. Ao mesmo tempo em que realizou um evento “divisor de águas” o idealizador do termo, Kito Mansano, propôs a extinção da Ampro e a criação do Sindilive.
Este movimento gerou uma discussão intensa no mercado na passagem mais polêmica da história da entidade e o atual presidente precisou, inclusive, lançar uma nota oficial, outro acontecimento inédito na história da Ampro. Já a criação do sindicato, lançada com impacto durante o congresso, segue os trâmites burocráticos e não foi mais mencionada nos comunicados divulgados.
Analisando toda essa situação, o Promoview foi atrás de profissionais que lidam diariamente com esse mercado, e perguntou: o marketing promocional vai resistir?
Na Região Nordeste, a reportagem conversou com a diretora da 3promo, Vanessa Camurugy Moreira, e que está na lista das Mais Influentes do Promoview, que nos respondeu convicta:
“Sem dúvida, ele resiste e está muito ativo e quem diz isso são os números!. Os investimentos das empresas têm aumentado progressivamente ao longo dos anos, isso ocorre porque o marketing promocional proporciona uma condição única de aliar experiência e interatividade com a marca a resultados palpáveis.”
Ela completa dizendo que “Hoje vende mais a empresa que consegue se relacionar e trazer emoção para a vida dos seus consumidores.”
Vanessa ainda nos fala que a principal característica do marketing promocional brasileiro é a mesma do País, a diversidade, que está presente nas classes sociais, cultura, raças, credos e na geografia.
“Ela traz para o mercado um cenário rico para o desenvolvimento de ativações inovadoras, estimulando a criatividade em diversos nichos de mercado, já que aqui exige um conhecimento amplo das segmentações.”
Nossa equipe foi também até a Região Norte e por lá a opinião é de que para as lideranças do setor promo a área não está no mapa do Brasil. “Por aqui, tratamos como marketing promocional e fazemos muitas ações deste tipo. Acontece que jamais ninguém veio aqui nos ajudar a convencer o mercado para realizar mais ações. Antes de realizar estes movimentos como o de 2013, os responsáveis deviam consolidar a atividade em todo o País, que é um continente. Não fazendo isso, olham apenas para si mesmos e para o mercado do Centro do País, demonstrando a pequenês da sua visão”, declarou Marcília Ferreira, da Stop Promo, de Manaus.
Na Região Sudeste, a reportagem falou com Marcelo Checon, também presente na lista de Mais Influentes do Promoview, diretor da M|Checon, empresa com padrão mundial em cenografia, responsável por esta operação nos eventos de abertura e encerramento da Copa do Mundo no Brasil, que traçou, a pedido da reportagem, um paralelo entre a atividade promo aqui e lá fora.
” O marketing promocional brasileiro e o do Exterior possuem abordagens diferentes por questões culturais, de entendimento de mercado e até de outra legislação.”
“Aqui existe a lei que retirou das ruas outdoors e banners e isso não acontece em Nova York, por exemplo. Com isso, percebo que boa parte dos investimentos em mídia exterior migraram para ações promo. Além disso, lá fora eles conseguem acesso às novas tecnologias antes que o Brasil, na maior parte das vezes. No entanto, não perdemos em nada para outros países quando a questão é a criatividade. Estamos sim, um pouco atrás, mas surpreendendo conforme comprovam prêmios internacionais como FIP e Cannes. Muitas agências brasileiras já conquistaram espaço no mercado internacional.”
Todo o planeta está passando pelo momento onde há uma sensação de que tudo já foi criado e que as novidades são rapidamente tachadas como antigas, essa situação para o marketing promocional é delicada, já que esse mercado tem que surpreender o seu público com projetos inusitados.
O diretor de novos negócios da OutPromo, Ricardo Ferrari, deu sua opinião sobre esse aspecto e falou que “O que acontece é a velha fórmula de dar uma nova roupagem a algo que já foi testado e que já deu certo.”
“Há ainda um certo ‘medo’ de errar, de tentar novas fórmulas, já que podem ou não alcançar os melhores resultados. Já ouvi muito de agências que participam de concorrências, com propostas mais ousadas, mas levam também uma proposta mais “pé no chão”. Não dá para arriscar tudo no novo, pois nunca se sabe o que o cliente espera, o que é uma pena, pois o “novo” acaba dando lugar ao “certo” e assim temos essa sensação de mesmice.”, complementa Ricardo.
Quando questionado sobre o momento do mercado promo no Brasil ele nos responde convicto que o marketing promocional vem se fortalecendo e conquistado o seu espaço.
“No Festival de Cannes 2013 pudemos ver como o Brasil apresentou cases excelentes, com grandes sacadas e bons resultados. O Brasil é um país multicultural, o que funciona na Região Nordeste pode não ter o mesmo efeito na Região Sul, e quando isso é compreendido, melhores resultados são atingidos.” finaliza Ricardo.
Já no Sul do País empresários do setor questionam alguns aspectos da mudança. “Acho que a pretensa mudança para o live marketing não retirou as características da atividade marketing promocional. Serviu apenas para atender o interesse pessoal de poucos e confundir ainda mais o mercado, que não aderiu ao termo e continua tratando nossas atividades como sempre o fez. Tanto que a Ampro não mudou para associação do live marketing, o que prova o oportunismo na implantação deste nome”, declarou o gaúcho Jonas Mascarenhas, da Célula Promo de Caxias do Sul.
E, por último, o colaborador da Contato Promo, João Carvalho, também deu a sua opinião sobre o que acha do momento do marketing promocional no Brasil
“Estamos vivenciando um ótimo momento no marketing promocional. Hoje as atividades são utilizadas quase tanto quanto o marketing tradicional, não tomando o espaço do tradicional, mas sim, somando e ampliando a forma de divulgação de tal marca ou produto de maneira criativa e diferenciada, atingindo o publico alvo de maneira direta.”
Após todos os depoimentos de profissionais das diversas regiões do Brasil, conclui-se neste aniversário de 21 anos da entidade que orienta o mercado de marketing promocional brasileiro que o mercado promo no País está ganhando cada vez mais espaço e sendo uma ótima opção para as marcas que querem alcançar o seu público-alvo.
Confira a matéria especial do dia 23/06: Marcas duelam dentro e fora do campo