Dia 03/01/2020, meu primeiro artigo do ano foi: Tripulação, decolagem autorizada para o voo 2020, com palavras positivas para o ano, porém, trazia uma análise estratégica, realista e motivadora numa linguagem metafórica de uma nova aeronave que viajava para o novo ano. A última frase dizia:
“A equipe de bordo deseja a todos 365 dias, ops, 366 dias de muitos jobs e alegrias. Tripulação, check de portas, decolagem autorizada para 2020.”
Passados 3 meses, houve um grande acidente aéreo.
Suspeita-se que a causa seja uma doença chamada Covid-19, um vírus letal, por vezes assintomático, que para muitos parece uma ‘gripezinha’, mas não é, gerando uma doença respiratória, principalmente em certos grupos de pessoas. Ela debilita, mata e é facilmente transmitida.
O piloto anunciava que o espaço aéreo estava turbulento, com as limitações de aglomerações e participação em eventos e posteriormente cancelamentos.
Mesmo com a tripulação da área da saúde alertando sobre o perigo eminente e de que cuidados de higiene eram fundamentais, muitos ignoraram e prejudicaram a si e aos outros.
Até que houve uma pane geral na aeronave e o isolamento social conjuntamente com o colapso da área da saúde, foi determinante – a aeronave caiu.
Pânico geral, mas quem seguiu o speech da comissária da OMS, tem alguns arranhões, mas sobreviveram. Passageiros aguardam coordenadas de quando serão resgatados e estarão de volta ao seu dia a dia.
Neste voo estavam TODAS as indústrias e mercados do mundo e não foi diferente com o setor MICE que presta serviço para eles, portanto machucados.
O local é de difícil acesso e ainda não sabemos quando vamos resgatar todos. Arrisco a dizer que os eventos devem iniciar a retomada em jun/jul, mas depende dos mercados que atendam e suas tipologias, por exemplo feiras – deve ser somente em setembro.
O que se deduz é que existirá um novo jeito de fazer eventos, talvez com limitação de participantes, com muitas regras sanitárias, sem falar que um segundo semestre não consegue encaixar todos os eventos que foram suspensos. Isso deve-se ou a falta de espaço, ou por sumiço de patrocinadores, falta de investimentos, economia parada, medo da participação dos frequentadores, dificuldade nas viagens e isto gera um efeito dominó que impacta agências, fornecedores e mais do que nunca os freelas do setor.
Mas para que a equipe de bombeiros possa ajudar todos a sair dessa é preciso que pensem na forma de utilizarem sanções e planos governamentais de apoio, linhas de crédito, formas de negociação de adiamentos, e, mais do que nunca, articulados com entidades e pares. Infelizmente, uns vão sair mais machucados que outros, mas todos serão resgatados.
Não sabemos o tamanho do estrago na fuselagem, ainda temos foco de incêndio no local, mas com a criatividade do setor de live marketing será possível entender as mensagens gravadas na caixa-preta e reverter as avarias e consertar esse voo 2020.
Provavelmente viajando por menos jobs, com algumas demissões, redimensionando o tamanho dos projetos, mas com muita oportunidade de ações de ativação, relacionamento, entretenimento, promoção, pois o que os cidadãos mais vão precisar é se encontrar e marcas vão ter que se comunicar mais do que nunca.
Então vamos ‘Eventar’, porque independente dos acidentes, estaticamente VOAR é o meio mais seguro de transporte.
Rumo ao que sobrou de 2020