Vivemos os dias derradeiros de 2018. Preciso atender ao pedido de nossos editores, afinal, eles tiveram a coragem e a insanidade de publicar meus textos.
Tenho como pauta escrever sobre o Ano Novo.
Um ano que ainda nem começou e que traz em si uma série de acontecimentos que farão parte da história de nosso país.
No entanto, fiel a linha de pensamento deste meu espaço, Tempos e Contratempos, fiquei encrencado pensando como dar conta desta tarefa. Como fazer para levar a nossos pacientes leitores algo que não fossem os tradicionais textos de final de ano.
Pensei.
Este Portal trata de ações live marketing.
Pensei. Tomei uma.
Pensei novamente. Até que cheguei a um ponto de partida.
Além das ações das festas, o que nossa atividade tem haver com ano novo?
Então…. A cada 365 dias, contando a partir de primeiro de janeiro obviamente, nos deparamos com esta data.
Nos preparamos muito para celebrar a Noite da Virada. Reuniões são feitas pra ver quem traz o peru! Quem traz o cuscus.
Fazemos promessas. Convidamos amigos. Preparamos uma festa. Nesta noite estamos livres para tomar um pouco a mais de vinho, cerveja, uísque, champanhe, enfim, o que aparecer.
À mesa teremos as mesmas comidas de sempre, como num restaurante a quilo que tanto detesto.
Temos que sorrir e nos divertir. Beijar todo mundo em volta, e desejar votos de boas coisas, mesmo que no dia seguinte estejamos fofocando num grupo do Facebook, sobre o comportamento indevido daquele ser, ou sobre a roupa completamente inadequada da outra, ou até pelo fato de ter visto fulana e beltrano pegando uma garrafa de vinho e colocando na bolsa pra levar pra casa.
Mas é Ano Novo, de novo.
Uma sequência de dias que se repete, até que chegue o próximo Novo Ano.
Fico imaginando como era a vida quando não havia o calendário. Talvez, os encontros e reuniões fossem marcados pela quantidade de sois que iriam nascer até que aquelas pessoas se encontrassem novamente.
Parece emocionante não saber o dia de amanhã.
Bom, mas vamos voltar à nossa pauta.
Fiquei imaginando com o que se parece esta data. E me lembrei de um ritual muito parecido que passei a viver depois que saí da vida corporativa e fuictrabalhar em agências de live marketing.
No dia a dia, vivemos atrás de trabalho. Fazemos apresentações. Desenvolvemos brindes para presentear nossos prospects. Quando conseguimos um contato com algum cliente é uma festa. E o ápice desta história é quando somos convidados para uma concorrência. Que glória.
E vamos para a reunião de briefing. Tal qual a reunião de final de ano, a mesa está posta, normalmente com papel ou um bloco com a logo do cliente futuro, lápis, café, de vez em quando uma bolacha e água.
Chegando lá nos incomodamos com a quantidade de gente no salão. Parece que o anfitrião não se preocupou se ia ou não caber todo mundo. Ouvimos atentamente, se é que é possível. Afinal, o discurso é quero tudo do bom e do melhor e vou pagar o menor preço possível.
Voltamos para casa e inicia-se aí o processo de preparação da apresentação para o futuro cliente. O objetivo é, vou entregar o mínimo possível pelo maior valor que conseguir abocanhar.
Várias reuniões. Fornecedores de todos os tipos. Ideias e mais ideias. Contatos. Convites. Estamos preparando a festa de cliente novo. Vamos pra cima! Tamo junto! Na véspera é um enorme frisson.
Um corre corre da porra pra terminar tudo que tivemos um prazo conhecido desde o início do processo.
Tal qual quem está em casa nos preparativos do Ano Novo. Sempre atrasados.
Finalmente chega a apresentação. O resultado daqui um tempo.
Ficamos loucos na espera de poder comemorar. Soltar os foguetes. Bater o sino. Tocar a campainha. Até que um dia…….
Ganhamos!!! Ganhamos!!! Internamente um monte de cumprimentos. Um parabenizando o outro.
Você é o cara.
Você é demais.
Cumprimentamos efusivamente, mesmo aqueles caras que nem damos bom dia no dia a dia.
Mas……. Enfim. Chegou o ano novo.
É bárbaro quando o primeiro dia útil do ano é uma segunda feira. A gente olha pra frente e se depara com a rotina novamente. Muitas vezes nos esquecemos das promessas e dos planos rapidamente, largados de lado.
Afinal se não for assim, o que vamos fazer no próximo ano? O que seria uma renovação de vida passar a ser uma dúvida. Como viver o ano de novo.
Na agência, marcar a primeira reunião de trabalho não é muito difícil, mas as subsequentes é um baita problema. Ninguém tem tempo.
Passada a concorrência, entregar o que criamos é um problema. O cara do planejamento já mudou de ramo. A produção está envolvida em outro job. O atendimento está em busca de nova concorrência. A pré-produção está orçando, apesar de não ter entendido bem o que vai ser feito. É um problema entregar o job.
Esta situação é verdadeira em alguns casos e em outros também. Tal qual o Novo Ano, esperado ansiosamente, o job a ser entregue é a mesmice de sempre. Atrapalha todo dia a dia da agência em busca de novas
concorrências.
E lá vamos nós de Novo.
Está chegando o momento de vivermos 2019. E eu como sempre só tenho uma única expectativa, aliás a mesma diante de um novo job, me divertir muito com cada momento e aprender tudo o que puder.
Até a próxima.