"Ele é a maior mentira do Brasil." Essa frase, supostamente dita pelos pais de Vinícius Júnior, atacante e atual ídolo do Flamengo, estampou a capa do jornal Marca, principal periódico esportivo da Espanha, que recebeu duros xingamentos nas redes sociais após a publicação. Para a alegria dos torcedores rubro-negros, não passava de uma notícia falsa criada por internautas.
É cada vez mais comum esse tipo de iniciativa – conhecido popularmente como fake news – viralizar na internet e interferir na vida das pessoas. Segundo a Universidade de Oxford, na Inglaterra, mais da metade do tráfego da internet é feito por programas que simulam ações humanas repetidas vezes e de maneira padrão.
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Eles conseguem espalhar boatos como se fossem verdade, independentemente da importância da figura pública. Pensando nisso, Renato Mendes, sócio da Organica, empresa que lidera o crescimento acelerado de negócios, faz algumas questões importantes sobre as fake news. "Essa notícias falsas são um fenômeno extremamente preocupante em termos de construção e percepção de marca pela sua capacidade de desinformar em massa.", explica Mendes. Confira:
As fake news são um fenômeno extremamente preocupante em termos de construção e percepção de marca pela sua capacidade de desinformar em massa. Combatê-las deveria estar no topo da lista de prioridades de veículos, redes sociais e marcas. Todos podem dar sua contribuição neste sentido, vide recentes ações tomadas, por exemplo, pela Unilever e pelo Facebook, um colocando pressão para solucionar esse problema e o outro correndo atrás. Ainda é muito pouco, no entanto, parece que as pessoas não entenderam o efeito devastador que as Fake News podem ter.
O maior perigo é o impacto que elas têm na formação de opinião sobre marcas, personalidades e temas relevantes a partir de informações falsas. Fake News são tricky porque elas parecem verdadeiras. Elas reforçam crenças que as pessoas já têm sobre temas da atualidade. De novo, a única forma de combatê-las é tratando esse assunto com a importância que ele deveria ter.
Estamos falando que provavelmente as fake news tiveram um papel crucial nas eleições presidenciais norte-americanas. O que mais precisa ser dito para se que se articule toda a rede que compõe esse negócio para combatê-las? Quem hospeda um site de fake news não deveria tomar alguma ação? E quem o remunera a partir da audiência? Como reconhecer um link como este e impedir que ele seja divulgado em uma rede social? Como ajudar as pessoas a identificarem uma notícia falsa e não a passarem adiante? Essas são as questões que estão na mesa.
Na verdade, as fake news sempre existiram, mas ganhou força com as redes sociais pela capacidade da rede em aumentar o alcance das mensagens. Fake news só existem porque as pessoas acreditam naquele conteúdo e passam adiante – e as redes sociais alavancam isso de maneira jamais vista.
Elas estão aí para confundir, não para explicar. E claro que isso tem um impacto direto no trabalho de comunicação publicitária e jornalismo. Cabe às marcas e aos veículos ajudarem a separar o joio do trigo, combatendo na fonte, se posicionando sempre que necessário e trabalhando duro para disseminar informações verdadeiras. A guerra da informação está só começando.