O ‘circo está pegando fogo’ faz tempo, e, agora, os poderosos da internet precisam apagar o incêndio. O YouTube diz que só vai monetizar vídeos com mais de dez mil visualizações, pois isso garante que os mesmos têm conteúdo. Facebook e Google estão criando novas ferramentas para combater as notícias falsas. Ou seja, depois do grande estrago daquilo que um dia surgiu para ser benéfico, e, agora, está trazendo mais problemas do que soluções, estão todos correndo atrás do prejuízo. Mas, a conclusão que eu chego é que a verdade é uma só: todos mentem.
Somente depois das marcas ameaçarem boicotar o Google em função de anúncios estarem sendo veiculados em vídeos que propagavam violência, racismo e demais coisas ruins para a sociedade, é que a providência foi tomada. Certamente, um pouco tarde demais.
A pergunta que não quer calar: o que é conteúdo para o YouTube? No meu entendimento, e acredito que no de muitas pessoas também, tem muito lixo em forma de vídeo que tem milhões de visualizações. Portanto, é uma linha muito tênue sobre o que é de qualidade e o que dá retorno financeiro.
Cito como exemplo um vídeo em que o cidadão vai fritar balões ou bexigas, cada um conhece por um nome, em que ele faz todo um suspense, e, no final, acontece o que é óbvio: tudo derrete. Mas, apesar da obviedade, tem quase um milhão e trezentos mil visualizações. Isso é conteúdo?
Ao começar uma estratégia de marketing digital, todo profissional de marketing encontra essa frente chamada “Marketing de Conteúdo”. Mas, afinal de contas, o que isso significa?
Indo direto ao ponto, marketing de conteúdo é tudo o que é feito para educar, informar ou entreter um futuro cliente. É o combustível do inbound marketing. A ideia consiste em informar as pessoas para fazer com que futuramente elas não só respeitem a sua marca e a tenham como referência, mas também se tornem clientes de sua empresa.
Podemos dizer que o significado de marketing de conteúdo é relativamente novo. Somente nesse novo século que esse conceito foi forjado e que estudos, análises e experimentos começaram a ser realizados. O sonho de toda empresa é estar nas primeiras páginas do Google, e, para isso acontecer, o site tem de ter conteúdo.
Notícias Relacionadas
"How are YOU doin'?"
Nubank lança campanha com ator de Friends para atrair novos consumidores
Estrela de Friends, Matt LeBlanc é o rosto da nova campanha do Nubank, focada na simplicidade e o controle financeiro do banco digital
LoudT
Para se conectar com a GenZ, Santander cria banda internacional com integrante brasileiro
A primeira música, chamada "Dime", estreou em outubro em todas as plataformas digitais; o banco também lançou um documentário sobre os integrantes
Mensagem de resiliência
Em vídeo, OMO lança reposicionamento de marca com jogador Vini Jr.
Empresa cria mensagem focada em resiliência, pedindo que brasileiros “coloquem suas roupas para jogo” e encarem desafios com coragem
Mídia Out-of-Home
Vult personaliza metrô no Rio de Janeiro para apresentar nova linha
A ativação visa criar uma conexão mais próxima com o público, que pode conhecer os produtos da marca durante seu trajeto diário
O marketing de conteúdo tem ampla influência nas estratégias de SEO de um site. Sabemos que hoje não basta produzir conteúdo com palavras-chaves soltas em meio aos textos ou fazer link building em grande quantidade, mas sem qualidade.
O algoritmo de busca do Google se desenvolveu muito e já consegue perceber o que é um conteúdo relevante para o usuário. Dados como CTR na Serp, tempo de permanência na página e qualidade dos links referenciados no texto são analisados e influenciam no ranqueamento.
Hoje, qualquer empresa que abre um site, ou mesmo os blogueiros de plantão, já sabem como fazer para ficarem no topo das pesquisas do Google. Existem milhares de agências especializadas em fazer isso, porém, isso não significa que existe algum conteúdo por trás disso.
Antes da Era Digital, qualquer revista, jornal de bairro, panfletos de supermercados, entre outros, que contivessem textos informativos, só poderiam ser distribuídos se tivessem um jornalista se responsabilizando pelo conteúdo ali impresso. Hoje, isso acabou. Qualquer um cria um site, um blog, faz um vídeo. A profissão de jornalismo passou a ser depreciada. Ah! Ok! Todos têm direito de expressar a sua opinião. Concordo, mas, até para isso, é preciso ter bom senso, responsabilidade e ética. E justamente isso não está acontecendo.
Diante desse cenário eu pergunto: Conteúdo do quê Facebook, Google e YouTube querem? O que eles entendem por conteúdo? Eu não tenho a resposta. Você tem?
Enquanto isso, infelizmente, o circo vai continuar pegando fogo. Só espero que o incêndio não faça mais vítimas do que já fez.
