O Google anunciou que postergará a descontinuação de cookies de terceiros no seu navegador Chrome. Com implementação originalmente planejada para 2022, a eliminação gradual agora está programada para começar em meados de 2023.
A companhia não foi a primeira gigante de tecnologia a anunciar que adotaria o modelo cookieless em seus ambientes, porém foi a mais significativa por conta de sua escala.
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O Google declarou que esse tempo extra deve ser usado de maneira colaborativa para resolver muitos dos desafios que o novo formato traz, incluindo mensuração e entrega de anúncios, conteúdo relevantes e detecção de fraudes.
As-motivações para a nova data são embasadas em fatores regulatórios e técnicos. Da primeira perspectiva, existem as questões sobre o cumprimento do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados sendo levantadas, bem como a autoridade de concorrência do Reino Unido solicitando a supervisão do projeto para dissipar preocupações de que essas mudanças trarão vantagens monopolísticas para o Google.
Quanto à questões técnicas, a solução do Google à eliminação gradual de cookies de terceiros foi um modelo de privacy sandbox chamado “FLoC” mas, apesar de a empresa ainda acreditar no potencial do modelo, parece que os desafios envolvidos na implementação em escala são superiores aos inicialmente previstos – os FLoCs estão atualmente implementados somente em uma quantidade ínfima de tráfego do Chrome (< 0,5%), e o resultado indica que a indústria mais ampla não tem capacidade de testar modelos funcionais.
As consequências dessa transformação apontaram para publishers confusos e preocupados com impactos potencialmente enormes em seus negócios, como revelou pesquisa recente da Teads, plataforma global de mídia.
O projeto contou com a participação de 451 dos mais reconhecidos publishers do mundo, com amostra representativa que incluiu de pequenas à grandes empresas de mídia, e mais da metade deles afirmou não ter certeza de como as novas soluções afetarão seus resultados.
Além disso, a nível global, o estudo apontou que 65% dos executivos não planejam aumentar o uso de logins – uma das fontes de dados apontadas como adequadas ao novo cenário – para combater a ausência de cookies porque entendem que isso pode afetar a experiência do usuário e trazer impacto no tráfego.
Esta é uma longa jornada e as implicações estão sendo aos poucos compreendidas. Assim, embora o atraso seja bem-vindo, as empresas precisam continuar buscando e testando alternativas para o novo cenário digital.
Os prazos anteriores significavam que muitos negócios não teriam a oportunidade de construir planos robustos antes que o mundo sem cookies se tornasse uma realidade.
Mesmo que o Google tenha atrasado seu lançamento, as limitações introduzidas pela Apple com utilização de IDFA (iOS 14.5) e a futura descontinuação do IP (iOS 15) ainda exigem uma necessidade imediata de soluções de dados compatíveis com privacidade.
Alinhado a isso, a consciência do consumidor sobre privacidade está crescendo e o apetite por privacidade digital está no seu ápice. Negócios que se organizarem em torno de práticas de receitas e dados sustentáveis, voltadas para o futuro, estarão melhor preparados para lidar com qualquer anúncio futuro que venha do big tech.
Portanto, a mensagem principal é que agora existem duas razões centrais para testar e usar soluções sem cookies: Há uma oportunidade para construir confiança e engajar todos os usuários, incluindo aqueles que usam ambientes existentes sem cookies, como o Safari; além de fazer estrategicamente a transição para uma era cookieless e estar completamente preparado quando a luz for totalmente apagada.
Imagem: Reprodução.