O mercado de criadores de conteúdo tem sido bastante falado ultimamente e não é à toa: este setor do mercado está super aquecido e as previsões indicam que ele vai crescer ainda mais nos próximos anos.
Diversas empresas já notaram o poder dos creators e compreenderam que, atualmente, é impossível pensar em desenvolver uma estratégia certeira, sem primeiro pensar em que tipo de campanha será desenvolvida com os influencers.
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Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo inteiro se consideram criadores de conteúdo, mas apesar disso é bastante normal ver pessoas que duvidam da revolução causada pela Creators Economy na cultura e no mercado.
Por isso, vamos a alguns fatos. Uma pesquisa da CB INsights revelou que a Creators Economy movimentou US$1,3 bilhão apenas no ano passado.
Ao se levar em conta os números dos anos anteriores, o crescimento anual foi um pouco maior que 30% entre 2020 e 2021
Desse modo, se a tendência observada nesses dados revelam alguma coisa, dá para afirmar que os resultados de 2022 serão ainda melhores.
A verdade é que, atualmente o potencial da área é enorme e as escolhas de conteúdos são muitas. Na opinião de Flávio Santos, CEO da MField, uma agência focada em estratégias de ativação de influenciadores e conteúdo nas redes sociais, cada marca tem uma dor e um objetivo diferente. Assim, conteúdos que engajam, são conteúdos de verdade, seja com propósito de performance ou de awareness.
Por isso, segundo ele, a MField prioriza, cada vez mais, escalar personagens que de fato são criadores de conteúdo, que participam do processo criativo, que trazem insights, que se dedicam na produção do conteúdo.
“Isso pode gerar vídeos virais, webséries nas redes sociais, conteúdos gatilhos que dão start em campanhas maiores, amplificação de ações. Estima-se que, nos próximos 5 anos, teremos aproximadamente 1 bilhão de criadores de conteúdo em todo o mundo. Chegou a hora de se destacar em frente a essa avalanche de histórias”, aponta.
A MField marcou presença no Lollapalooza Brasil 2022 em ação da Sadia, um dos principais patrocinadores e rango oficial do festival.
A ação teve como pontapé inicial a criação da coreografia que virou hit nas redes sociais, com mais de 4 mil vídeos replicando o hit de Sadia no app vizinho e durante o festival foram mais de 40 nomes ativando o rango oficial do Lolla.
Amanda Gomes, sócio-diretora da MAP Brasil, uma agência focada em comunicação e desenvolvimento de negócios para marcas, artistas e personalidades do entretenimento, vai na mesma linha.
De acordo com ela, o trabalho com os creators é sempre relacionado à história que se quer contar contar, à verdade do creator e os desafios de marca e negócio que a agência precisa endereçar de cada parceiro.
“Cocriamos promoções, realities, webséries, brand experience até consultorias com as equipes de marketing. Trabalhamos todas as possibilidades com cada pessoa: de webséries a consultoria, passando por podcast, experiências exclusivas e projetos de capacitação a partir de todo conhecimento que o creator possui. É menos sobre o formato e mais sobre a história que queremos contar” afirma ela.
Um dos melhores cases de projeto que a MAP realizou com creators foi a webserie #ChácomAGente, que teve apresentação de Mica Rocha, para lançamento da linha de chá quente Lipton, da Unilever.
Os episódios foram compartilhados durante três meses no canal de Mica no Youtube. Neles, ela bebe chá ao lado das influenciadoras Mariana Gonzalez, Gabriela Pugliesi, Alice Wegmann, Paola Antonini e Niina Secrets.
A MAP Brasil foi responsável pela criação, roteirização, contratação de influenciadores e equipe, além da produção audiovisual.
No Twitch, por exemplo, que é uma das redes sociais com maior crescimento no mundo dos Creators, pessoas do mundo todo fazem lives que permitem interação do público e assim possibilitam a construção de comunidades engajadas.
As Lives no Twitch oferecem uma flexibilidade incrível, que oferecem a chance de se produzir conteúdo de diversas áreas, pois além das tradicionais exibições de e-sports, gameplays, há outros usuários produzindo DJ set’s, rodas de leitura, etc.
O Instagram também permite que os usuários se conectem aos creators através de livers, reels entre outros recursos. O mesmo vale para o TikTok e seus vídeos curtos que são um fenômeno entre os jovens da Geração Z.
Essa diversidade de plataformas e formatos faz com que existam conteúdos e cenários diferentes em que os creators podem ser conectados, conforme aponta Eduardo Rangel, CCO da tm1, uma empresa de brand experience que conecta as marcas aos seus fãs, clientes e colaboradores com experiências memoráveis.
A tm1 foi a responsável pela produção do teaser e transmissão da Instagram Creators Week do ano passado, um evento proprietário de umas maiores plataformas para criação de conteúdo do planeta e que trouxe para o centro da conversa um verdadeiro dream team de creators, além do próprio time do Instagram.
“Existem conteúdos e cenários diferentes em que os creators podem ser conectados. Em alguns, eles são protagonistas e o centro da conversa, no caso de eventos como a Creators Week, do Instagram, e o Meta Summit, que acabamos de entregar, que têm como foco a produção de conteúdo digital e seu poder transformador – tanto do ponto de vista cultural quanto econômico”, disse Eduardo.
“Mas também produzimos grandes eventos e ações em que as marcas se apóiam no storytelling dos creators para alavancar seus negócios com conteúdo de qualidade, sobretudo nas redes sociais, onde essas marcas são vistas e acessadas pelo consumidor final. Nesse cenário, a tm1 atua oferecendo uma curadoria para trazer os creators que produzem conteúdos que dialogam com as marcas e com as características das próprias plataformas em que são nativos” acrescentou.
A diversidade de plataformas e formatos da creators economy também se aplica ao perfil dos criadores de conteúdo. De acordo com uma pesquisa do portal Criadores iD sobre o perfil dos criadores de conteúdo brasileiros, a maior parte deles é jovem, com 55% dos entrevistados de idades entre 20 e 29 anos (média de 25,9 anos).
Além disso, 59% têm formação superior. Só 27% possuem mais de 30 anos e os criadores com essa faixa etária se concentram mais no YouTube.
Já sobre a identidade de gênero e orientação sexual, 48% são homens, 44% mulheres, 91% cisgênero, ou seja, que se identificam com o sexo de nascimento (47% mulheres cis, 43% homens cis), e 4% não cisgênero.
Os heterossexuais são 60%, e 18% são homossexuais, 13% bissexuais e 3% são pansexuais.
Já em relação à distribuição regional, existe uma grande concentração de creators no sudeste do Brasil, com 65%, residindo na região e dos quais 47% são de São Paulo. Por outro lado, só 2% dos entrevistados pelo portal eram do Norte do Brasil. No Nordeste, são 10%, no Centro-oeste, 4%, e no Sul, 17%.
Grande parte dos criadores de conteúdo, 77%, vive com algum familiar e 78% têm animais de estimação (em média, 2,2 pets).
Com um perfil tão diversificado, os creators também podem desempenhar um papel essencial para quebrar preconceitos e estereótipos. Para Flávio Santos, o creator tem um papel importante de inspirar sua audiência.
“Mais do que influenciar, esses personagens ajudam a formar opinião e temos que usar essa responsabilidade como exemplo para desmitificar tabus, oxigenar a cabeça sobre questões sociais e quebrar preconceitos. A internet é o caminho mais democrático da comunicação e talvez por essa liberdade, vemos tanto histórias inspiradoras quanto assustadoras. Sou o entusiasta que acredita que as redes sociais vêm para educar e entreter. Cabe a esses creators se colocarem como meio de informação, não só como mídia”, destaca.
Para Eduardo, é preciso entender que os creators, hoje, são formadores de opinião.
“Eles não precisam atuar nos meios de comunicação tradicionais para estrelarem campanhas, eventos e ações. As grandes marcas sabem disso e trazem para perto de si nomes que têm enorme engajamento com suas comunidades, que falam com propriedade para determinado público, inclusive sob o ponto de vista da linguagem. E é claro que todo esse movimento naturalizou a figura do criador de conteúdo no âmbitos de campanhas e ações de marca”, afirma.
Já de acordo com Amanda, ações com creators ajudam a contar para o mundo uma multiplicidade infinita de histórias.
“As pessoas são múltiplas, complexas, com trajetórias de vida únicas. Quando colocamos diversos creators para compartilhar suas histórias, ajudamos o mundo a entender que ninguém é uma coisa só, que temos pontos em comum, temos dores, conquistas, frustrações, aspirações. Preconceito existe por ignorância, desconhecimento. Que as pessoas busquem conhecer outras histórias, se interessem, ouçam ativamente e assim vamos caminhando para um mundo mais empático, tolerante e humano”, conclui.
A verdade é que mercado está ficando cada vez mais maduro, uma vez que o que antes era encarado apenas como entretenimento agora está tomando proporções financeiras gigantescas, o que cria oportunidades de negócios reais, transformadores e altamente rentáveis.
Os criadores são mais que parceiros das empresas, pois hoje eles têm o poder de cocriar com elas, serem sócios ou até mesmo fundar a sua própria marca.
Por isso, na MField, a tendência agora é trazer os creators para sentar na mesa junto ao hub criativo da agência.
“Eles, melhor do que ninguém, conhecem suas audiências. Os que topam se envolver e pensar de forma colaborativa, são os que trazem melhor engajamento e resultado e os que conseguem criar vínculos e fidelizar com os clientes. Temos visto esse movimento das marcas trazerem os talentos para posições de liderança, heads criativos, e isso deve ir muito além do que uma ação de marketing. O creator assume uma responsabilidade e se posiciona como mente criativa e não só como oferta de espaço de mídia”, finaliza Flávio.
“Cada vez mais os próprios criadores de conteúdo estão dentro do processo de criação com as marcas. Afinal, a leitura sobre suas comunidades, tom, linguagem e formato são domínios deles. O desafio das marcas é conseguir descentralizar essa criação, para abrir portas para que seus creators parceiros possam levar essas ideias com menos burocracias”, completa Amanda.
Na tm1, a cocriação é frequente e muito bem-vinda no trabalho com criadores de conteúdo.
“É importantíssimo que eles usem seus skills em cada projeto, que tragam sua experiência nas plataformas em que atuam e onde são populares. Por isso que, ao receber o briefing de um novo projeto, entendemos qual é o papel do criador de conteúdo e quais têm o perfil correto para a ação. O resultado vencedor passa por esse processo e por juntar o olhar da agência ao expertise do creator”, diz Eduardo.
Finalmente, e por todas essas razões apontadas, o mercado de live marketing pode se unir ao creators reconhecendo o papel que eles exercem como força cultural.
“O uso de criadores de conteúdo em eventos e ações de live marketing é o resultado natural do êxito que esses mesmos criadores tiveram construindo e engajando suas comunidades. E como sempre, aproximá-los de grandes marcas parte do entendimento do que eles podem oferecer de storytelling, linguagem e conteúdo”, finaliza o CCO da tm1.