A rede social indiana Koo está recebendo milhões de novos usuários, principalmente brasileiros, que temem que o Twitter tenha problemas ou não exista mais em pouco tempo, depois das movimentações de Elon Musk e das demissões em massa que ele fez na empresa.
Desse modo, o Koo se tornou uma alternativa que era conhecida por poucas pessoas até o momento. As ações de Musk, junto com o começo da Copa do Mundo de 2022 no Catar, desencadeou uma corrida que fez a plataforma indiana e o app Fifa Plus figurarem atualmente entre os líderes de apps gratuitos com o maior número de downloads no Brasil nos sistemas Android e iOS.
Por conta da situação de incertezas no Twitter, várias pessoas criaram conta no Koo, que tem o ícone de um pintinho, além do nome curioso que gerou uma onda de memes na internet.
Entre-os assuntos que figuraram nos Trending Topics no Twitter até o dia 18/11, quatro entre os de maior popularidade tinham relação com as palavras: “Koo App”, “O Koo”, “Meu Koo” e “Esse Koo”.
Todo esse burburinho não parou arte o momento. Leila Germano, tuiteira e influenciadora do Ceará que tem 162,5 mil seguidores no Twitter, postou: “Antigamente, xingamos muito no Twitter, agora vamos meter o pau no Koo”.
Outro meme que viralizou é o “Ninguém solta o Koo de ninguém” – uma paródia de um lema que foi muito repetido depois das eleições de 2018.
Já Felipe Neto, que ganhou 135 mil seguidores somente em seu primeiro dia na nova rede, também participou da zoeira: “Olha, eu quero agradecer do fundo do coração a todas as pessoas que entraram no meu Koo hoje”. E seguiu com “Meu objetivo é ter o maior Koo do Brasil!”.
O Grêmio também surfou na onda e criou um perfil na rede, divulgando a novidade no Twitter com um trocadilho:
Diversas personalidades brasileiras fizeram um perfil na rede social indiana, desde atores até comediantes e cantores, entre eles, o ator e comediante Paulo Vieira, a cantora Clarice Falcão, o influenciador Casimiro e o ator Bruno Gagliasso.
“Toda a equipe trabalhando a noite toda. Alimentado pelo amor recebido do adorável povo do Brasil”, comunicou a rede no dia 18.
O Koo foi criado em março de 2020, mas cresceu em popularidade na Índia somente em 2021, durante um conflito entre o governo indiano e o Twitter.
Narendra Modi, primeiro-ministro indiano, exigiu que o Twitter realizasse o bloqueio de contas de agricultores que eram contra as medidas do governo. De acordo com a BBC a rede do passarinho azul havia, inicialmente, atendido à solicitação de Modi, mas citou “justificativa insuficiente” e voltou atrás.
A batalha entre Twitter e Modi permaneceu e o governo ameaçou com proceso os funcionários da rede social no país.
A situação ficou ainda mais tensa quando as empresas de tecnologia afirmaram que uma nova lei da Índia, que exigiria que os aplicativos fizessem a identificação de quem deu origem a um determinado post, teria impactos na liberdade de expressão e na privacidade de usuários.
Com isso, integrantes do governo Modi e celebridades de extrema-direita que estavam insatisfeitos com as medidas do Twitter fizeram uma migração em massa para o Koo em um movimento que foi seguido por milhares de outros usuários indianos.
A Índia é um país com uma profunda divisão religiosa, que costuma ser repleta de tensão, o que fez o discurso de ódio crescer no Koo e em outras redes, incluindo o próprio Twitter e o Facebook.
O Koo recebeu várias acusações de divulgar propagandas do governo e de não impedir de modo eficiente o discurso de ódio em relação aos muçulmanos.
“Somos uma plataforma neutra e você não precisa se preocupar com nada disso que você falou. Use-o como se fosse seu“, afirmou Koo Mayank Bidawatka, cofundador da rede ao responder na época um seguidor que denunciava as polêmicas do Koo.
Com a chegada dos milhões de usuários do Brasil, que já são mais de 2 milhões, a rede social Koo lançou uma atualização em português do Brasil. O lançamento foi divulgado pela plataforma em 20/11, depois de o serviço viralizar entre os brasileiros.