Como-deveremos nos preparar? Como o mercado se comportará daqui para frente? Qual o próximo passo?
Essas e outras questões surgiram com o avanço da pandemia do Covid-19 que alterou totalmente a vida e rotina em quase todos os países, trazendo apreensão para pessoas físicas e jurídicas.
Essa tem sido uma das maiores crises de nossa história, e, ao terminar, pois ainda não terminou, o mundo, sem dúvidas, será outro.
Seus efeitos transformaram as relações de trabalho, assim como modelos de carreiras profissionais. Segundo McKinsey, pelo menos 88% das companhias avaliam que o pós- pandemia trará mudanças significativas nas estruturas de trabalho, dentre as quais, além do aspecto remoto, estão: A ampliação de modelos de gestão por projetos, a remuneração mais variável e cada vez menor as relações rígidas de hierarquia, provocando a migração para um conceito mais colaborativo dentro das empresas.
É fato que nosso governo também buscou, da melhor maneira possível, se ajustar a esse novo cenário, criando formas de diminuir ao máximo o impacto negativo na economia.
Neste-sentido, a flexibilização das leis trabalhistas e tributárias por meio de medidas provisórias e de auxílios emergenciais, ao mesmo tempo que direcionou suas decisões priorizou o lado humano.
Ainda que apoiados em alguns aspectos pelas leis governamentais trabalhistas, executivos seniores de todos os segmentos, se depararam com o desafio de traçar estratégias quase que no escuro, ou pelo menos com baixa previsibilidade do que aconteceria com a economia local e internacional.
Planejamentos antes anuais, se tornaram no máximo trimestrais, mediante a cenários variados onde a resiliência, adaptabilidade e flexibilidade se tornaram palavras-chave para acompanhar novos padrões de comportamento e necessidades de clientes.
Mediante ao dinamismo e imprevisibilidade que já acontecia em um mundo globalizado, agora, temos mais certeza de que o que ocorre em uma parte do mundo, afeta o todo.
Nesse sentido, a comunicação foi fundamental, já que precisou se manter sempre ativa e consistente, seja entre equipes, líderes e colaboradores, fornecedores, parceiros e especialmente clientes.
Nesse sentido, o componente humano foi decisivo, já que líderes precisaram monitorar diferentes reações, em virtude ao isolamento social, assim como problemas emocionais que poderiam prejudicar o desempenho da equipe.
Esse foi somente o começo de um caminho de acertos, erros, desconstrução e muito aprendizado na tentativa de se encontrar as respostas certas para contornar a crise que afetou grandes, médias e pequenas empresas.
Embora impactadas em níveis diferentes, todas, de alguma forma, buscaram se tornar mais ágeis em seus processos, além de digitalizadas.
No âmbito digital, sem dúvidas que grandes oportunidades surgiram, não somente na geração de oferta de novos produtos e serviços, mas na maneira de se relacionar com o cliente.
Nesse contexto, algumas companhias se destacaram ao reforçar os valores de suas marcas ao oferecer informações relevantes e conteúdos muitas vezes gratuitos, além de outros serviços como frete grátis, como foi o caso por um período, da brilhante Magazine Luiza.
Também é possível afirmar que um dos aspectos de maior protagonismo em 2020 foi a tal da inovação. Não mais opcional e cada vez mais condição essencial de manutenção de modelos de negócio, as empresas precisaram recorrer a diversas estratégias nunca antes imaginadas para manter seus negócios em pé, como terceirizar determinados serviços ao manter dados na nuvem e contratar soluções no modelo SaaS (Software as a Service).
Tudo com o objetivo de se ter menos e acessar o máximo possível. Ao mesmo tempo que mais conexões digitais abriram oportunidades de negócio em parcerias de distribuição de serviços associados à internet, exemplo Netflix, Spotify dentre outros, foi preciso em alguns momentos, ter mentalidade de startup.
A agilidade e capacidade de se reinventar, fazer leituras rápidas das novas necessidades de clientes, parceiros e colaboradores.
Quanto às necessidades dos clientes, vislumbramos o nascimento de milhões de novos consumidores. Um dos grandes destaques em termos de comportamento, sem dúvidas foi o impacto da migração de mais de 20 milhões de novos consumidores que compraram on-line pela primeira vez no Brasil, em um total de 42,9 milhões de consumidores únicos, número considerado um crescimento exponencial, um marco para o e-commerce, segundo dados do Movimento compre & confie- Neotrust.
Desta maneira, o segmento abriu portas para uma maior conectividade que, definitivamente, geraram demanda por serviços ligados à segurança da informação, ou cibersegurança.
Segundo pesquisa “Digital Truit Insights 2020” da PricewaterhouseCoopers, devido às novas ameaças provenientes do trabalho remoto, grandes volumes de transações e dados financeiros em circulação, questões de segurança cibernética e privacidade foram pautas de todas as decisões ou planejamentos de negócios, se configurando como uma grande consequência da pandemia.
Já no que se refere às necessidades dos colaboradores, o pós-pandemia mostrará o quanto a adaptabilidade, humildade e confiança serão fundamentais entre líderes e liderados.
A mudança de mindset e conhecimento, o saber desconstruir, estar aberto a aprender todos os dias, espírito de equipe, nunca foram tão valorizados. Afinal, vivemos em uma era digital, em que nunca se falou tanto em humanizar as relações.
A tecnologia veio para encurtar distâncias e hoje podemos contar com uma multiplicidade de canais de relacionamento digitais, que vão de WhatsApp a aplicativos.
É verdade que a voz que as redes sociais proporcionaram à comunidade, pode ter tornado as pessoas mais intolerantes, radicais e até agressivas, o que faz parte da quebra de paradigma do momento onde se discute tanto diversidade e as empresas que ainda buscam suas melhores formas de implementar essa condição.
Por fim, uma coisa é certa, a cultura da empatia, diversidade e inclusão vieram para ficar e essas serão atitudes primordiais para lidar com as incertezas e assegurar o sentimento de equipe entre funcionários que estão atuando remotamente.
A comunicação deve ser intensa para manter o sentimento de pertencimento. Conciliar o propósito da empresa com o que faz sentido na vida do colaborador, num ambiente empático, de acolhimento e de afeto, certamente reduzirá a ansiedade e depressão.
E quanto ao futuro do digital? O que tudo indica é que, a partir de agora, ele será o mais humano possível.