Os personagens de marcas sempre fizeram parte da história da publicidade e até hoje exercem grande vínculo afetivo com as pessoas. Como imaginar que um simples mascote consegue gerar tanta empatia e admiração ao público e contribuir na tomada de decisão na hora de consumir um produto ou serviço de determinada empresa?
Os mascotes e personagens são fontes rentáveis para as marcas. A presença de figuras animadas em campanhas pode aumentar o lucro e a conexão emocional com os clientes em até 41%, revelou estudo da agência britânica Moving Picture Company (MPC). Uma campanha com personagem tem 34,1% de chance de aumentar o lucro, contra 26,2% sem personagem.
A mesma pesquisa destacou que a probabilidade de uma empresa aumentar seu ganho de participação de mercado com uma campanha sem mascote é de apenas 29,7%.
Essa importante estratégia de marketing atravessa um período necessário de reinvenção e redefinição de conceitos internos. O relacionamento dos personagens desenhados pelas empresas é ainda mais estreito com o público infantil, grupo em formação cognitiva e que ainda mistura o real com o imaginário.
Por essa razão, as criações das marcas voltadas a essa faixa etária impactam diretamente no comportamento das crianças. Mascotes se tornam heróis, inspiram comportamentos, desejos e até criações de festas temáticas.
Cientes da grandeza desses mascotes no desenvolvimento motor e cognitivo para os consumidores mirins, cabem as seguintes reflexões: O que esse personagem vai ensinar às crianças? Qual legado a animação deixará para a vida dos pequenos? Como planejar um personagem que contribua para a educação infantil?
A elaboração de campanhas infantis requer ainda mais sensibilidade aos idealizadores, de modo que os personagens inventados estimulem as crianças com interações lúdicas e saudáveis, além de contribuir para a formação humana a partir de uma narrativa leve e didática.
A Pritt, marca de cola escolar, por exemplo, tem um personagem lúdico que faz conexão com o público infantil. O personagem Pritt é um menino aventureiro, curioso, que adora explorar as coisas do mundo e que todos os anos convida as crianças a conhecerem sua última aventura, inspirando os pequenos com estímulos cognitivo, motor e emocional.
Independentemente do público-alvo, uma figura desenhada por uma marca deve, obrigatoriamente, retransmitir com exatidão valores que estejam alinhados com o propósito da empresa. Para isso, a instituição precisa cumprir com suas responsabilidades legais. As marcas só vão se tornar referências e sensibilizar as pessoas se comprovarem que suas ações propagadas ao mercado são verdadeiras e alinhadas aos avanços sociais, ambientais e coletivos. Caso contrário, qualquer campanha não terá efeito.
Essa equalização entre marca, marketing e missão da empresa estimula agências de comunicação e companhias a seguirem juntas em busca de insights positivos e condizentes à realidade da marca. Isso nem sempre ocorreu décadas atrás, quando parte da publicidade global vendia sonhos e ideias que muitas vezes não correspondiam ao produto.
O fluxo de informações a respeito das marcas em um mundo hiperconectado faz com que as empresas realizem atualizações constantes nos seus processos internos para que tenham uma leitura conectada com o mundo atual e tragam, também, perspectivas e oportunidades para o amanhã. Esse review contínuo ajuda a coletar feedbacks essenciais para o desenvolvimento de ações publicitárias.
Mascotes são porta-vozes que ficam à frente dos produtos, dotados de expressões capazes de mexer emocionalmente com as pessoas e relacioná-las com as marcas. A criação desta figura simbólica gera resultado muito positivo para o encantamento do público e, consequentemente, fidelização e aumento de vendas.
*Fernanda Figueiredo é diretora de marketing da Pritt, Cascola e Super Bonder, marcas de consumo da Henkel